Em função do recrudescimento da crise do coronavírus, que derrubou bolsas no mundo inteiro e ameaça provocar, nas economias nacionais, um estrago maior do que nos organismos dos indivíduos infectados, a anunciada entrevista de Ciro Gomes ao programa Roda Viva, na TV Cultura, provocou enormes expectativas.
Com Lula ainda se recuperando das festas na Europa, onde visitou o Papa, recebeu o título de cidadão parisiense, tirou selfies com autoridades da academia francesa, da ONU e de organizações sindicais estrangeiras, e Fernando Haddad se limitando a postar, esporadicamente, um tweet sarcástico, era natural que as atenções se voltassem para a personalidade vulcânica e imprevisível de Ciro Gomes.
Arthur Miller, o grande escritor e dramaturgo norte-americano, e que ficou ainda mais famoso pelo longo namoro com Marilyn Monroe, tem um livrinho delicioso intitulado Sobre Política e a Arte de Atuar, na qual analisa esse caráter histriônico e dramático de toda liderança. Logo no início da obra, Miller lembra que “não é novidade que somos movidos mais por nossas reações emotivas à personalidade de um líder, por sua atuação dramática, do que por suas propostas ou por seu caráter moral”.
A observação de Miller, talvez um pouco exagerada, vale seguramente para a maneira como as pessoas olham para Ciro Gomes, o qual, entre todos os seus defeitos, não tem o de fazer o seu ouvinte bocejar.
Não é por outra razão que o ex-ministro é sempre garantia de audiência, como novamente provou ontem em sua entrevista para o Roda Viva. A âncora Vera Magalhães, informou, antes mesmo de terminar o programa, que a audiência na TV aberta só tinha sido superada pela entrevista de Sergio Moro, hoje o “monstro sagrado” da política nacional, embora em declínio acelerado, ao menos entre aqueles que começam a se afastar do governo Bolsonaro.
Durante o dia seguinte, o vídeo figurou em primeiro lugar no ranking do Youtube, feito raro para vídeos longos, quanto mais de conteúdo político. Em geral, os vídeos que figuram no topo desse ranking trazem chamadas como “Abrindo e Rindo dos Ovos da Páscoa” ou “Tentando abrir uma garrafa de maneiras impossíveis”.
Trago essa informação porque ela prova um ponto: as crises têm o poder encantado de fazer as pessoas (e os algoritmos do Youtube) voltarem a se interessar por política.
É importante ficarmos atentos a esse ponto, porque podem ser sinais – ainda incipientes – de um movimento de mudança na opinião pública, daqueles que observamos pouco antes de alguns momentos dramáticos de inversão dos ventos da política, como alguns observadores mais atentos identificaram nos meses que antecederam as “jornadas de junho” de 2013, antes das eleições de 2018, e antes das grandes manifestações no Chile, para citar um exemplo internacional.
Sobre a entrevista em si, ela traz um Ciro Gomes clássico: uma voz cheia de adrenalina, agressiva às vezes, mas encorpada numa sintaxe e num vocabulário bem mais sofisticados do que a média. Um sertanejo culto, revoltado e sem papas na língua.
Em diversos momentos, todavia, Ciro exagera, puxando confrontos com jornalistas que, felizmente dessa vez, ele mesmo identificou, ainda no curso da entrevista, como equivocados, como uma crítica infeliz que fez à jornalista Thais Oyama, insinuando que ele tinha afinidades com Bolsonaro.
Entretanto, Oyama conseguiu irritar Ciro, e boa parte da audiência, ao insistir em perguntas, estranhas para o momento atual, sobre a… Venezuela.
Aliás, uma crítica que se pode fazer ao programa foi a obsessão por “pegadinhas” . Embora o Roda Viva seja caracterizado exatamente pelo espírito de confronto, e esta é a razão pela qual ele se tornou, de longe, o programa de entrevistas mais prestigiado do país, essa edição, em particular, apresentou alguns excessos. Não porque o confronto e a provocação não fossem importantes, mas por causa do momento vivido pelo país, em especial a crise do coronavírus.
De qualquer forma, o entrevistado, mesmo acossado por perguntas inoportunas para este momento, teve tempo de sobra para apresentar suas ideias. Se não conseguiu expõ-las satisfatoriamente, a responsabilidade é mais do entrevistado, que se irrita com facilidade demais, do que dos entrevistadores, que nada fizeram além de seguir as regras tácitas do programa, que é não dar folga a ninguém.
Por outro lado, os excessos de dureza dos entrevistadores acabam, frequentemente, se voltando em favor dos entrevistados, desde que estes não se percam em demasia nas respostas. É uma das características mais curiosas do Roda Viva que o entrevistado sempre emerja, ao fim do programa, com uma aura de “mártir”.
Outro ponto interessante é que esses confrontos de Ciro com os repórteres, pontos baixos da entrevista, por desviar o foco, não produziram o mau estar que se esperaria, talvez porque os jornalistas e o próprio público meio que já se acostumaram com o “jeitão” arredio do entrevistado. Aí voltamos à citação do político como ator, feita por Arthur Miller. É difícil contestar que Ciro esteja sendo autêntico e franco em sua indignação, provavelmente porque esteja realmente sendo autêntico e franco, e esse é seu ponto alto, a sua virtude máxima. As pessoas perdoam quase tudo em quem transmite franqueza, ou seja, em quem fala realmente o que pensa. Talvez esse seja a principal característica do nosso tempo, e também ajude a explicar a ascensão de Jair Bolsonaro, que também tem essa “virtude”, de falar o que pensa. Bolsonaro pode ser um reacionário, um autoritário, um ignorante, mas em suas falas ele faz questão de se mostrar exatamente como um reacionário, um autoritário e um ignorante. Ele não esconde o jogo, como fazia, por exemplo, um Michel Temer, com seu jeito misterioso e equívoco.
A entrevista mostra que Ciro, sem sombra de dúvida, está no jogo. E aposta alto. Em dado momento, admite francamente que é pré-candidato a presidência da república em 2022. Isso é bom para ele, porque até o momento, não se vê nenhuma outra liderança de oposição lançando um desafio político tão direto.
Bolsonaro, é claro, prefere antagonizar com o PT. Seus filhos já até admitiram isso: num dos debates na câmara pela prisão em segunda instância, o “picareta 03”, para usar uma expressão divertida de Ciro, disse com todas as letras que, para eles, é bom que Lula tenha muita visibilidade, porque isso ajuda a reavivar o antipetismo, o sentimento dominante que empurrou o eleitorado para o colo do bolsonarismo.
