A distribuição da riqueza nacional por município

Cafezinho: no site interativo dos municípios, achei esses interessantes mapas sobre a indústria de transformação no país, e sobre a variação na participação dos municípios no PIB do país, entre 2002 e 2017. Clique nas imagens para ampliar.

Em 2017, São Paulo (SP) tinha o maior PIB e Paulínia (SP), o maior PIB per capita do país

Editoria: Estatísticas Econômicas

13/12/2019 10h00 | Última Atualização: 13/12/2019 10h03

Agência IBGE — Em 2017, ¼ do PIB do país vinha de apenas sete municípios e o líder destes era São Paulo (SP) responsável por 10,6% do PIB do país que, nesse ano, chegou a R$ 6,583 trilhões. Já o município com o maior PIB per capita foi Paulínia (SP) (R$ 344.847,17).

A densidade econômica do país era de R$ 774 mil / km². Osasco era o município com a maior densidade, gerando R$ 1 bilhão por quilômetro quadrado (km²). De 2002 a 2017, Osasco também foi o município com o maior aumento de participação no PIB do país (0,3 ponto percentual), impulsionado, principalmente, pelos Serviços.

A atividade econômica na Cidade-região de São Paulo, que reúne 92 municípios adjacentes com forte interação, gerava o equivalente a 1/4 do PIB do país.

Essas são algumas informações do Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios 2017.Os 24 mapas sobre este estudo estão disponíveis na plataforma geográfica interativa do IBGE.

Sete municípios concentram um quarto do PIB do país

Em 2017, sete municípios somaram 24,4% do PIB do Brasil e 13,6% da população: São Paulo (SP) com 10,6%, Rio de Janeiro (RJ) com 5,1%, Brasília (DF) com 3,7%, Belo Horizonte (MG) com 1,4%, Curitiba (PR) com 1,3%, Osasco (SP) com 1,2% e Porto Alegre (RS) com 1,1%.

Os 69 municípios com os maiores PIBs representavam, aproximadamente, ½ do total (49,8%) e um pouco mais de 1/3 da população do País. Já em 2002 apenas quatro municípios somavam quase ¼ da economia nacional. Já os 1 324 municípios de menores PIBs responderam, em 2017, por cerca de 1,0% do PIB do país e por 3,1% da população brasileira.

A análise da distribuição do PIB por concentrações urbanas (arranjo populacional com mais de 100 mil habitantes, reunindo uma ou mais cidades com alto grau de integração, devido aos deslocamentos para trabalho ou estudo) permite verificar que ¼ da produção econômica do País em 2017 estava em apenas duas delas: São Paulo/SP (17,3%), onde se situa, entre outros, o município de Osasco (SP); e Rio de Janeiro/RJ (7,7%).

As 10 maiores concentrações urbanas brasileiras compõem cerca de 43% do PIB, sendo elas: São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Brasília/DF, Belo Horizonte/MG, Porto Alegre/RS, Curitiba/PR, Campinas/SP, Salvador/BA, Recife/PE e Fortaleza/CE.

Osasco é líder em densidade econômica, com R$ 1 bilhão /km²

A densidade econômica no país, em 2017, foi de R$ 774 mil /km² enquanto nas concentrações urbanas, esse valor é 10,5 vezes maior: R$ 8,2 milhão /km². Na Amazônia Legal, região com extensas áreas de baixa ocupação, este valor fica em 114 mil R$/km².

Dos 10 municípios com as maiores densidades econômicas, sete estavam na grande concentração urbana de São Paulo/SP, e Osasco (SP), com mais de R$ 1 bilhão /km², tinha o maior valor.

Enquanto na concentração urbana de São Paulo/SP, o quilômetro quadrado produziu R$ 159,2 milhão, a concentração urbana do Rio de Janeiro/RJ, segunda na classificação, produziu cerca de metade desse valor: R$ 83,8 milhão.

Cidade-região de São Paulo concentra 24,6% do PIB do país

A desigualdade é mais evidente quando se compara o Semiárido, a Amazônia Legal e a Cidade-Região de São Paulo. O primeiro representou, em 2017, apenas 5,2% do PIB nacional, a Amazônia Legal, 8,7% e a Cidade-Região de São Paulo 24,6%. A Cidade-Região de São Paulo reúne 92 municípios cujo processo produtivo tem forte interação (bens, cultura, fluxos financeiros, etc.) com a metrópole de São Paulo.

Em 2002, somente quatro Capitais da Região Norte estavam entre os 100 maiores PIBs. Em 2017, o município de Parauapebas (PA) – não capital – estava nessa lista, com 0,3% de participação no PIB brasileiro.

Em 2017, 32,4% do PIB nacional vinha das capitais, a menor participação da série. São Paulo (SP) liderava, com 10,6% de participação e Rio Branco (AC) (0,1%) era a última.

Municípios das fronteiras agrícolas são destaques em PIB per capita

No mapa que apresenta o PIB per capita por município no território brasileiro, em 2017, além dos grandes centros urbanos do centro-sul, destacaram-se algumas regiões de forte expansão da fronteira agrícola, notadamente na região central do Mato Grosso, no oeste baiano e no alto curso do rio Parnaíba, onde houve elevada participação da cadeia de produção de soja associada à baixa densidade demográfica.

Destacaram-se também Vitória do Xingu (PA), pela geração de energia elétrica, e Canaã do Carajás (PA) e Parauapebas (PA) onde Indústrias extrativas têm grande importância, além do leste do Mato Grosso do Sul, onde se destaca a cadeia de produção da celulose.

