Os números da demanda por bens industriais (que medem o dinamismo das indústrias nacionais) divulgados pelo IPEA hoje são negativos, de maneira geral. Houve queda no consumo aparente no acumulado do ano de 0,2%, com ênfase nos bens nacionais, cuja demanda caiu 1%.
Alguns setores importantes, no entanto, registraram números positivos em 2019, como o de máquinas e equipamentos, cujo consumo de bens industriais cresceu 7,7% em 2019. Houve alta também nos setores de aparelhos elétricos (2,9%), metalurgia (2,6%) e veículos (2,5%).
Os níveis de demanda, todavia, ainda estão muito abaixo daqueles registrados em 2012 e 2013.
O Brasil ainda precisa crescer um bocado para voltar à 2012…
No Ipea
Indicador Ipea registra queda de 4,9% na demanda por bens industriais em dezembro de 2019
11/02/2020 10:09
Ano termina com recuo de 0,2% no indicador, resultado superior ao da produção industrial
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga mensalmente o Indicador de Consumo Aparente de Bens Industriais, que mede a produção industrial interna não exportada, acrescida das importações. Os dados apresentados nesta terça-feira (11/02) mostram que, em dezembro, houve recuo de 4,9% na demanda por bens industriais, em relação a novembro. Com isso, o quarto trimestre de 2019 terminou com retração de 1,6%, enquanto o acumulado em doze meses encerrados em dezembro registrou ligeira queda de 0,2%, desempenho superior ao da produção industrial (-1,1%), medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física, do IBGE.
Ambos os componentes do consumo aparente tiveram desempenho negativo: a demanda por bens nacionais recuou 4% frente a novembro, e as importações de bens industriais caíram 6,2%. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, embora os componentes também tenham apresentado queda, o quatro trimestre de 2019 encerrou-se com um resultado 1,6% superior.
Nas grandes categorias econômicas, o fraco desempenho foi disseminado entre os segmentos de bens de capital (-6,8%), bens intermediários (-0,3%) e bens de consumo (-1,4%). Na comparação com dezembro de 2018, o único resultado negativo foi o de bens de capital (-1,7%). A maior alta foi do segmento de bens duráveis (7,7%).
Com relação às classes de produção, enquanto o consumo aparente de bens da indústria de transformação caiu 1,3%, a extrativa mineral teve retração de 20,1% em dezembro (frente a novembro). Treze dos 22 segmentos da indústria de transformação avançaram, com destaque para “artigos de vestuário e acessórios”, com alta de 39,3%, e para o segmento alimentos, com queda de 4,2%. No acumulado em doze meses, doze segmentos apresentaram variação positiva em 2019, com destaque para máquinas e equipamentos (7,7%), aparelhos elétricos (2,9%), metalurgia (2,6%) e veículos (2,5%).
Para o autor do estudo e pesquisador do Ipea, Leonardo Mello, embora os resultados em dezembro tenham mostrado mais uma flutuação negativa, a demanda por bens industriais encerrou o ano registrando um desempenho superior àquele observado na produção interna. “Parte desse resultado foi explicado pelo crescimento de 3,4% das importações de bens industriais em 2019. Além disso, enquanto a indústria de transformação encerrou o ano com alta de 0,6%, as indústrias extrativas exerceram influência negativa, recuando 4,8%”, afirmou.