Ás vezes a vida real mostra umas coisas tão bizarras que, se a incluíssemos na ficção, pareceriam inverossímeis.
Por exemplo, se alguém escrevesse um conto dizendo que o próprio presidente do Brasil teria ignorado o conselho de médicos e especialistas e viajado aos EUA no auge de uma pandemia, e que, por conta disso, voltara ao país trazendo dezenas de infectados, alguém poderia acusar a história de pouco realista.
Pois foi exatamente o que aconteceu.
Da comitiva presidencial que viajou aos EUA há duas semanas, já temos 22 infectados.
Hoje foram confirmados os testes positivos do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins; do chefe da ajudância de ordens, Major Cid; diretor do Departamento de Segurança Presidencial, Coronel Suarez; e do chefe do Cerimonial, Carlos França.
Com isso, o número de infectados da comitiva presidencial já corresponde a quase 4% do total no país.
Não é exagero, portanto, afirmar que a comitiva presidencial se tornou, hoje, o maior propagador individual de Covid-19 no país.
Dezenas de pessoas da cúpula do Executivo e do Legislativo, entre eles o próprio presidente do Senado, David Alcolumbre, foram infectados, ao que tudo indica, pela comitiva presidencial.
O presidente Jair Bolsonaro terá de fazer outro teste nos próximos dias, segundo informações oficiais.
Cada vez mais, a postura do presidente da república no domingo, esfregando-se em quase 300 manifestantes, além de passar o dia inteiro divulgando os “protestos” em suas redes sociais, se mostra irresponsável e criminosa.