Enquanto quebrava a industria nacional, Lava Jato aliviou para empresa holandesa

Rio de Janeiro - Leonardo Cardoso de Freitas, procurador da República, durante apresentação de denúncia contra 12 pessoas relacionadas ao esquema de propina entre a Petrobras e a SBM Offshore (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Um dos grandes indicadores de que a Lava Jato quebrou empresas inacionais é o tratamento que a operação deu para as empresas internacionais.

Gigantes internacionais do mercado do petróleo foram poupadas da fúria de Moro e Cia. Um caso bem emblemático é da holandesa SBM, que é sabidamente culpada e não teve nenhum impacto a sua imagem no país.

(Pelo contrário, com a paralisação das obras da Petrobrás dentro do país, fim do conteúdo local, a SBM foi uma das grandes beneficiadas, sendo uma das principais operadoras responsável por explorar o Pré-Sal.)

Desde 2015, o foco do governo brasileiro foi fechar acordo de leniência com a holandesa, sem espetáculo midiático e com uma velocidade impressionante, já liberando a empresa em 2015.

A Lava Jata até tentou chiar em 2016 por ter ficado de fora do acordo, utilizando sua assessoria informal de imprensa para demonstrar insatisfação com o ocorrido. Mas não passou disso.

Nada de delações premiadas estrangeiras. Não vimos nenhum espetáculo a lá Mãos Limpas para guiar a opinião pública (aliás, recomendo o video do Normose sobre o tema, coloquei no fim do texto). Não sabemos o nome de nenhuma CEO da empresa e raramento vimos SBM nos noticiários.

Ao invés de negociar com o jurídico das grandes empreiteiras, Moro, Dallagnol e companhia escolheram explorar a delação, arrastando a investigação e destruindo a imagem das empresas nacionais.

Por isso quebraram a industria do petróleo.

Temos notícias de leniênica da SBM desde 2015 até os dias de hoje, repito, sem nenhum prejuízo a imagem da holandesa. E sabemos que no mercado a imagem vale ouro.


Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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