19 mar 2020
EFE – – A taxa de mortalidade da Covid-19, em Wuhan, na China, atingiu 1,4% até o mês de fevereiro, um número “substancialmente menor” do que o relatado anteriormente, de acordo com um artigo publicado nesta quinta-feira pela revista “Nature Medicine”.
No último dia 29 de fevereiro, havia 79.394 casos confirmados e 2.838 mortes devido ao novo coronavírus na China continental, dos quais 48.557 e 2.169, respectivamente, ocorreram em Wuhan.
Uma prioridade chave da saúde pública durante o surgimento de um novo patógeno é estimar a gravidade clínica, informações que afetam a tomada de decisões sobre a classificação dos pacientes e seu diagnóstico, principalmente em locais onde não há acesso fácil a exames laboratoriais ou em hospitais que tenham excedido sua capacidade.
O estudo, liderado pelo pesquisador Joseph Wu, da Universidade de Hong Kong (China), analisa e compara os modelos publicados de dinâmica de transmissão de doenças com dados oficiais e informações de domínio público para determinar a gravidade clínica do coronavírus e ajudar a orientar a tomada de decisões clínicas e de saúde pública sobre esta pandemia, que continua a se espalhar pelo mundo.
Os autores determinaram que, a partir de 29 de fevereiro deste ano, o risco de mortalidade sintomática – a probabilidade de morrer após o desenvolvimento de sintomas – da Covid-19 em Wuhan era de 1,4%.
Em comparação com pessoas de 30 a 59 anos, os menores de 30 anos e as com mais de 59 anos tiveram 0,6 e 5,1 vezes mais chances de morrer após o desenvolvimento dos sintomas, respectivamente, de acordo com o estudo.
Os autores também descobriram que o risco de infecção sintomática aumentou com a idade, por exemplo, cerca de 4% ao ano entre adultos de 30 a 60 anos de idade.
Essas conclusões sugerem que o risco de mortalidade de casos sintomáticos pode ser “substancialmente menor” do que o estimado anteriormente, especialmente no que é chamado de “mortalidade bruta”, que mede a proporção de mortes em relação ao número total de casos.
Para a realização deste estudo, foram coletados dados epidemiológicos de fontes de dados disponíveis publicamente (artigos, comunicados de imprensa e relatórios publicados por organizações de saúde pública), dizem os autores da pesquisa.