O deputado Glauber Braga (Psol-RJ), sempre destemido, chamou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de “capanga de miliciano”.
Alguns chegaram a achar exagero retórico de Braga, mas a atuação de Moro durante o motim miliciano no Ceará deu razão ao deputado carioca.
Nesta segunda-feira, ao comentar o fim do motim no estado, o ministro tentou puxar a sardinha toda para seu lado. Ao fazê-lo, porém, cometeu erros grosseiros.
Foram duas postagens que merecem ser comentadas.
Moro é um mentiroso contumaz. O governo federal não “esteve presente desde o início”. Ao contrário, um importante apoiador do motim, o deputado André Fernandes (PSL-CE), almoçava com o presidente momentos antes do atentando que por pouco não tira a vida de um senador da república. Ou seja, se o governo esteve presente “desde o início” foi como apoiador do motim.
E não, não prevaleceu o “bom senso, sem radicalismos”. Prevaleceu a lei e a ordem, porque a greve era criminosa, tanto por greve de polícia ser proibida como porque os métodos usados por esse motim, em particular, foram métodos típicos de bandidos e milicianos, como mandar fechar comércio e escolas, aterrorizar cidadãos, e proibir o trabalho da polícia.
O segundo tweet (que teve uma sequência):
O segundo tweet é de um delinquente irresponsável, porque procura tirar qualquer mérito dos superiores hierárquicos da polícia militar cearense, saber, o governo do estado e a assembleia legislativa. Ao fazê-lo, mais uma vez Moro age como “capanga de miliciano”.
Entretanto, ele vai mais longe. Ele não apenas ignora completamente que um senador da república sofreu um atentado com oito tiros de calibre ponto 40, dos quais três o atingiram (e duas balas permanecem alojadas em seu corpo), como inverte a narrativa, e fala em “ofender policiais ou atacá-los fisicamente”.
O constraste não poderia ser mais chocante: de um lado, um senador da república hospitalizado, com duas balas alojadas em áreas sensíveis de seu corpo, ainda correndo risco de vida; de outro, milicianos encapuzados que não sofreram nenhum ferimento, e no seguinte contexto: durante o motim dos policiais, quase 200 pessoas morreram assassinadas no estado, com o número de mortes violentas por hora tendo aumentado absurdamente em relação ao período anterior ao motim.