Logo no inicio da entrevista, respondendo a primeira pergunta, Ciro dá o tom de sua campanha: bater muito pesado em Bolsonaro, de maneira a marcar a si mesmo como oposição linha dura, evitando que essa pecha seja monopolizada por outros setores da esquerda, e ao mesmo tempo traçar uma linha divisória muito clara separando-o do que ele chama de “lulopetismo”, o que evitaria atrair para si a rejeição paralisante do antipetismo.
Sobre a rejeição, vale lembrar aos incautos que, para entendê-la bem, é preciso considerar os estratos sociais: se pegarmos apenas as classes mais instruídas, com acesso às redes sociais, o antipetismo ainda é muito rígido. Esse é o eleitorado que Ciro pretende atrair para si. Não se pode confundir, porém, esse eleitorado com “direita” ou “fascismo”. Esse eleitorado é formado, primordialmente, por uma classe média emergente, com renda familiar entre 2 e 5 salários, que cultua a disciplina e a ética como valores fundamentais, até porque são os valores que as mantém vivas, literalmente.
Um ponto negativo de Ciro, nessa entrevista, foi não ter conseguido driblar as pegadinhas dos jornalistas para apresentar, em mais detalhes, o seu projeto de recuperação da indústria brasileira. Mas alguma coisa ele falou. Ciro lembrou, por exemplo, que as máscaras cirúrgicas, um manufaturado dos mais básicos, são todas importadas da China, fazendo com que, numa crise como essa de agora, em que precisamos importar grandes quantidades de produtos médicos, a nossa balança de pagamentos fique ainda mais negativa.
Vários temas importantes foram abordados, inclusive a questão dos excessos identitários, uma das razões, sem dúvida, do sucesso conservador em estados como o Rio de Janeiro. Citando Marcelo Freixo e Marcia Tiburi, o ex-ministro faz uma aposta arriscada. Ao falar de temas que hoje são tabu na própria esquerda, pode atrair para si a animosidade da cúpula dourada dos identitários, formada por acadêmicos e celebridades políticas, mas ao mesmo tempo traz para a mesa uma questão estratégica, sobretudo para a esquerda. Se a questão identitária não for equacionada com muita inteligência, a esquerda vai continuar perdendo eleição, até porque a população evangélica – a que mais rejeita a sintaxe identitária – não apenas vem crescendo dramaticamente, como constitui, hoje, um dos setores mais dinâmicos da sociedade brasileira.
O título do post se refere a um momento dramático da sociedade brasileira colonial, e onde eu vi algumas semelhanças com o que aconteceu no último domingo, 15 de março.
Em 1830, o assassinato de Libero Badaró, um jornalista muito crítico à monarquia, pelas mãos de simpatizantes do imperador, provocou uma onda de revoltas em todo o país. Entretanto, os apoiadores de Dom Pedro I, que eram sobretudo portugueses, num gesto de arrogância, ainda assim decidiram fazer uma manifestação em apoio ao imperador. Populares revoltados reagiram jogando garrafas e pedras sobre eles. Pareceu-me um pouco o que aconteceu no dia 15, com a diferença de que as garrafas lançadas sobre os manifestantes pró-governo foram virtuais.
O acontecimento marca o início de uma série de revoltas que culminarão no fim da primeira monarquia. O repúdio e a perplexidade de tanta gente com o grau de ignorância das pessoas que foram às ruas no último dia 15, em flagrante desprezo pelo mais básico cuidado com uma questão de segurança nacional, e a participação do próprio presidente no ato em Brasília, podem ter deflagrado uma inflexão da opinião pública brasileira, e o início do fim do extremismo conservador no Brasil.
Ricardo Honório Rabelo
21/03/2020 - 02h48
Ao que se resume Ciro Gomes?
É um político Brasileiro como outro qualquer, na frente das câmeras parece um sujeito sério, na realidade é igualzinho a todos os outros que critica.
Sua capacidade de citar números, pesquisas e relatórios, dizer que estudou em Harvard, que é professor de direito, suas críticas a tudo e a todos, torna-o, um sujeito sem nenhum predicado político. É um um adorador de si mesmo, a cada frase se auto elogia.
Alem de tudo é pouco inteligente e pode se tornar, aos olhos do eleitor aquilo que ele realmente é, um apaixonado por si mesmo.
Ciro Gomes é a autêntica autoridade que foi sem nunca ter sido.
Foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, governador que deixou o governo pela metade por ambição de se tornar Ministro da Fazenda, pensando que se tornaria estrela do governo FHC.
Deu com os burros n’agua.
Nas vezes em que se candidatou, não passou de 12%.
Nessa entrevista (Roda Viva) só teve um momento de lucidez, quando se declarou “BURRO” nesta data, até nisso errou, nesse aspecto é “jumento cearense” em “tempo integral”.
Ciro diz que foi professor, ministro, o deputado mais votado do Brasil, é mentira. Suas passagens por ministérios além de ter sido meteóricas, ocorreram em razão de improdutividade e “eterno problema”.
É desagregador, destemperado e se julga o “supra sumo” da política Brasileira, mas nem o povo do Ceará, seu antigo curral, suporta sua retórica fútil e sem respaldo técnico, se andar nas ruas de Fortaleza é permanentemente vaiado, motivo de suas confusões verbais e tentativas de agressão.
Ciro é tão vaidoso, elogia tanto a si mesmo, que já foi pego olhando-se no espelho, desejando à própria bunda e confirmando o ato sexual, penetrando-lhe. Esse é o melhor retrato, desta figura nefasta e contraditória.
Não muda de postura, essa nunca pegou e nos tempos de mídias sociais, as pessoas se divertem mais com sua idiotice,e ele acredita que sua audiência é positiva, é patético em uma vertente e maluco em outra.
Ele acredita que quanto mais aparece em entrevistas e até se embriagando em “botequins” tipo “cabeça de porco”, se metendo e apoiando o outro irmão maluco, operador de retroescavadeira vai conquistar votos.
Não são as alianças com a velha política, como faz no Ceará, se juntando cobra com ouriço, que vai levar seu projeto político a algum lugar.
Outro aspecto de sua personalidade que o atrapalhará cada vez mais e com certeza é motivo de sua “audiência crítica”, ou seja, tem efeito contrário é criticar de graça sem retorno personagens como Sérgio Moro, hoje neste momento a maior aprovação e um Deus político, da maior importância, motivo de proteção da maioria da sociedade, é uma reserva moral e esperança única de patriota e boas ações.
Tem que ser muito burro para ter esse comportamento, não soma esse tipo de critico.
Outra figura que ele critica sem retorno é FHC.
Quem é Ciro Gomes, o que ele tem de mágoa para ter essa implicância como o ex presidente.
