O Brasil tomou a decisão estratégica (?) de exportar petróleo cru e importar derivados. Agora o preço do petróleo caiu drasticamente, o que reduzirá nossa receita com exportação do óleo bruto, e o dólar subiu de maneira igualmente drástica, o que aumentará nossas despesas com importação de derivados.
Não é preciso ser economista ou matemático para entender que o resultado será a deterioração da nossa balança de pagamentos.
Balança de pagamentos deteriorada, desindustrialização, subdesenvolvimento e “acordos” militares e comerciais que nos aprisionam: sem estratégia, o Brasil continua a andar para trás.
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Preço do petróleo tem maior queda desde a Guerra do Golfo
Após fracasso em negociação entre Opep e Rússia, Arábia Saudita anunciou aumento da produção e redução do preço do barril
DW Brasil — A difusão do novo coronavírus, a queda da demanda e a disputa entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia em torno de cortes na produção petrolífera fizeram despencar o preço do barril de petróleo do tipo Brent. A mercadoria se desvalorizou mais de 30% na manhã desta segunda-feira (09/03), a maior queda diária de preço desde a Guerra do Golfo, em 1991. Em consequência, os preços das ações nas bolsas de valores da Europa, Ásia e dos Estados do Golfo despencaram.
A Opep não conseguiu chegar a um acordo com a Rússia nesta sexta-feira, em Viena, sobre uma restrição dos volumes de produção. A Rússia rejeitou o corte de produção que a Opep propôs para tentar estabilizar o preço da mercadoria, após semanas de desvalorização, em consequência do surto do novo coronavírus, que desacelera os mercados mundiais e afeta a demanda por combustível.
Então neste domingo, o maior país produtor, a Arábia Saudita, membro da Opep, anunciou que aumentaria sua produção e reduziria acentuadamente o preço do petróleo, medida qualificada por analistas como espécie de retaliação à Rússia.
O preço do barril do petróleo do tipo Brent chegou a cerca de 31 dólares nesta segunda, e especialistas alertaram que pode cair para 20 dólares se a Opep e a Rússia não entrarem em acordo.
Investidores geralmente saúdam preços de energia mais baixos para empresas e consumidores. Mas a queda abrupta, em meio ao nervosismo por causa do coronavírus, abalou os mercados.
A forte queda do petróleo se refletiu no mercado de ações. As bolsas de valores do Golfo abriram em queda nesta segunda-feira. As negociações no Kuwait foram suspensas após o índice Premier ter caído 9,5%. Em Dubai, a queda foi de 9%, e em Abu Dhabi, de 7,1%.
Em Tóquio, o índice Nikkei desvalorizou 5,07%, a maior queda desde fevereiro de 2018. Na Austrália, a bolsa caiu 7,33%, maior queda desde outubro de 2008 durante a crise financeira.
Na China, o índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, abriu o pregão em recuo de 4%. As perdas foram menores em Xangai e Shenzhen.
O principais índices das bolsas de Londres e Frankfurt abriram em queda de mais de 8%.
MD/afp/efe/ap/dpa