OMS classifica Coronavírus como pandemia

Na BBC Brasil

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia de covid-19.

A informação foi confirmada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11/03).

“Estamos todos juntos, para fazer as coisas certas com calma e proteger os cidadãos em todo o mundo. É factível”, declarou.

“Todos os países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar problemas econômicos e sociais e respeitar os direitos humanos.”

“Lembro a todos os países nossas orientações: ativar e ampliar seus mecanismos de resposta a emergências, comunicar-se com a população sobre os riscos e sobre como se proteger, encontrar, isolar, testar e tratar todos os casos de covid-19, além e rastrear todos os infectados”, destacou.

O que é uma pandemia?

O termo é usado para descrever situações em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas de forma simultânea no mundo inteiro.

Um exemplo recente é o da gripe suína, em 2009, à qual é atribuída a morte de centenas de milhares de pessoas, de acordo com a estimativa de especialistas.

As pandemias acontecem, em geral, quando há um vírus novo capaz de infectar seres humanos com facilidade e de ser transmitido de uma pessoa a outra de forma eficiente e continuada.

O novo coronavírus, pelo que se sabe até agora, tem essas características.

Assim, sem uma vacina contra o agente patogênico ou tratamento que possa prevenir a doença, conter a sua disseminação é crucial.

De acordo com a descrição da OMS, uma pandemia se caracteriza quando está se espalhando entre seres humanos em uma série de países. Ela acontece quando há o aparecimento de surtos localizados em diversas regiões do mundo ao mesmo tempo.

O novo coronavírus já chegou a 110 países e a todos os continentes, exceto a Antártida, e infectou mais de 113,7 mil pessoas, levando cerca de 4 mil delas à morte.

A OMS estima que 3,4% dos pacientes morrem por causa de covid-19. Mas alguns especialistas estimam que essa taxa de letalidade gire em torno de 2% ou menos.

No Brasil foram registrados, até terça-feira (10/3), 34 casos da doença em oito Estados: São Paulo (19), Rio de Janeiro (8), Bahia (2), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1), Alagoas (1), Distrito Federal (1) e Rio Grande do Sul (1). Outros 893 casos estão sob suspeita e 780 foram descartados.

Há seis casos de transmissão local, quando o paciente pegou o vírus no Brasil, em São Paulo (5) e na Bahia (1).

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Pandemias na história

A humanidade enfrenta pandemias pelo menos desde 1580, quando um vírus do tipo influenza, que causa gripes, surgiu na Ásia e se espalhou para a África, Europa e América do Norte.

Uma das pandemias mais graves já enfrentadas ocorreu entre 1918 e 1920. Estima-se que 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia da gripe espanhola, mais do que os 17 milhões de vítimas, entre civis e militares, da 1ª Guerra Mundial.

O exemplo mais recente foi a disseminação global do vírus influenza H1N1, que causou a pandemia da gripe suína, em 2009. Especialistas acreditam que ele tenha infectado milhões de pessoas e matado centenas de milhares.

Mas uma pandemia não se caracteriza pela gravidade da doença que ela causa.

“O principal fator é o geográfico, quando todas as pessoas no mundo correm risco”, diz a infectologista Rosana Ritchmann, do Instituto Emílio Ribas.

Pandemias são mais prováveis com novos vírus. Como não temos defesas naturais contra eles ou medicamentos e vacinas para nos proteger, eles conseguem infectar muitas pessoas e se espalhar facilmente e de forma sustentada.

O novo coronavírus preenche todos estes requisitos, na opinião do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em declarações dadas antes da declaração de pandemia da OMS.

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