Em entrevista, Lula comenta episódio em Sobral: “não subiria num trator para fazer o que ele fez”

A entrevista foi feita pelo jornalista Jamil Chade e pode ser lida aqui.

Não foi divulgado nenhum vídeo, por enquanto, o que dificulta um pouco uma análise mais precisa da opinião do ex-presidente. Essas entrevistas transcritas em forma de reportagem oferecem sempre o risco de alguma confusão.

Sobre o caso que mobilizou as redes sociais no país, Lula disse que ligou para Cid Gomes para prestar solidariedade.

Lula, porém, procurou se distanciar do ato, ao afirmar que não “subiria num trator para fazer o que ele fez”.

Logo em seguida ponderou que “também não sabe qual estado de ânimo”.

O ex-presidente também foi moderado em relação aos policiais. Lula preferiu não pesar o fato de que estavam encapuzados, incendiando carros, roubando veículos em quarteis, furando pneus de motos e viaturas da própria polícia, mandando o comércio fechar portas, e aterrorizando a população de Sobral.

“Eu já acho que policial não deveria fazer greve. Mas, se faça, que deixe a arma em casa”, defendeu o ex-presidente.

Um trecho:

O ex-presidente também deu uma opinião controversa sobre militares e a legalidade. Depois de criticar o general Heleno, Lula disse que no “tempo do regime militar, eles [os militares, ou os generais] tinham mais respeito pela Constituição. Tratavam da ordem democrática com um pouco mais de sensibilidade. Com todos os erros da tortura, mas não era a grosseria, o fanatismo que temos agora. Isso me deixa preocupado”.

A fala é uma lamentável tolice. A tortura nos tempos da ditadura não pode ser descrita como “erros” do regime, e evidentemente não se pode compará-la à “grosseria” atual de alguns generais. 

Quanto ao “respeito pela Constituição”, igualmente não há comparação. Uma coisa é termos alguns generais que ocupam cargos no governo falando besteira. Outra é generalizar a expressão e aplicá-la a centenas, milhares de oficiais, que evidentemente não aprovam a postura do general Heleno. De maneira geral, até o momento, as Forças Armadas, com tristes (embora ruidosas) exceções, tem se mostrado muito respeitosas do regime democrático e da Constituição. Compará-las a seu comportamento durante o regime militar é um insulto à inteligência. 

Outro trecho:

Redação:
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