FHC foi o condutor do plano real, para quem tem algum entendimento de política, o maior feito da nossa história recente.
FHC é HOJE um poço de incongruência, mas Ciro, o que tem para apresentar? O Ceará!!!
Ciro vende o seu estado onde teve grande influência, não tem mais, como uma Dinamarca, e quem conhece sabe que está mais para Nigéria, está lá para quem conhece um dos estados mais “fudidos” do Brasil, muito se deve aos devaneios desta oligarquia local.
Uma pergunta? De que vive Ciro Gomes se se declara limpo e nunca teve um deslize. De onde tira seus sustento, já que há muito tempo não tem cargo eletivo. Estranho não? O povo inclusive seus conterrâneos, em grande escala se pergunta a mesma coisa. Prova disso são as rusgas e agressões verbais e até física, que se não contidas pelos seus assessores, seriam consumadas.
Clever Mendes de Oliveira
22/03/2020 - 15h35
Ricardo Honório Rabelo (sábado, 21/03/2020 às 02h48),
Dava para ser um bom post se não tivesse tantos insultos, alguns até escatológicos. Vou, entretanto, pontuar outros pontos em que você emitiu opinião que nem ficou muito clara ou se foi o que eu entendi eu não concordo com o que você diz.
De início há sua frase: [Ciro Gomes] “É um político Brasileiro como outro qualquer, na frente das câmeras parece um sujeito sério, na realidade é igualzinho a todos os outros que critica”. Bem se você diz que Ciro Gomes é um político brasileiro igual a qualquer outro brasileiro e você está falando da nossa mediocridade (no sentido de mediano) como ser humano, eu concordo com você. Se você considera que o político brasileiro é diferente do povo brasileiro e só o político brasileiro carregaria a carga de mediocridade, enquanto nós cidadãos seríamos cidadãos superiores ai eu veria na frase uma manifestação da nossa mediocridade.
E outra frase com uma palavra muito vaga foi quando você se refere a Sergio Moro e diz que ele “é uma reserva moral e esperança única de patriota e boas ações”. O termo patriota é muito vago. Como você sabe que alguém é patriota? Bolsonaro é patriota, Rodrigo Maia é patriota, David Samuel Alcolumbre Tobelem é patriota, José Antonio Dias Toffoli é patriota?
Quem cumpre a lei é patriota? E quem não cumpre? Um estrangeiro morando no Brasil e cumprindo as nossas leis é patriota? E um brasileiro que não cumpre as nossas leis, e que se diz patriota deve ser considerado como tal? Trump, Macron, Boris Johnson são patriotas? Quem votou contra o Brexit é patriota? Quem votou a favor do Brexit é patriota?
Enfim, patriota é um termo sem um significado concreto e que tem mais conotação poética de pouca utilidade na análise política, ainda que feita em um blog, onde o analista pode colocar opiniões um tanto informalmente sem a necessidade da metodologia acadêmica.
De todo modo, mesmo na análise informal o uso do termo patriota pelo analista deve ser evitado, a menos que se trate de uma análise partidária, principalmente quando se trata de auto promoção política onde o termo é usado um tanto de forma demagógica.
É preciso que o analista político faça a distinção entre o discurso de um político e a análise do discurso de um político. Embora todo analista tenha ideologia é preciso entender que o discurso do político precisa caminhar naquele limbo da capacidade de incutir convencimento e da capacidade de auscultar o entendimento do interlocutor ou de se deixar ser convencido. Um político pode dizer-se mais patriota do que outro, pois não haverá como dizer que ele mente. O analista político deve fugir de termos assim sobre os quais não há um entendimento conclusivo e unívoco.
Ciro Gomes é um político e como político ele deve ser tratado. E nas comparações ou críticas ao que ele diz o importante é destacar como ele trata os outros e como os outros o tratam ou como os outros tratam aqueles dos quais Ciro Gomes fala.
Assim, tendo em vista que no mundo político a principal qualidade é o cumprimento da lei considero que a frase deveria ser ao se referir a Sergio Moro que agora assume posição política dizer que ele “é uma reserva moral e esperança única de cumpridor de leis e boas ações”. Eu posso até discordar, mas há um único entendimento sobre o que você diz.
Também tenho resistência à frase “FHC foi o condutor do plano real, para quem tem algum entendimento de política, o maior feito da nossa história recente”. É opinião. A frase dá o destaque merecido a FHC, mas omite a importância transcendental de Gustavo Franco na condução do Plano Real. Sem o Gustavo Franco provavelmente o plano não teria logrado êxito. Se podemos dizer que o que o Plano Real logou pode ser chamado de êxito.
Além disso, talvez, a frase preste um desserviço ao entendimento da realidade brasileira, pois ela pode estar escondendo a causa do baixo crescimento da economia brasileira desde o Plano Real. É preciso de mais estudos para saber se não foi o Plano Real que nos levou para a atual situação.
Veja que em meu comentário para Miguel do Rosário que eu envie quinta-feira, 19/03/2020, às 16h38, aqui neste post “Ciro no Roda Viva e a Noite das Garrafadas” de Miguel do Rosário, eu fiz referência ao maior crescimento no governo de José Sarney do que no governo de FHC. Transcrevo o que eu disse lá: “em 5 anos de Sarney o país cresceu mais do que nos 8 de FHC”.
Eu avalio que enquanto não se procurar entender a realidade econômica brasileira com profundidade o mais fácil será fazer a crítica superficial que não tem muito conteúdo. E muitos que também não se debruçam com afinco sobre a nossa realidade econômica consideram a análise superficial do Plano Real como correta e a divulgam muitas vezes sem saber o que a análise realmente significa.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 22/03/2020
Clever Mendes de Oliveira
19/03/2020 - 16h38
Miguel do Rosário,
A frase do Miller nos cai bem. Reproduzo-a: “não é novidade que somos movidos mais por nossas reações emotivas à personalidade de um líder, por sua atuação dramática, do que por suas propostas ou por seu caráter moral”.
No seu texto, alguns parágrafos depois de reproduzir a frase de Miller você diz: “Aí voltamos à citação do político como ator, feita por Arthur Miller. É difícil contestar que Ciro esteja sendo autêntico e franco em sua indignação, provavelmente porque esteja realmente sendo autêntico e franco, e esse é seu ponto alto, a sua virtude máxima.”
A frase do Arthur Miller é sobre carisma. Ciro é carismático. Ele convence. E entro aqui com um parágrafo em que você fala sobre o discurso de Ciro. Diz você: “Sobre a entrevista em si, ela traz um Ciro Gomes clássico: uma voz cheia de adrenalina, agressiva às vezes, mas encorpada numa sintaxe e num vocabulário bem mais sofisticados do que a média. Um sertanejo culto, revoltado e sem papas na língua.”
