É uma das primeiras pesquisas para grande capital feita por um dos institutos mais sérios do país, o Datafolha, e por isso a sua importância extravasa para fora do Rio de Janeiro.
Com ela, será possível ter alguma noção melhor sobre a dinâmica para 2020, sobretudo das cidades do Sul e Sudeste, e das capitais de maneira geral; quando a íntegra estratificada por publicada, teremos ideias de como votarão as diferentes categorias de renda do eleitorado.
Um primeiro fator que chama atenção é a disputa de rejeição dos supostos “padrinhos” políticos: Bolsonaro, Witzel, Edir Macedo, Lula, competem duramente neste quesito: mais de 60% dos entrevistados pelo Datafolha, no Rio de Janeiro, afirmaram que não votariam em candidatos apoiados por algum destes. A boa notícia para os defensores do Estado laico é que, no caso de Edir Macedo, este percentual chega a mais de 80%, o que neutraliza sua influência para as eleições do Rio de Janeiro em 2020.
A má notícia para o campo progressista é que Lula, em quem o candidato Marcelo Freixo parece depositar grandes esperanças, também não agrega muito: 61% dos entrevistados do Datafolha disseram que não votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente.
Entretanto, 19% responderam que votariam “com certeza” num candidato apoiado por Lula, o que é um percentual que pode garantir uma vaga no segundo turno.
Por outro lado, 60% dos entrevistados também afirmaram que não votariam em alguém apoiado por Bolsonaro, de maneira que o jogo fica mais ou menos zerado em se tratando da polarização principal do país.
Segundo a pesquisa, 13% dos entrevistados votariam “com certeza” num candidato apoiado por Bolsonaro, e mais 25% “talvez” votassem .
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No cenário principal da tabela de intenção de votos, Eduardo Paes sai na frente, com 22%, seguido de Freixo, com 18%. Crivella e Martha Rocha tem 8% e 7%, respectivamente.
Benedita da Silva tem 4%.
Vale notar que, segundo o Datafolha, Freixo tem 34% entre mais jovens e moradores da zona sul. O que define o voto no Rio, todavia, é o eleitorado da zona oeste, em especial nos bairros de Bangu e Santa Cruz, que tem altíssima densidade demográfica.
É importante notar ainda que os 25% que responderam não votar em nenhum desses candidatos dão ao cenário uma instabilidade que promete surpresas e reviravoltas.
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O Datafolha fez outros cenários. No caso de uma candidatura unificada de PT e PSOL, a pontuação de Freixo oscilaria 2 pontos para cima, mas também a de Paes subiria 2 pontos. Crivella e Martha igualmente oscilariam 1 ponto para cima.
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Num terceiro cenário, com ainda menos candidatos, sem Martha e sem um candidato representando o grupo político do governador Wilson Witzel, Paes subiria para 27%, abrindo uma diferença maior em relação a Freixo, que ficaria com 21%.
Em todos os cenários Crivella mantém uma performance muito baixa para alguém que ocupa o cargo.
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