Disputa pela liderança da Minoria cria novas tensões entre PT e PDT

Guimarães e Figueiredo. Divulgação.

No início da tarde de hoje, a coluna do Guilherme Amado, da Época, trouxe a seguinte nota:

PT TRAI PDT E PETISTA É O NOVO LÍDER DA MINORIA

Acordo previa que liderança fosse dos pedetistas

04/03/2020 – 13:24 / Atualizado em 04/03/2020 – 13:25

O PT traiu o acordo que foi feito no ano passado, para que o PDT ocupasse a Liderança da Minoria da Câmara neste ano e vai mesmo ocupar o posto — e sua penca de cargos.

José Guimarães será o novo líder.

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A notícia causou estranheza, ainda mais por aparecer no mesmo dia em que os partidos de oposição divulgavam uma nota falando em “união”; dentro os itens da nota consta: “definir uma pauta de atuação conjunta no Congresso Nacional em defesa do país”.

O Cafezinho entrou em contato com o deputado Mario Heringuer (PDT-MG), que detêm a segunda secretaria na mesa da Câmara dos Deputados, para confirmar se a notícia procedia.

Heringer confirmou que foi mesmo – segundo suas palavras – uma “pernada”, e acrescentou: “O PT insiste em ser PT. Não aprendeu nada”.

O deputado explicou, todavia, que não há nada definitivo, até porque os acordos envolvem posições nas mesas e comissões.

O líder do PDT na Câmara, o deputado André Figueiredo, fez um comentário seco , em sua conta de twitter:

“No momento adequado, vamos nos pronunciar sobre o assunto. Nada ainda resolvido em definitivo.”

Por mais que os deputados se contenham, todavia, o clima esquentou.

José Guimarães, o novo Líder da Minoria (ainda a ser confirmado, porém), é do mesmo Ceará que André Figueiredo, sem falar nos Gomes.

Segundo um acordo firmado no início de 2019, a vaga da liderança de Minoria seria agora do PDT, e o nome seria exatamente o de André.

A Liderança da Minoria é a verdadeira função de liderança da oposição. A vaga “Liderança da Oposição”, hoje sob comando do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), e que também deverá mudar de mãos, é apenas simbólica. A Liderança da Minoria é que possui prerrogativas no regimento, direito a secretários e tempo de fala.

Obviamente, as feridas da campanha de 2018, além das movimentações para as eleições municipais deste ano, além dos preparativos para 2022, já começam a entrar na conta das articulações entre os partidos.

Até o momento, o PDT fechou acordo com o PSB em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

O diretório do PT em Porto Alegre anunciou apoio a Manuela D’Ávila, do PCdoB, e provavelmente deverá apoiar Marcelo Freixo (PSOL) no Rio de Janeiro. Em Recife, há uma tensão entre PT e PSB ainda não resolvida, por causa das candidaturas de Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB). Há muita especulação se o PT usaria novamente  a candidatura de Arraes como trunfo para pressionar o PSB a apoiar candidatos do PT em outras capitais. O senador Humberto Costa, do PT, defende essa posição, ao passo que Lula, pelo que já foi divulgado, apoiaria a candidatura de Marília.

Redação:
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