Por Theófilo Rodrigues
Na manhã desta quarta-feira a candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela d´Ávila (PCdoB), encontrou-se com a prefeita de Barcelona, Ada Colau, para uma troca de experiências sociais e políticas sobre a gestão de cidades.
Para quem não conhece, Ada Colau foi eleita prefeita de Barcelona em 2015 e reeleita em meados do ano passado pela coligação “Barcelona em Comum”. Sua gestão trouxe para o centro do debate público o tema do direito à cidade, com forte ênfase nas questões habitacional, ambiental e de gênero.
Colau define esse projeto como “municipalismo”, pois, como costuma dizer, “as cidades são também o lugar para inovar-se politicamente: o lugar da proximidade e da vida cotidiana”.
Politicamente, Colau conseguiu estabelecer uma ampla aliança entre movimentos sociais e partidos de esquerda, como o Podemos.
De certo modo, essa agenda, social e política, é bem semelhante ao que Manuela d´Ávila tem construído em Porto Alegre.
Além de seu partido, o PCdoB, a pré-candidata feminista já conseguiu o apoio do PT e de diversos movimentos sociais. Nas próximas semanas pode ainda trazer o PSOL para a coligação.
Manuela lidera também o Movimento Comuns, que busca aproximar a sociedade civil e a juventude da política. Há aqui mais um ponto de encontro com a experiência espanhola. A própria Colau explica como nasceu o “Barcelona em Comum”:
“Queríamos fazer uma plataforma cidadã baseada em objetivos comuns, na qual muitas pessoas que nunca estiveram num partido político se sentissem à vontade, que conversamos sobre o que lhes interessa, sem ter que assinar um carnê para participar politicamente”.
De fato, a cidade é o local em que se opera a desigualdade, o preconceito e o autoritarismo em todas as suas dimensões. Enfrentar o desafio de construir uma cidade mais igualitária, sem racismo, sem machismo, sem sexismo, e em respeito ao meio ambiente está na ordem do dia. Hoje, Manuela d´Ávila é o melhor exemplo de que essa luta é possível.
Theófilo Rodrigues é cientista político.