– Israel vai às urnas hoje (2) para a terceira eleição no período de um ano. A eleição é vista como um referendo sobre a liderança de Benjamin Netanyahu, que atualmente sofre uma série de processos na justiça. Seu principal rival, Benny Gantz, até topa uma aliança com o partido Likud para saírem do impasse, mas condiciona a aliança à desistência de Netanyahu de seguir como premiê. Dificilmente um partido conseguirá os 61 assentos de 120 necessários do Knesset para formar governo.
– Um estudo de dois estudiosos do MIT Election Data and Science Lab, dos EUA, sobre integridade eleitoral, Jack Williams e John Curiel, concluiu que “não há nenhuma evidência estatística de fraude” nas eleições bolivianas realizadas no segundo semestre de 2019. Os estudiosos consideraram “extremamente falhos” os dados do relatório divulgado pela OEA sobre as eleições e que embasou o golpe realizado contra o presidente Evo Morales. Os resultados da pesquisa foram divulgados no jornal Washington Post de quinta passada (27). A OEA contestou a pesquisa e o chanceler brasileiro Ernesto Araújo chamou o estudo de “artigo de blog”.
– Joe Biden foi o grande vencedor das prévias Democratas realizadas na Carolina do Sul, região com forte eleitorado afro-americano. Biden veio de derrotas importantes em Iowa e New Hampshire e uma vice-liderança em Nevada. No entanto, ele não é o favorito para a “super terça” que acontece amanhã (3), quando 15 estados elegerão 40% dos delegados da Convenção Nacional que baterá o martelo no candidato do partido à Casa Branca. A vitória de Biden mina as esperanças de Bloomberg de ser mais competitivo na definição do candidato ou candidata, mas o mega bilionário continua na disputa. Quem desistiu da corrida foi o ex-prefeito de South Bend, Pete Buttigieg, ele também disputava o voto dos “moderados” junto com Biden e Bloomberg. O banqueiro da Califórnia, Tom Steyer, também consta entre os desistentes mais recentes. Com o acirramento da disputa, corre-se o risco de que nenhum candidato faça a maioria simples dos delegados, o que pode ensejar uma disputa judicial ao final. As pesquisas nacionais dão uma vantagem de 12% de Sanders sobre Biden no atual cenário, com outros competidores no páreo.
– Quase duas décadas após o “11 de setembro de 2001”, os EUA assinam um acordo com o grupo Taliban do Afeganistão. Calcula-se que 3 trilhões de dólares foram gastos com a guerra americana no país. E o que parece uma retirada absoluta das tropas americanas do país, não é bem assim. As tropas serão reduzidas de um contingente de 13 mil para 8.600 e somente daqui um ano e meio. Por outro lado, o presidente eleito do Afeganistão, mas não reconhecido pelo Taliban, Ashraf Ghani, afirmou um dia após a assinatura do acordo em Doha, ontem (1) que não vai libertar os cerca de 5 mil prisioneiros talibans conforme consta no acordo.
– Segue tensa a situação na fronteira da Síria com a Turquia, na região de Idlib, com forte presença curda. Os mais recentes ataques partiram da Turquia e abateram dois aviões sírios, além de atingir um aeroporto militar do exército sírio. Na semana passada, 33 soldados turcos morreram em confrontos com as forças sírias. Após os ataques, Erdogan fez um pronunciamento na TV dizendo esperar que Putin “tome as medidas necessárias, como um cessar-fogo, e que possamos encontrar uma solução para este problema”. Mas a Rússia já cansou de condenar as ações da Turquia e se pronunciar em aliança com Assad para tomada final do território sírio em uma guerra que já dura uma década. Enquanto ataca as posições sírias em Idlib, Erdogan abriu as portas de passagem dos refugiados sírios para a Europa, especialmente a Grécia. Estressando a relação com a Europa. Somente entre os últimos dias 28 e 29 cerca de 4 mil imigrantes vindos da Turquia foram barrados na fronteira com a Grécia. Segundo a Acnur o número de pessoas na fronteira pode ser de 13 mil hoje. Segundo o chanceler russo, Sergey Lavrov, há possibilidade de um encontro entre Erdogan e Putin esta semana. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu na sexta (28) e pediu um cessar fogo.
– A guerra contra o Covid19 vai ganhando contornos cada vez mais políticos. No portal chinês Global Times se lê hoje (2) que o secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo, está tornando um hábito culpar a China pelo vírus. A matéria diz ainda que os EUA seguem acusando a China e o Irã por censura de informações sobre o desenvolvimento das infecções pelo vírus e colocando outros países em risco. Ao tempo em que acusa a China, o presidente Trump é quem omite informações de seus cidadãos. Em sua entrevista coletiva sobre a primeira morte por coronavirus, no último sábado (29), ele omitiu a informação dada horas antes por seus assessores de que o vírus já circula entre cidadãos americanos, tendo sido verificado na Califórnia. Mais do que do coronavirus, Trump tem medo da verdade.
– Por falar em Covid19, enquanto escrevo estas notas, registram-se 89.197 casos em todo o mundo e um total de 3048 mortes. O número de pessoas recuperadas é de 45.155. A China continua sendo o país com o maior número de casos e vem seguido da Coreia do Sul, que possui hoje 4335 pessoas que testaram positivo para o vírus. Na sequencia vem a Itália com 1694 e o Irã com 978. O Brasil figura com dois testes positivos. Portugal confirmou hoje seu primeiro caso. Dois meses após o início do surto de Covid19 na China, o mundo contabiliza cerca de 80 projetos de pesquisa sobre remédios ou vacinas para derrotar o vírus.
– No Irã, em Bandar Abbas, ao sul do país, a população colocou fogo em um hospital que atende pacientes com coronavírus.
– Até agora, em se tratando de indústria na China e os efeitos do Covid19 sobre ela, os setores automobilístico e de equipamentos foram os mais afetados. O crescimento do primeiro trimestre do país pode ficar na casas dos 2% segundo matérias divulgadas pela Reuters e FrancePress.
– Tomou posse ontem, em Montevideo, Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, encerrando 15 anos de governos subsequentes da Frente Amplio. O presidente Bolsonaro participou do evento. Não foram convidados os presidentes de Cuba, Nicarágua e Venezuela.
– Por falar em Uruguai, uma matéria do El Observador traz que em 2020 o Brasil voltou a ser o principal destino das exportações do país. Mais por conta da queda de demanda da China do que qualquer outra coisa. Em 2019 as exportações totais do Uruguai para o Brasil haviam caído pelo terceiro ano consecutivo. O Brasil compra leite, arroz e carne do país vizinho.
– A população da América Latina e Caribe que era de 169 milhões em 1950, hoje é de 648 milhões e pode chegar a 767 milhões em 2058, são os dados do relatório da Cepal sobre evolução demográfica na região de 2019.