A linguagem faz parte do carisma, mas ela reduz ou alarga o alcance. Vejamos duas frases clássicas sobre a inflação. Uma da academia e utilizada pelo PSDB e por FHC para a edição do Real (Pode-se dizer também do Plano Cruzado). Diziam os doutos: “a inflação é o mais injusto dos impostos, pois pega os mais pobres”.
A frase é originada na academia, mas ninguém da arena política a contesta porque o político bom de voto sabe que o povo tem antipatia da inflação. É frase que satisfaz o povo que a não entende e satisfaz a classe média alta que fica sem dor na consciência quando se combate a inflação e ela ganha muito dinheiro seja nos títulos públicos seja na bolsa de valores, porque afinal se combate a inflação que pega os mais pobres.
Há na academia entretanto que diverge da afirmação de que o imposto é o mais injusto dos impostos, pois pega os mais pobres. Para esses acadêmicos contrários à frase o que pega os mais pobres é o desemprego.
E agora a mesma frase dita para o alcance e entendimento do popular, no caso dita por Lula em, se não me engano, uma inauguração de uma das lojas da Casa Bahia. Disse lá Lula: “a inflação, esta desgraça”.
Aliás, há um discurso de Lula, datado de 28/04/2006, diante da inauguração de Centro de Distribuição da Casa Bahia em São Bernardo dos Campos e sem a frase que deve ter sido dita de improviso. O discurso de Lula pode ser visto no seguinte endereço:
http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/luiz-inacio-lula-da-silva/discursos/1o-mandato/2006/28-04-2006-discurso-do-presidente-da-republica-luiz-inacio-lula-da-silva-na-cerimonia-de-inauguracao-do-centro-de-distribuicao-das-casas-bahia/@@download/file/Discurso%20do%20Presidente%20da%20Republica-%20Luiz%20Inacio%20Lula%20da%20Silva-%20na%20cerimonia%20de%20inauguracao%20do%20centro%20de%20distribuicao%20das%20Casas%20Bahia.pdf
E também importante é a crítica a Lula feita por Rolf Kuntz, crítica aliás que foi esquecida salvo pela Lava Jato que a incorporou no seu arsenal de acusações. O artigo de Rolf Kuntz, intitulado “Lula e Casas Bahia, era essa a notícia” e publicado na Edição 336 de terça-feira, 02/05/2006, no Observatório da Imprensa pode ser visto no seguinte endereço:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/lula-e-casas-bahia-era-essa-a-noticia/
De todo modo, o carisma de Ciro Gomes é transmitido com uma linguagem que é, vale repetir o que você diz: “encorpada numa sintaxe e num vocabulário bem mais sofisticados do que a média”.
Trata-se de uma linguagem que reduz e não alarga o alcance do carisma dele. Daí vale também transcrever outro texto do seu artigo:
“Sobre a rejeição [rejeição aqui se refere à rejeição paralisante do antipetismo], vale lembrar aos incautos que, para entendê-la bem, é preciso considerar os estratos sociais: se pegarmos apenas as classes mais instruídas, com acesso às redes sociais, o antipetismo ainda é muito rígido. Esse é o eleitorado que Ciro pretende atrair para si.”
Eu concordo com sua análise. Ciro tem uma linguagem “encorpada numa sintaxe e num vocabulário bem mais sofisticados do que a média” e, portanto, o carisma dele só pega junto às “classes mais instruídas, com acesso às redes sociais”.
Tenho dito há muito que Ciro Gomes não tem outra alternativa enquanto o PT existir de tentar arregimentar votos no eleitorado centrista ou de centro direita. É o que ele vem fazendo. E infelizmente para ele não consegue ir ao segundo turno.
Então o carisma de Ciro Gomes condicionada por uma linguagem “encorpada numa sintaxe e num vocabulário bem mais sofisticados do que a média” só pega junto às “classes mais instruídas, com acesso às redes sociais”. É aí que mora o problema de Ciro Gomes. O carisma dele não alcança um eleitorado suficiente para ir ao segundo turno.
E na avaliação dele, Ciro Gomes não se crê responsável por não ter ido ao segundo turno. A culpa nem é de Bolsonaro que pegou parte do eleitorado dele, mas do PT que não deixou o eleitorado do PT votar nele.
Bem, o que eu queria falar aqui é da questão da franqueza de Ciro. A franqueza muitas vezes é fruto do carisma. Você diz “É difícil contestar que Ciro esteja sendo autêntico e franco em sua indignação, provavelmente porque esteja realmente sendo autêntico e franco, e esse é seu ponto alto, a sua virtude máxima”. Então Ciro Gomes convence o interlocutor dele
Ora a franqueza de Ciro Gomes depende também da capacidade do interlocutor a quem ele se dirige e no caso de Ciro Gomes como diz você este interlocutor são as “classes mais instruídas, com acesso às redes sociais”. São esses eleitores que vão deixar-se convencer pelo discurso de Ciro Gomes
Não assisti a toda a entrevista. Vi apenas o início. Não sei se ele se referiu ao PT e o Plano Real na entrevista do Roda Viva, mas lembro que uma das acusações que Ciro Gomes faz ao PT é dizer que o PT foi contra o Plano Real. Quem foi contra foi Brizola. O PT ficou em cima do muro. O PT já havia percebido que Brizola embora correto perdeu muito eleitorado quando se posicionou contra o Plano Cruzado.
O que eu pergunto é se as “classes mais instruídas, com acesso às redes sociais” já pararam para pensar se toda a nossa estagnação pós 94 seja fruto do Plano Real? Será que alguma vez foi sugerido às “classes mais instruídas, com acesso às redes sociais” que se comparassem os 5 anos de José Sarney com os 8 anos de Fernando Henrique Cardoso e que nessa comparação se constatasse que em 5 anos de Sarney o país cresceu mais do que nos 8 de FHC? É bem provável que menos de 1% dessas “classes mais instruídas, com acesso às redes sociais” saibam disso.
Bem, da entrevista eu destaco a fala de Ciro Gomes a partir de 13 min e 02 seg. Diz ele no que me interessa:
“E o lulopetismo é o responsável pelo bolsonarismo boçal. Então a pergunta é simples, eu não quero brigar com ninguém, mas eu vou fazer uma pergunta para quem tiver sereno e refletindo sobre o futuro do país, não é para olhar para trás: existiria o bolsonarimso boçal golpista se não fosse o Lulopetismo, a debacle econômica sem precedentes produzida pelo PT e a correlação feita central modelo de poder e de operação do Estado brasileiro do lulopetismo. Eu sei que não. E aí Haddad é o que. O Haddad é o Marcos Lisboa ministro da Fazenda. Qual é a diferença do Paulo Guedes? O Haddad quer a autonomia do Banco Central. Qual é a diferença do Paulo Guedes? E essa é a grande questão. O Brasil precisa construir um caminho alternativo e eu estou dedicado a isso.”
