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José Carlos Assis: a sabotagem na Cedae

A SABOTAGEM NA CEDAE Por J. Carlos de Assis Um antigo provérbio romano diz: Se queres a paz, prepara a guerra! Podemos, no Rio , reformular o provérbio: Se queres privatização, degrada a empresa a ser privatizada. O governado do Estado, Wilson Witzel, seguiu à risca esse conselho na área de saneamento. Determinado a privatizar […]

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A SABOTAGEM NA CEDAE
Por J. Carlos de Assis

Um antigo provérbio romano diz: Se queres a paz, prepara a guerra! Podemos, no Rio , reformular o provérbio: Se queres privatização, degrada a empresa a ser privatizada. O governado do Estado, Wilson Witzel, seguiu à risca esse conselho na área de saneamento. Determinado a privatizar a Cedae por exigência do Governo federal, ouviu de algum áulico, provavelmente o próprio presidente da Cedae, o conselho de desinvestir propositadamente na empresa, para degradá-la aos poucos; porém, em nível insuficiente para matar.

Hélio Cabral Moreira, o presidente suspeito de corrupção nomeado por Witzel, não é um assassino na acepção semântica do termo. Afinal, nada fez para matar os 9 milhões de consumidores de água na Região Metropolitana do Rio. Era só ferir. Caridoso, deu a dose exata para desmoralizar a Cedae, depreciá-la no mercado e preparar o processo de venda. Para esconder as pistas de envolvimento do governador, aconselhou-o a passar férias nos Estados Unidos com menos de um ano no cargo de governador. É o crime quase perfeito.

O que estraga a festa são um químico, Nelson Furtado, e um sanitarista, Clóvis Nascimento, que, junto comigo, começaram a fazer perguntas. A primeira era por que um pequeno rio altamente poluído, alimentador do Guandu, poderia ser o culpado pelo gosto de terra e a forte coloração da água. O intrigante com essa desculpa é que esse alimentador poluído deságua há décadas no Guandu, e nada explica que venha a manifestar-se como culpado justamente quando o governador do Estado vai passar férias mal explicadas nos EUA.

Outra explicação é que isso seria natural, e tudo se resolveria na próxima quinta-feira. Para quem não é idiota, estamos diante da possibilidade de um antídoto planejado. Sim, porque, repetindo outra vez, o presidente da Cedae e o governador do Estado não querem matar ninguém. Querem privatizar a Cedae, o que já está sendo celebrado pelo jornal O Globo. Isso fica mais patente quando se contabilizam os “altos investimentos” que o Estado, a despeito de quase falido, está despejando no Globo, bem acima dos investimentos na Cedae.

Falemos da água propriamente dita. O problema foi detectado de uma vez e está terminando na próxima semana. Muito suspeito. Se consideramos que a água, no mundo, se tornou uma commoditie mais valiosa que o petróleo, dada a dependência permanente da humanidade de seu suprimento, podemos suspeitar que o incidente na Cedae não é uma casualidade, mas um crime perpetrado por multinacionais para acabar de tomar conta dos mananciais brasileiros. Acabar de tomar conta, porque o processo de apropriação já começou.

Não é que eu seja contra as multinacionais da água. Jamais pensaria que, com o dinheiro que tem, fossem corromper gente como o governador Witzel e o presidente Hélio Sobral Moreira. Coisas como corrupção de governador e seus executivos só acontecem com bandidos declarados como Cabral, apanhado depois do roubo, ou em empresas como a Petrobrás, administrada por títeres em favor de seus acionistas estrangeiros. Esse problema da água só pode ser fortuito. É uma coincidência armada pelo diabo para prejudicar Witzel.

Aves de rapina de todo o mundo estão circulando nos ares da Pátria esbulhada, à cata de reservas de água detectáveis por aparelhos de alta tecnologia. Enquanto isso, o máximo de serviço de informação que temos é o general Heleno, que tem no currículo o massacre de 60 haitianos por causa de uma revolta. Pois bem, são ossos do ofício. Mas seriam ossos do ofício condenar Lula à morte numa mesa de jornalistas, apenas para demonstrar a Bolsonaro que é mais macho que ele? Seria melhor ir cuidar das águas nacionais, general/ministro!

O centro real e definitivo da corrupção no Brasil transcende a Cedae. É o grupo financeiramente degenerado de Paulo Guedes, que ousou montar uma lista de 17 estatais a serem privatizadas a toque de caixa, a maioria estratégica (Petrobrás, Eletrobrás) ou de alto interesse público (como Serpro e Dataprev). Gente como Castello Branco, no BNDES, e Roberto Campos, no Banco Central, valeriam prisão perpétua por corrupção por crime de lesa pátria, se o nosso Código Penal estivesse atualizado. Como não está, só resta que sejam expelidos do governo junto com Guedes e o próprio Bolsonaro, o chefe da organização criminosa.

A degradação planejada da Cedae está no contexto geopolítico da luta pela água e no cerne do programa mundial de privatização orquestrado pelas multinacionais e ideólogos privatistas do Forum de Davos. Fiquemos atentos ao que Paulo Guedes vai dizer nessa edição do Forum, talvez uma reafirmação de sua intenção de vender tudo, inclusive o Palácio do Planalto. Sugiro que o pessoal que domina o inglês escreva cartas para Greta Thunberg, a “pirralha”, fim de que ela faça, por nós, o libelo acusatório do ministro nazista, que só não se descobriu ainda, como tal, porque fica escondido na patacoada econômica de que é doutor.

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Comentários

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fulano

24/01/2020 - 16h37

Tem que vender tudo mesmo e acabar com o cabide de empregos dos esquerdistas militontos que não trabalham e acham que o molusco é santo.

    Mike

    31/01/2020 - 16h36

    Se nao me engano sao mais de 35 anos d governos d direita no Rio e na cidade nunca houve governo petista ou de outra esquerda, então onde estao os esquerdistas nessas empresas estatais? Vc prefere dirigir Uber ou ter emprego estável e seguro?

Ana Paula Braga

20/01/2020 - 17h29

O processo de destruição do Brasil corre acelerado diante da inação da população, da cumplicidade do Legislativo e do Judiciário e do apoio escancarado da mídia nativa.

Paulo

20/01/2020 - 17h02

Também achei estranha essa situação “casuística” da água no RJ…


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