– Após vencer as três primeiras prévias democratas (Iowa, New Hampshire e Nevada), Bernie Sanders se transforma em alvo prioritário dos adversários internos no Partido Democrata. Começaram a pipocar nas redes declarações do senador em apoio a Cuba, União Soviética ou Nicarágua. Em um deles, Sanders aparece elogiando o combate ao analfabetismo realizado por Fidel Castro após a Revolução Cubana. Os ataques a ele foram reforçados ontem (26) durante o décimo debate democrata realizado na Carolina do Sul e que contou com sete candidatos: Sanders, Biden, Bloomberg, Buttigieg, Warren, Klobuchar e Steyer. De todo modo, novamente Sanders e Warren se saíram bem no debate. Bloomberg saiu das cordas e os demais foram inexpressivos. Foi um debate bastante temperado por questões de política externa, novidade. A universalização do acesso à saúde e educação como “ensinamento cubano” deu o que falar.
– Em discurso anual sobre a situação global dos direitos humanos, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou a situação de violações aos direitos humanos no Brasil. Ela citou também os ataques à sociedade civil e aos movimentos sociais no Brasil. O país foi incluído em uma lista de 30 países que geram mais preocupações. A Embaixadora que representa o Brasil na ONU não estava presente durante a fala de Bachellet. (com infos de Jamil Chade). Foi nesta mesma reunião do Conselho de Direitos Humanos que a Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Brasil, Damares Alves, se retirou durante o discurso do chanceler Jorge Arreaza pela delegação venezuelana como forma de “protesto”.
– Tomará posse no próximo domingo 1º. de março o novo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. Representante da direita neoliberal no país, Pou é membro do Partido Nacional (blanco) e é filho de Luis Alberto Lacalle que governou o Uruguai entre 1990 e 1995 com clara aplicação das políticas neoliberais do “consenso de Washington” no país. Sua mãe, Julia Pou, foi senadora também pelos blancos. Lacalle Pou foi deputado e senador no período de governo da Frente Amplio no país e nunca votou a favor de nenhuma lei de cunho social. Nas internas do seu partido em 2014 venceu o pré-candidato favorito, Jorge Larrañaga, mas perdeu nas urnas para Tabaré Vazquez, quem agora lhe passará a faixa presidencial. Até o momento a participação de Bolsonaro na cerimônia está confirmada, diferente da cerimônia de posse de Alberto Fernández na Argentina, quando Bolsonaro enviou Mourão. Já Fernández não irá à posse de Pou, pois coincide com o discurso que vai proferir na abertura dos trabalhos legislativos na Argentina. Os dois presidentes se falaram por telefone ontem (26) e segundo informações da imprensa argentina, acordaram um encontro poucos dias após a posse. Mujica também não irá à posse de Pou.
– A Itália é hoje o principal foco do Coronavírus fora da Ásia. Hoje são 528 casos confirmados e 14 mortes no país. Inclusive o único brasileiro que testou positivo para o vírus, um homem de 61 anos, chegou de lá no Brasil na sexta de carnaval (21). O caso brasileiro é o primeiro em toda América Latina. Os números globais são de cerca de 82.171 mil pessoas infectadas em todo o mundo, sendo 78.49 na China e quase 2804 falecidas, igualmente com preponderância na China. O segundo país com mais infectados é a Coreia do Sul com 1595 casos No Oriente Médio preocupa a situação no Irã, que emerge como o país com o maior número de casos e é um país com intensa circulação na região. A doença continua causando preocupações econômicas mundiais. De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo, mais de 200 mil voos já foram cancelados desde o início da epidemia causando um impacto de 30 bilhões de dólares. Há informações de que vacinas produzidas tanto na China, como EUA e Rússia, podem começar a ser testadas em abril (com infos do Meio). Segundo o pneumologista Zhong Nanshan, chefe da equipe de médicos especialistas da Comissão de Saúde da China, o país espera ter o surto sob controle no final de abril. A OMS ainda não decretou pandemia.
– Ainda sobre o covid-19, a partir de hoje (27) está temporariamente suspensa a entrada de peregrinos que pretendam visitar a mesquita do profeta Maomé na Arábia Saudita, assim como outros lugares sagrados do Islã em Meca e Medina. Turistas que venham de países afetados pelo vírus também estão proibidos de entrar no país. As medidas foram tomadas faltando poucos meses para o “hach”, a grande peregrinação anual a Meca.
– Começam na próxima segunda (2) em Bruxelas as negociações entre a União Europeia e o Reino Unido após o Brexit. O tema da fronteira irlandesa é um dos mais espinhosos como já se sabe por ser a única linha terrestre entre o bloco e o Reino Unido e exigir uma complexa infraestrutura de funcionamento em uma região que é historicamente tensa. Segundo o porta-voz do primeiro ministro Boris Johnson o “principal objetivo do RU nas negociações é garantir que restauremos nossa independência econômica e política em 1º. de janeiro de 2021”.
– O primeiro ministro grego Kyriakos Mitsoatakis quer gastar 500 mil euros para construir uma barreira flutuante no Mar Egeu para impedir passagem de “contrabandistas”, mas que na verdade servirá para evitar a chegada de migrantes que vem da Turquia. Um site do governo descreve a barreira com mais três quilômetros com luzes piscantes e monitorada pelo ministério da defesa.
– Cerca de 50 autoridades europeias, entre ex-primeiros ministros, ex-ministros de relações exteriores, ex-dirigentes da Comissão Europeia, ONU e OTAN assinaram uma carta pública em que pedem à União Europeia um duro rechaço ao Plano do Século de Trump para o Oriente Médio por considerar que seria a oficialização de um apartheid aos palestinos, em comparação com o que foi feito aos sul-africanos.
– Continua a tensão em Idlib, na Síria, fronteira com a Turquia. O confronto entre Erdogan e Assad, mediado por Putin e abandonado por Trump parece ser a cara do final da guerra da Síria. Segundo o articulista Pepe Escobar, a situação revela um conflito de maiores proporções entre a OTAN e a Rússia e isso tem sido encoberto por uma cobertura ocidental descontextualizada sobre o deslocamento de cerca de 1 milhão de civis da região.
– Foi enterrado ontem (26) no Egito, o ex-presidente Hosni Mubarak que dirigiu o país por quase 30 anos até cair em 2011 durante a Primavera Árabe.