Como eu disse sobre o discurso de Ciro Gomes sobre o real, também em relação ao que Ciro Gomes diz sobre o bolsonarismo boçal ser resultado do lulopetismo pode-se dizer que é um discurso que alcança as “classes mais instruídas, com acesso às redes sociais”, mas será que elas pararam para pensar se esta avaliação de Ciro Gomes está correta?
Nesse sentido eu recomendo a leitura do post “O Grande Mal Estar, por Diogo Costa” de quarta-feira, 25/10/2017, no blog de Luis Nassif no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/opiniao/o-grande-mal-estar/
Além do post eu recomendo também a leitura de artigos e posts nos vários links que eu deixei em dois comentários que enviei para o Diogo Costa no post “O Grande Mal Estar, por Diogo Costa” alguns mostrando o crescimento da direita radical em períodos de crise econômica.
E caberia também indicar o post “Bolsonaro é incluído em livro francês sobre líderes autoritários do mundo” de sábado, 16/11/2019, no Blog do Blasilianismo, de autoria de Daniel Buarque e que pode ser visto no seguinte endereço:
https://brasilianismo.blogosfera.uol.com.br/2019/11/16/bolsonaro-e-incluido-em-livro-frances-sobre-lideres-autoritarios-do-mundo/
No post há a seguinte lista:
Além do presidente brasileiro, são temas de perfis do livro:
– Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
– Vladimir Putin, presidente da Rússia – Xi Jinping, presidente da China
– Narendra Modi, premiê indiano
– Benjamin Netanyahu, premiê israelense
– Matteo Salvini, da Itália
– Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas
– Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia
– Paul Kagame, presidente de Ruanda
– Ali Khamenei, líder supremo do Irã
– Nicolás Maduro, presidente da Venezuela
– Viktor Orban, premiê da Hungria
– Bashar al Assad, presidente da Síria
– Mohammed bin Salman e Mohammed bin Zayed, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes (reunidos em um único perfil)
– Kim Jong-un, da Coreia do Norte
– Jaroslaw Kaczynski, da Polônia
– Abdel Fattah al-Sissi, presidente do Egito
Desta lista eu chamaria atenção para Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, pelas declarações estapafúrdias dele à semelhança das declarações de Jair Bolsonaro, para Viktor Orban, premiê da Hungria que a todo momento comanda iniciativas de legislação que são repelidas pela comunidade europeia e Narendra Modi, premiê indiano, por não ter feito nenhum esforço para demover os partidários dele a fazer lei que não protege o refugiado muçulmano que chega a Índia, apenas criando revolta no meio muçulmano que são minoria na Índia.
Será que Ciro Gomes poderia apontar para algum exemplo de Lulopetismo nesses países que tenha motivado o surgimento de bolsonarismos boçais semelhantes ao nosso? Enfim, salvo se assente na ingenuidade ou ignorância o que não me parece o caso, a franqueza de Ciro Gomes existe, mas ela requer também ausência de senso crítico da sua audiência ou do seu interlocutor.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 18/03/2020
Clever Mendes de Oliveira
19/03/2020 - 21h35
Miguel do Rosário,
Se não for possível corrigir o meu comentário que está comido na lateral direita, e alguém tiver interesse em o ler, eu lembro que se copiar e colar o comentário em uma página de word ele aparece na sua integridade.
Não sei a razão do problema. Pode ter sido o tamanho do comentário que ultrapassou algum limite permitido.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 19/03/2020
Clever Mendes de Oliveira
22/03/2020 - 12h30
Miguel do Rosário,
Como o comentário meu acima, enviado quinta-feira, 19/03/2020 às 16h38, ficou truncando, cortando quase 30 caracteres à direita, eu o resolvi enviar para o post “Por que Ciro vacilou no Roda Viva?” de sexta-feira, 20/03/2020, no blog de Duplo Expresso no seguinte endereço:
https://duploexpresso.com/?p=111316
Fiz algumas correções. Um exemplo foi a frase “Há na academia entretanto que diverge da afirmação . . . . .” que corrigir para “Há na academia entretanto quem divirja da afirmação . . . . .”.
Outra correção foi a frase “E infelizmente para ele não consegue ir ao segundo turno.” que eu corrigir primeiramente por “E infelizmente para ele, Ciro Gomes não consegue ir ao segundo turno”. Correção equivocada, mas como lá tem a possibilidade de edição eu a corrigir para “E infelizmente para Ciro Gomes, ele não consegue ir ao segundo turno”.
Posso também ter corrigido uma ou outra concordância que eu fizera errada e fui capaz de a perceber.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 22/03/2020
Volin Rabáh
19/03/2020 - 13h43
E o Lula, alguém sabe por onde anda o safado???? Será que o meliante pegou o corona???????
Roberto Araújo Martins
18/03/2020 - 22h11
Análise pró-Ciro e pró-Roda Morta. Mas mostra bem o que falta a Ciro: VOTO kkkkkkkkkk
Lagartixa Doida
19/03/2020 - 09h58
VIVA O LULOBOLSONARISMO!!!
Elize
18/03/2020 - 20h49
Aecio 65 milhões em propina.
Alexandre Neres
18/03/2020 - 18h51
Em meio à crise do coronavírus, Moro tem a pachorra de postar um vídeo dos Intocáveis. Sem noção, cada um tem o Eliot News que merece. Entrementes, na coletiva a respeito da pandemia, o bozo aproveita para convocar um panelaço para beneficiar a si próprio e ver se consegue se manter no cargo. Este é o nosso timoneiro. Aff
Gilmar Tranquilão
18/03/2020 - 18h54
Panelaço a favor?!?? Como seria possível isso??? kkkkkkk Alguém interna esse bozomerda kk
Yuri Pontes
18/03/2020 - 19h03
Será que esse é o momento de fazer essa palhaçada inútil chamada de panelaço de qualquer que seja o lado ou é o momento de usar a cabeça no lugar das nádegas…?
É possível que os brasileiros consigam transformar tudo em uma palhaçada de terceiro mundo…?
Quais outros países civilizados fazem essas palhaçadas numa hora dessa ?
