Segundo análise do Estadão, o presidente teve contato direto com ao menos 272 pessoas no último domingo, 15 de março, em cerca de 58 minutos de interação com apoiadores na frente do Palácio do Planalto.
Trecho de reportagem no Estadão:
“Bolsonaro manuseou ao menos 128 celulares, trocou ao menos quatro objetos com a plateia, entre eles um boné, que vestiu, e cumprimentou 140 pessoas, segundo o levantamento do Estado. Parte dos cumprimentos, nos primeiros 50 minutos do vídeo, são com “soquinhos” nas mãos das pessoas ou mesmo apertos de mãos. Nos cinco minutos finais de interação, o presidente alcança pelo menos 80 apoiadores correndo com a mão estendida e cumprimentando várias pessoas na sequência.
Infectologistas e até aliados próximos de Bolsonaro reprovaram a atitude. Segundo especialistas em doenças infecciosas, o presidente errou ao ignorar a recomendação de isolamento e expor os manifestantes ao risco de contaminação pela covid-19 (caso esteja com o vírus incubado); ao não proteger a si próprio e ter contato com uma aglomeração que pode incluir pessoas infectadas; e ao não dar o exemplo à população de que deve ser levada a sério a orientação feita pelo Ministério da Saúde para que se evite aglomerações.
Ainda de acordo com especialistas, não é só o contato direto que transmite o coronavírus. Gotículas de saliva de uma pessoa infectada também podem passar o vírus.
Ao interagir com os manifestantes, Bolsonaro ignorou a orientação de sua equipe médica e as diretrizes do Ministério da Saúde para o combate ao coronavírus. Ele deixou o isolamento que deveria fazer por ter se encontrado, semana passada, com ao menos 11 brasileiros que já tem a doença.”