No canal do Poder 360:
O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, concedeu entrevista ao programa Poder em Foco. A gravação foi em 10 de dezembro de 2019 e o programa foi exibido em 2 de fevereiro de 2020.
Na entrevista, Kakay afirma ser contra o fim da prescrição de crimes depois de decisão da 2ª Instância da Justiça. A extinção do mecanismo, diz, faria os processos demorarem ainda mais. “Se nós tirarmos o instituto da prescrição, estaremos favorecendo que o processo não termine nunca porque o Estado deixa de ter interesse em agilizar”, declarou.
O advogado de centenas de figuras públicas declarou que, se o STF entender que há o fim da prescrição depois da condenação em 2ª Instância, estará fazendo uma “política compensatória”. Para o criminalista, “o Supremo Tribunal Federal pode muito, mas não pode tudo”, quando quer atender a 1 desejo popular.
Defensor de 4 ex-presidentes, criticou o fato de Legislativo voltar a discutir a prisão após 2ª Instância logo depois de o STF retornar ao entendimento de que ela é proibida. “Depois que acaba o julgamento, já começar a pensar em mudar a Constituição é prematuro e demonstra insegurança jurídica que não faz bem para a democracia”, declarou.
Sobre a Lava Jato, Kakay, que é defensor de diversos investigados, criticou supostos excessos da força-tarefa de Curitiba e do ex-juiz Sergio Moro. “O excesso de poder, especialmente por parte da força-tarefa e por parte do juiz […] fez com que a operação tivesse muitos desvios e muitos excessos”, afirmou.
Sobre a possibilidade de Moro vir a se tornar ministro do STF, o advogado diz que o ex-juiz não tem todos os requisitos para ocupar uma cadeira da Corte Suprema. “Eu e boa parte da comunidade jurídica [achamos isso]“.
Apesar de ser crítico do governo do presidente Jair Bolsonaro e de tudo que ele representa, Kakay diz ser contra grupos que defendem o impeachment do militar.
Leia relato completo da entrevista aqui.
https://www.youtube.com/watch?v=gfHeWXS0qK8
Alexandre Neres
04/02/2020 - 23h24
Francamente, Alan, na boa.
O papel que o Kakay representa na luta pela democracia, partindo do pressuposto de que é um advogado de destaque, dos mais renomados que atuam nos tribunais superiores, faz com que não mereça ser atacado de forma leviana. Entre outros casos, defendeu a Carolina Dieckman naquele crime virtual de que foi vítima e foram vazadas suas fotos íntimas.
Ao lado de outros grandes advogados como Alberto Toron, Pierpaolo Bottini, apontaram os abusos da Organização Criminosa mais famosa que existe e do juiz ladrão quando ninguém tocava no assunto. Independentemente de seus clientes, dentre os quais que eu saiba não está o Lula, estão dando a cara a tapa, se expondo ante um judiciário pra lá de conservador, correndo o risco de serem retaliados, até porque antes a LJ era unanimidade, hoje só beócios e analfabetos jurídicos a defendem.
A defesa desse grupo não se limita aos seus clientes, mas estende-se ao estado democrático de direito em sua luta contra o estado policialesco e na defesa da advocacia. Não se trata de uma luta específica da esquerda, se relaciona mais com os direitos e garantias fundamentais de todos os cidadãos, uma das principais pedras de toque do liberalismo.
Kakay adora citar o poeta Manoel de Barros — “Quem anda no trilho é trem de ferro. Sou água que corre entre pedras – liberdade caça jeito.”
Alan C
03/02/2020 - 21h23
Esse é mais um que reza pra São Lula da Silva.
Paulo
03/02/2020 - 22h15
Na verdade é só interesse. É mais um oportunista de ocasião…
Alan C
04/02/2020 - 15h59
Ele foi advogado do Lula numa dessas acusações mequetrefe que inventaram, nem me lembro mais qual foi, então o interesse dele é legítimo, ganhar a causa que ele está atuando, até aí não vejo nada de mais, o que me enoja é esse tratamento de quase divindade que o Lula recebe.
O site do PT247 vende um livro surreal de ligando Lula a espiritualidade, eu fico pasmo como a militância petista cai nesse discurso rasteiro e aproveitador.
Paulo
04/02/2020 - 20h41
Toda a esquerda foi doutrinada desde a juventude (raramente alguém se torna esquerdista na maturidade, pode ocorrer com bem mais frequência o contrário), e, aí, quando cresce, ou se torna um dirigente partidário de prestígio, e continua incutindo e propagandeando o discurso “progressista”, para permanecer no poder – com todas as benesses e acomodações que ele traz -, enquanto não mais acredita naquilo que prega; ou então se torna um mero militante (seja de rua, seja de internet), e não consegue mais sair da bolha (este Blog é um dos poucos que consegue, talvez o único). Mas não é o caso do “adevogado”, não. Esse sabe muito bem o que quer e já garantiu seu patrimônio mamando na seara esquerdista…
Paulo
03/02/2020 - 19h33
“Adevogado” sendo “adevogado”…