Paulo
18/03/2020 - 22h41
A Itália! E até em momento pior, saem cantando nas janelas…
Paulo
18/03/2020 - 22h44
Se bem que a Itália não é país “civilizado”, rsrs. Lembremos que, quando indagado sobre a dificuldade em governar o país, Mussolini saiu-se com essa: “governar a Itália não é fácil nem difícil, é inútil…”…
Raja Natureza
18/03/2020 - 18h04
Ai que saudade do tempo em que os ministros da saúde eram o Humberto Costa e o Alexandre Padilha! Imagina as comissões milionárias numa situação como a de hoje, com as despesas liberadas! Bons tempos!
Wellington
18/03/2020 - 18h14
As esquerdetes adoravam quando tudo ficava escondido entre 4 bandidos e ninguém ficava sabendo de nada.
Alan C
18/03/2020 - 18h37
E as bolsonetes ridículas como vc batem palma pra palhaço bozo dançar em plena pandemia dizendo que é tudo fantasia, ou como disse aquele verme da casa civil, “histeria coletiva”.
Temos no momento em torno de 400 histerias coletivas no Brasil e contando…
Somos governados por um lunático psicopata com camundongos histéricos aplaudindo.
Vc é ridículo!
Wellington
18/03/2020 - 20h51
Não sou psiquiatra, não posso te ajudar infelizmente.
Alan C
18/03/2020 - 20h54
Sobe no 10º andar e se joga, já ajuda bastante.
marcio justiceiro
18/03/2020 - 18h59
agora ta melhor, eh tudo na rachadinha! corruptozinho pena paga
Lucas
18/03/2020 - 13h23
Uma ressalva, no episódio conhecido como “noite das garrafadas” os brasileiros, opositores de D. Pedro passam por um bairro de portugueses e atira pedras contra as casa, que respondem jogando garrafas sobre os brasileiros.
Lucas
18/03/2020 - 13h24
* atiram
Alan C
18/03/2020 - 12h31
Dólar a R$ 5,10 mas deve ser fantasia pra alguns….
Rosa
18/03/2020 - 11h58
Preço do petróleo continua caindo.
WTI CRUDE • 24.24
BRENT CRUDE •28.46
Alan C
18/03/2020 - 12h30
No auge da crise do petróleo em 2015 o Brent chegou ao mínimo de $27, já pioramos, neste momento está cotado a $26,02 e caindo.
Edgar
18/03/2020 - 11h04
Fora Bolsonaro!!!
Silvania Araújo
18/03/2020 - 06h08
#CIRO2022????????
VERDADEIRO AMOR PELO BRASIL ??????????????
E VAMOS BATER PANELAS!
Batista
18/03/2020 - 15h20
Quem bate panelas é médio paneleiro arrependido.
Que os analfabetos políticos, arrependidos ou não, não se entendam aos berros, amassando panelas uns nos outros, sem a possibilidade adestrada e fácil de replicarem aos berros, mecanicamente: Fora Dilma, Fora PT.
Que se estatelem, abraçados, juntos e misturados na mediocridade diplomada que escancaradamente representam, pois xucros, ao não perceberem que a desigualdade campeã é que sustenta a classe dominante da Casa Grande e nos condena ao atraso, e ignorantes diplomados por submeterem-se a lavagem cerebral e a desinformação fornecida pelas organizações Globo dos Marinho e coadjuvantes do mesmo negócio em parceria com as forças de ocupação para combater o ‘inimigo interno’ e a justiça maçônica do “aos amigos tudo…”.
Doutor porras
18/03/2020 - 04h15
Lula foi à Europa contrair covid-19 e espirrar na cara dos seus apoiadores?
Paulo Cesar Cabelo
18/03/2020 - 03h38
Está claro pra mim , Ciro e Miguel não respeitam homossexuais e ateus.
Então devemos oprimir minorias pra agradar evangélicos Miguel?
Eu não voto em covarde bajulador de evangélico.
Os evangélicos crescem sobre o povo católico , o número de ateus e pessoas que creêm em deus( minúsculo pois é substantivo abstrato) mas não tem religião , cresce em proporção maior , claro , levará décadas pra ser relevante mas é o caminho natural da humanidade.
Devemos combater criminosos como Edir Macedo e Malafaia , não nos unir a eles.
Lembro de Ciro defendendo a legalização da maconha numa entrevista , isso já basta para frita-lo com a crentaiada.
Redação
18/03/2020 - 08h46
Que nova loucura é essa?
Felipe Silva
18/03/2020 - 09h53
Sou ateu e não faço questão nenhuma de entrar em embates com religiosos e suas crenças.
Imagine um candidato a presidência. Sou a favor das pautas identitárias e estado laico mas tenho a consciência que um candidato defender pautas identitárias é suicídio eleitoral na última década.
arthuR
18/03/2020 - 10h14
Você não compreendeu ainda que está sendo utilizado, e foi utilizado, para eleger exatamente o que você condena. Vou tentar lhe ajudar a entender isso. “Repare bem” :)
NINGUÉM é contra as causas da minoria. Ninguém! Mas elas viraram ferramental que propiciam a volta da extrema direita ao poder. “Como assim?!” Muito simples. O povo é maioria quando o assunto é emprego, é luta contra a desigualdade social, é saúde pública de qualidade, educação pública de qualidade… o povo todo se UNIRIA contra a DIREITA SE ESSA FOSSE A PAUTA EM DEBATE, pq a Direita não tem resposta pra essas questões. Qual a saída da direita? SUBSTITUIR ESSA PAUTA para tratar sobre ABORTO, LEGALIZAÇÃO DE DROGAS, RELIGIÃO, GÊNERO… Pq com essa pauta identitária possibilita que o POBRE e a CLASSE MÉDIA DEIXEM de votar pelo que OS UNE e por questões morais votem em quem os irá oprimir. E a ESQUERDA BOBA cai nisso como patinho. Fortalece esse embate, que era tudo que a direita queria. Armadilha armada, armadilha que funcionou, e a esquerda como coelhinho, cai inocente, e ainda muitos não entenderam ela!
O que CIRO propõe é escapar dessa armadilha, e não NEGAR as questões identitárias, mas evitar esse tipo de centralidade que DIVIDE e CONFUNDE o povo, o fazendo defender quem vai o oprimir de fato. VOLTAR a centralidade as questões que NOS UNE para tirar o poder da direita.
Em resumo, cada vez que uma militante radical do feminismo cagava numa foto do Bozo, ele subia 2% nas pesquisas. Ela jurava que estava atuando contra ele, quando na verdade o estava elegendo. ;)
Paulo
18/03/2020 - 17h07
Boa análise!
