Na Reuters:
Dólar fecha em recorde de R$4,44 com temores por coronavírus e apesar de intervenção do BC
Por Luana Maria Benedito
3 MIN, DE LEITURA
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou em alta de mais de 1% nesta Quarta-feira de Cinzas, impulsionado pelos temores sobre a rápida expansão do coronavírus pelo mundo, renovando sua máxima recorde para fechamento apesar de intervenção extraordinária do Banco Central.
O dólar interbancário saltou 1,16%, a 4,4441 reais, maior patamar para um encerramento da história, e chegou a bater 4,4484 na máxima do dia. Na B3, o dólar futuro, que é negociado até as 18h, avançava 1,18%, a 4,4435 reais.
Nesta sessão, o crescente número de casos de coronavírus pelo globo foi gatilho para uma onda de aversão a risco, principalmente com aumento de casos fora da China, onde surgiu a doença. Até esta sessão, o número de mortos na Itália havia ultrapassado 19 e novos casos na Coreia do Sul superaram 1.260.
No Brasil, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou nesta quarta-feira o primeiro caso de infecção em São Paulo, de um homem de 61 anos que esteve na Itália.
Em nota, a Correparti Corretora disse que o movimento desta quarta-feira reflete ajuste “aos dias fechados aqui pelo feriado de Carnaval, após estresse nos mercados internacionais na segunda-feira e ontem, devido à disseminação do coronavírus em vários países fora da China, incluindo o Brasil.”
No exterior, o dia foi marcado pela força da moeda norte-americana, que avançava contra boa parte das divisas arriscadas, como dólar australiano, peso mexicano, lira turca e rand sul-africano, sinal da cautela global.
Em tentativa de frear a disparada do dólar, o Banco Central realizou nesta sessão leilão extraordinário de swap tradicional, em que vendeu todos os 10 mil contratos ofertados, com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020.
A autarquia também anunciou oferta de até 20 mil contratos para quinta-feira, com vencimentos semelhantes.
Segundo a corretora Commcor DTVM, esses leilões extraordinários são “sinalização de vigilância àqueles que tendem a se aproveitar do cenário para elevar a cotação da divisa norte-americana por aqui”.
Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, disse em entrevista à Reuters que o comportamento do dólar daqui para frente dependerá de possíveis novas atuações do BC.
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Ibovespa despenca mais de 5% após pausa de Carnaval
Por Peter Frontini
2 MIN, DE LEITURA
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa despencava mais de 5% nesta quarta-feira, com as ações domésticas tendo um realinhamento de preços aos mercados globais, que caíram forte nos últimos dias, quando a bolsa brasileira esteve fechada devido ao Carnaval.
Às 14:50, o Ibovespa caía 5,34%, a 107.606,30 pontos. O giro financeiro da sessão era de 11 bilhões de reais.
A bolsa paulista retomou os negócios na encurtada sessão desta Quarta-feira de Cinzas refletindo a preocupação global com o surto do coronavírus, que se intensificou nos últimos dias. No pior momento, o Ibovespa tocou a mínima desde novembro.
Mercados Internacionais sofreram no início desta semana diante da disseminação do vírus, com a Ásia registrando centenas de novos casos, enquanto os Estados Unidos alertaram para a possibilidade de uma pandemia.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou nesta manhã o primeiro caso da doença no Brasil, um homem de 61 anos que esteve na Itália, país que já teve 19 mortes pela doença. Ele está em isolamento domiciliar em São Paulo.
Para Raphael Guimarães, operador de renda variável da RJ Investimentos, a queda do Ibovespa foi reduzida devido à reação parcial em Wall Street. O índice Dow Jones e o S&P 500 ganhavam 0,5%.
“Mantemos a visão de longo prazo positiva, mas como estamos observando os impactos na conjuntura econômica é difícil tentar projetar cenários”, afirmou Guimarães.
DESTAQUES
– PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíam 7,3% e 8%, respectivamente, refletindo a aguda queda nos contratos futuros do petróleo nos últimos dias.
– AZUL PN desabava 11,2%, maior queda do índice, enquanto GOL PN aparecia logo em seguida, com recuo de 10,7%.
– ITAÚ UNIBANCO perdia 3,9%, enquanto BRADESCO PN tinha desvalorização de 3,3%, e SANTANDER BRASIL caía 5,6%.
– VALE ON perdia 8%, acumulando queda de mais de 13% no ano. CSN
– MARFRIG ON recuava 5,6%, mas ainda acumulando valorização de mais de 20% em fevereiro. JBS ON perdia 7,3% e BRF FOODS ON recuava 5,5%.