Além de ter ido se esfregar nos manifestantes diante do Palácio do Planalto, no domingo 15, e ter passado o dia divulgando os protestos que pediam fechamento do congresso e do STF, o presidente Jair Bolsonaro também atuou, via whatsapp, de onde comanda seus grupos de apoiadores, para que as manifestaçṍes não ficassem esvaziadas.
Trata-se de mais um crime de responsabilidade, e, portanto, mais um motivo de impeachment, numa lista enorme.
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Na Época
EM MENSAGENS POR WHATSAPP, BOLSONARO DEMONSTROU IRRITAÇÃO COM CANCELAMENTO DE PROTESTOS POR AMEAÇA DE CORONAVÍRUS
Presidente chegou a contestar uma deputada da bancada do Rio de Janeiro que divulgou em rede social a decisão de adiar convocação para manifestações nas ruas
Juliana Dal Piva, Naira Trindade e Thais Arbex
20/03/2020 – 03:00 / Atualizado em 20/03/2020 – 10:30
“Puto da vida.” Foi assim que Jair Bolsonaro definiu seus sentimentos, em conversa via WhatsApp, com um aliado ao se dar conta de que o novo coronavírus poderia desmobilizar seus apoiadores para as manifestações de 15 de março. Três dias antes, o presidente fizera um pronunciamento oficial em que afirmara que os protestos em sua homenagem deveriam, “diante dos fatos recentes, ser repensados”, pois a saúde deveria ser “preservada”. A palavra “repensar” não fora pronunciada inadvertidamente. Bolsonaro não usara um termo mais contundente porque não queria que as manifestações fossem canceladas.
Ao perceber, nas redes sociais, sinais de desmobilização, mostrou-se irritado, em especial com a bancada de deputados do Rio de Janeiro. Um dos alvos de suas mensagens foi a deputada estadual Alana Passos (PSL-RJ), que divulgou em seu Instagram que a convocação para as ruas seria “adiada” após o pronunciamento do presidente. Ao ver a postagem, Bolsonaro irritou-se e rapidamente enviou mensagens tentando reverter a situação. Bolsonaro temia uma desidratação total do evento.
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