Alan C
18/03/2020 - 12h22
Paulo Cesar, não sei o que vc fumou, mas o negócio é bom!! rsrsrsrs
Felipe
18/03/2020 - 16h13
Perfeito, arthuR e Felipe Silva! Faço das suas as minhas palavras. Também sou ateu e entendo perfeitamente a posição do Ciro Gomes sobre o identitarismo.
Reflita, Paulo Cesar Cabelo, você prefere se apegar às suas convicções identitárias e perder todas as eleições para a direita até que eles destruam o país por completo ou você prefere abrir mão das suas pautas particulares de menor importância e ganhar as eleições alçando o progressismo ao poder?
Trata-se simplesmente de uma questão político-eleitoral.
Henrique Martins
18/03/2020 - 01h50
Observem o que uma velhinha fez com o Johnny Bravo depois de te-lo tirado do poder no episódio Johnny Bravo s2 e28 Viva o Idiota Português Dublado.
Garanto que vocês vão gostar.
OTACIANO SALES GUIMARAES
18/03/2020 - 00h12
Olhem a história do Ciro quando teve no poder, quando precisou tocar projetos importantes. vejam com a firmeza que tratou e enfrentou problemas graves, veja quantos processos de corrupção ele responde (zero) e veja também quantos processos por denunciar corruptos ele responde (vários) de quebra veja quem é que o processa. Michel temer , jucar, Eunicio…..
Alexandre Neres
18/03/2020 - 00h02
Ciro Gomes não está no jogo. E avaliou mal Bolsonaro. Deu pra ele uma trégua e o outro desde o começo mostrou ser o que sempre foi, qual seja, um lunático despreparado. Ciro Gomes não tem base social e não tem como ocupar um espaço à esquerda, até porque PDT e PSB não podem ser considerados nem partidos de centro-esquerda, vide Mario Heringer e Carlos Siqueira, pra não falar de Tabata e Rigoni, os menudos neoliberais. Ao se juntar com Rede, PV e PSB, vai buscar a terceira via e corre o risco de acabar como Marina e morrer abraçado com o vice do picolé de chuchu. Pra ficar ainda mais claro que se trata de uma liderança datada e que perdeu o bonde da história, se contrapõe às pautas identitárias, desvelando seu lado machista, autoritário, branco, cis, com mais de 60 anos, coronel, não deixa ninguém ocupar o lugar de fala, se arvora a ser dotado de prerrogativas e não abre espaço para o outro, sobretudo para a outra. Aí vem um desatualizado qualquer e acha que o Roda Viva de hoje tem a mesma relevância que há umas décadas, acha natural que Ciro tenha todo o espaço para falar, apesar das perguntas imbecis sobre a Venezuela, enquanto a Manu é interrompida toda hora. Só que não.
Roselito
18/03/2020 - 02h22
Lula é um importante lider político do Brasil dizer que Lula foi um em festa na Europa é ridiculo sem srgumento apela,so um lembrete ñ sou petista.
Eduardo Ayres
18/03/2020 - 07h33
Valou muita besteira apoiador do Boçalnaro! Pelo escrito vc é um idiota tal qual o tal Jair inapto pelo Exército Brasileiro.
Wellington
18/03/2020 - 09h30
Tem que ser a toa pelo menos quanto ele para pensar que um elemento tresloucado dotado de ignorancia, arrogancia e autoritarismo evidentes e nada mais tenha alguma chance de ser eleito a sindico do predio onde mora.
O engraçado é que chamam os outros de fascistas.
Alexandre Neres
18/03/2020 - 09h56
Ciro Gomes é um homem público, como poucos hoje em dia, e reúne as condições para pleitear o cargo que quiser, até porque depois que se elegeu um bufão que não honra a dignidade do cargo qualquer um pode se arvorar. Minhas críticas a ele são em decorrência de sua postura desde o início de 2018, pra mim suas táticas foram suicidas, apesar de ser um bom analista estratégico da realidade em que vivemos. Estou situado mais à esquerda do espectro político, não quero saber de ACM Neto, Maia, Huck, Roberto Freire, FHC e quetais na minha chapa no primeiro turno das eleições. Então, me inclui fora dessa, Wellington.
Wellington
18/03/2020 - 10h03
Nao inclui ninguem, pelo contrario.
Flavio
17/03/2020 - 21h52
Ciro é o cara. Nosso futuro Presidente
Tiago dos Santos
17/03/2020 - 21h27
Vamo esquecer essa onda de coronavírus e a crise institucional, econômica e na saúde pois o importante é… e a Venezuela ? kkkkk
John Jahnes
17/03/2020 - 22h11
Qual a diferença do CIRO para o Bolsonaro, quando a pergunta não tem a resposta que ele repete em todas entrevistas, para se enaltecer?
NENHUMA, NESSE CASO, ELE TENTA DESQUALIFICAR QUEM PERGUNTOU, IGUAL AO BOZO, e MUDA O ASSUNTO PARA A RESPOSTA PRONTA DO “SCRIPT CIRO PRESIDENTE, O IMPECÁVEL”.
Tiago dos Santos
17/03/2020 - 21h25
Ciro 2020 !!!!!
Henrique
17/03/2020 - 20h53
Kde o Lula???
José
18/03/2020 - 00h51
Tá em Paris quando o Brasil realmente precisa. Mas ele tudo pode!
Batista
18/03/2020 - 02h16
Tentando se desvencilhar desses órgãos de ‘informação’, Globo, Record, SBT, Cultura, Bandeirantes, O Globo, Estadão, Veja, Época, etc., que não largam do pé dele e do PT, insistindo para agendarem entrevistas que possam mostrar o que pensam e defenderem-se de seis anos ininterruptos, acusados de serem “os maiores corruptos da história do mundo”, com o Lula e o PT esquivando-se e não aceitando dar entrevistas, pois, “corruptos mor do mundo, em todos os tempos”, não saberiam explicar a condenação de Lula, abundante em provas não existentes, por corrupção passiva em ato de ofício INDETERMINADO e lavagem de dinheiro em ATRIBUIÇÃO de bem, baseada na convicção do juiz premiado a ministro da justiça pelo presidente eleito, à falta de Lula candidato, e na delação premiada sem provas, (sabe-se lá por que, não é mesmo?) do empresário encanado em prisão preventiva, sem previsão de soltura, enquanto não abrisse o bico sobre Lula, veja só que fofo…
Gilmar Tranquilão
17/03/2020 - 20h34
Tá magoada gleisi?? kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
João do Amor Divino de Santanna e Jesús
17/03/2020 - 20h14
Bom,, pelo menos o Ciro não ficou falando como se tivesse uma batata quente na boca como o conje.
Sergio Santana Otano
17/03/2020 - 20h02
Ciro é um gênio!!
Tripa Ivan
17/03/2020 - 20h00
Cirão da porra!!!!
Ivan Tripa
17/03/2020 - 19h53
Maluco da porra.
Paulo
17/03/2020 - 19h52
Gosto do Ciro, de sua espontaneidade (noves fora os arroubos de raiva e xingamentos) e capacidade analítica, mas tenho dúvidas se alguém de centro-esquerda (e se o considerarem de esquerda ainda com mais razão), possa galvanizar o centro, que decidirá as eleições de 2022…Vamos aguardar!
Julio
18/03/2020 - 00h56
O centro é fisiológico e composto por caras engravatados, ricos e sem carisma, tipo Maia, ACM Neto, Alckmin, Doria… foi essa a principal causa das derrotas para o PT em tantas eleições. Por isso apostaram em um falastrão como o Bolsonaro, que se maquia sob o disfarce de um homem simples e do povo, para representar os interesses da elite. Fato é que: o centro precisa de uma figura com carisma e força política para vencer a eleição levando todos eles debaixo da sua asa. Acharam que Bolsonaro era a escolha perfeita, já que a pauta econômica do centro está ligada à direita e ao neoliberalismo. A questão para 2022 é: o centro vai ter que aceitar dançar conforme a música progressista de um Ciro Gomes ou vai continuar refém do bolsonarismo lunático e doente que destruiu o país? Eles têm, no fundo, a esperança de fazer o projeto Luciano Huck acontecer, mas sabem que isso é muito mais fácil na teoria que na prática…
Paulo
18/03/2020 - 17h01
Julio, eu me referi ao eleitorado de centro (talvez até centro-direita)…
Julio
18/03/2020 - 00h59
acho que Ciro precisa aglutinar as forças de uma centro-esquerda não lulista como PSB, Rede, PV, PCdoB, Pros e Cidadania… só isso lhe daria uma estrutura muito boa pra disputar a presidência, tempo de rádio e tv, fundo eleitoral, palanques regionais suficientes e depois que o diálogo com o centrão acontecesse naturalmente depois que ele fosse eleito. O centro aprendeu bastante com os erros em aprovar o impeachment da Dilma, e está muito mais tolerante a presidentes que eles não gostem. Não acho que seria uma boa o Ciro ganhar a eleição aglutinando o DEM e companhia debaixo da sua asa já no primeiro turno. Deixa essa galera levantar um voo sem piloto com o João Doria mesmo…
Paulo
18/03/2020 - 17h04
Eu acho que não tem que ter diálogo com o Centrão político. Ciro, se quiser ser eleito, tem que ir para o 2º Turno. Se passar e galvanizar o eleitorado de centro e centro-direita, leva, pois a esquerda vem naturalmente…
Marcio
17/03/2020 - 19h50
Esse transtornado disse que se um ministro dele se reunisse com os presidentes da camerae do senado (como fizeram o ministro da saude e da economia esse dias para discutir o que fazer por là) sem a presença dele, os ministros seriam demitidos imediatamente.
Esse sujeito é um animal completamente louco.
Julio
18/03/2020 - 01h02
Cala boca, para de falar abobrinha… o Ciro disse que se ele fosse presidente e um ministro quisesse montar um gabinete de crise com chefes de outros Poderes, sem a presença dele (chefe do Executivo), o ministro seria demitido. Justamente porque não faz o MENOR SENTIDO os chefes da Câmara, Senado e STF liderarem uma crise com um ministro sem o chefe deste ministro – que é o presidente da República. O Ciro sabe muito bem qual o peso e importância do presidente, e como é o trabalho do presidente coordenar o trabalho do seu ministro (seja ele quem for) pra resolver qualquer problema. Ciro, diferente do Bolsonaro, leva a presidência a sério e sabe que é preciso conhecimento e preparo sobre todas as áreas para administrar uma nação, e não apenas ser eleito e sair nomeando “técnicos” sem nem saber se você de fato concorda com o que esses ministros estão fazendo à frente das pastas.
Marcio
18/03/2020 - 10h03
Ah tà….kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
E’ uma impressao minha ou os eleitores do Cirolipa sao mais loucos do que ele ?
Kleyson
18/03/2020 - 15h33
Tu é muito burro cara. Tuas interpretações são de acordo com tua capacidade de raciocinar. Não é a to que só escreve bobagens.
tonico de medeiros
17/03/2020 - 19h36
Confundem liderança com ignorancia sao coisas bem diferentes, o Cirolipa abunda na segunda e é zero na primeira.
marcio justiceiro
17/03/2020 - 22h27
melhor comentario, o ciro so desagrega e fomenta desuniao, igual ao miliciano corrupto q desgoverna o bananal
Gilmar Tranquilão
18/03/2020 - 12h26
E o guilherme gleisi comentando o próprio comentário kkk É ridículo assim mesmo ou fez curso?!? kkkk
Bozo O Korno
17/03/2020 - 19h32
as bozonetes vão a loucura, queriam que o bozo não fosse uma anta completa..
Piolho de Bunda
17/03/2020 - 19h22
Quando o bozo for no roda viva escolheremos os melhores professores do ensino básico do Ceará pra perguntar e tá tudo certo, cada um no seu nível.
Wellington
17/03/2020 - 19h21
Na proxima pesquisa voces irào ver a grande virada…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Marcio
17/03/2020 - 19h07
Nem dá pra chamar isso de jornalistas, perguntar várias vezes sobre Venezuela, sobre Lula, sobre PT, sobre as sessões na câmara dos deputados da década de 90, francamente…
Pq não perguntaram sobre isso quando o marreco foi nesse mesmo programa patrocinado pela elite brasileira???
Essa é Facil Rodolpho…
17/03/2020 - 19h19
Porque Moro é uma pessao seria e Cirolipa um palhaço e com tal é tratado desde sempre.
Gilmar Tranquilão
17/03/2020 - 20h03
“Porque Moro é uma pessao seria” kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk rindo até os bozotários morrerem de corona!
Golden Shower
17/03/2020 - 20h08
pqp! alguém chama uma ambulância pro Guilherme Gleisi por favor!! rs
Conje
17/03/2020 - 20h12
Eu sou gente boa, acreditem!!
Fonzie
17/03/2020 - 19h05
Um bunda mole.
Pony Express
17/03/2020 - 19h00
Os brasileiros nao sao psiquiatras.
Vera Vassouras
17/03/2020 - 18h54
Ok! “Desrespeito” se transformou em ‘Pegadinha” e jornalistas são elogiados pela “servidão voluntária”. Francamente, basta ter capacidade de pensar nesse hospício, para que a corja se alinhe com as presas gotejando. Ainda que usando títulos históricos.