Paulínia tinha o maior PIB per capita do país

Em 2017, os 10 municípios com os maiores PIB per capita somavam 1,5% do PIB brasileiro e 0,2% da população. Paulínia (SP), com R$ 344 847,17, tinha o maior PIB per capita, devido ao refino de petróleo. Nos municípios da segunda, quarta e sétima posições, o petróleo também predominava: Triunfo (RS) na petroquímica; Presidente Kennedy (ES), na extração e São Francisco do Conde (BA), no refino. Em 2017, o PB per capita do país chegou a R$ 31.702,25.

Os municípios de Louveira (SP) e Extrema (MG) estão na terceira e oitavas posições, em razão do comércio atacadista. Na quinta posição, São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) é o único município que tem a extração de minério de ferro como principal atividade, entre os 10 maiores PIBs per capita de 2017. Já Selvíria (MS), ocupando a sexta posição, e Vitória do Xingu (PA), a nona, constam nesta relação graças à geração de energia hidrelétrica. Finalmente na décima posição, Jaguariúna (SP) em função de Indústrias de transformação.

Entre as capitais, Brasília (DF), com R$ 80 502,47, liderou em relação ao PIB per capita, enquanto Belém (PA) ocupou a última posição (R$ 20 821,46).

De 2016 a 2017, Maricá (RJ) teve o maior ganho de participação no PIB do país

De 2016 a 2017, os municípios com maior ganho de participação no PIB do país foram Maricá (RJ), Parauapebas (PA), Ribeirão Preto (SP), Niterói (RJ) e Goiana (PE), todos com avanço de 0,1 p.p.

Maricá (RJ) e Niterói (RJ) tiveram ganho atrelado à extração de petróleo. Em Parauapebas (PA) o aumento se deve à extração de minério de ferro. Ribeirão Preto (SP) teve o quarto maior ganho devido às Indústrias de transformação e ao Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. Em Goiana (PE), foi determinante a indústria automobilística.

Já as cinco maiores quedas de participação foram em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), São José dos Campos (SP), Belo Horizonte (MG) e Betim (MG). Em São Paulo, a perda foi em função das Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. No Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, a queda concentrou-se na Construção; em São José dos Campos, nas Indústrias de transformação e em Betim, no refino de petróleo.

Curral Novo do Piauí (PI) foi o município com o maior avanço entre 2016 e 2017 – subiu 3 400 posições – desempenho influenciado pela indústria de geração eólica, assim como Bodó (RN) e Simões (PI), segundo e terceiro maiores ganhos de posição. Já o maior recuo foi de Morro da Garça (MG): 2.208 posições, devido à redução na atividade de extração vegetal. Em seguida, Jandaíra (RN) teve redução nas Indústrias de transformação.

De 2002 a 2017, a participação Osasco (SP) no PIB do país foi a que mais cresceu

De 2002 a 2017, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram as maiores quedas de participação entre os municípios brasileiros, apontando uma tendência de desconcentração do PIB no nível municipal.

Em seguida, Campos dos Goytacazes (RJ), São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Campos (SP) perderam 0,5 p.p., 0,3 p.p. e 0,3 p.p., respectivamente. No munícipio fluminense houve redução em valor da extração de petróleo e nos dois municípios paulistas a queda vinculou-se a Indústrias de transformação.

Osasco teve maior ganho de participação no período (0,3 p.p.) devido ao comércio e às atividades financeiras. Itajaí (SC) está em segundo (0,2 p.p.), devido ao Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. Alto Horizonte (GO) teve o maior ganho de posição devido à extração de minerais não ferrosos.

As maiores quedas foram em Motuca (SP) e Rubiácea (SP), predominantemente agrícolas.

Administração Pública predomina em 49,2% dos municípios do país

Em 2017, para 49,2% dos municípios brasileiros, a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social era a principal atividade econômica. No Acre, Roraima, Amapá, Piauí, Paraíba e Distrito Federal esse percentual ultrapassou 90,0%. Já São Paulo teve apenas 9,3% de seus municípios com essa característica.

Dos 279 municípios cuja atividade principal em 2017 foi Indústrias de Transformação, 219 (78,5%) estavam no Sudeste e Sul. Mato Grosso obteve o maior percentual de municípios em que a Agricultura, inclusive apoio à agricultura e pós-colheita aparece como atividade de maior destaque (35,5%), seguido por Rio Grande do Sul (32,4%) e Paraná (30,8%).

A Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social teve elevada participação na economia dos municípios de menores PIBs. Nos municípios do Norte e Nordeste, os serviços da administração pública tiveram maior peso em suas economias.

10 municípios agregaram quase ¼ do seu valor adicionado bruto da administração pública, sendo os três primeiros: Brasília (9,8%), Rio de Janeiro (4,9%) e São Paulo (4,3%).

Cerca de 11,4% do valor adicionado da administração pública vinham da Cidade-Região de São Paulo, enquanto o Semiárido gerava 10,6% e a Amazônia Legal, 12,3% do total nacional.

São Desidério (BA) tem o maior valor adicionado da Agropecuária

Em 2017, cerca de ¼ do valor adicionado bruto da Agropecuária brasileira vinha de 165 municípios dos quais 96 (58,2%) estavam no Sul e no Centro-Oeste, ancorados na produção de soja, algodão e arroz.

Os cinco municípios com os maiores valores foram São Desidério (BA), Rio Verde (GO), Sapezal (MT), Sorriso (MT) e Três Lagoas (MS), e somaram 2,2% do valor adicionado bruto da Agropecuária.

Na análise segundo as regiões rurais (conjunto de municípios, sendo que um deles contém o polo urbano onde se procuram insumos e para onde se remetem os produtos agropecuários), os maiores valores adicionados brutos estavam em geral no Sul e Sudeste, devido à soja e a cana-de-açúcar.

As regiões de Passo Fundo/RS e Cascavel/PR tiveram as maiores participações e somavam 8,2% do valor adicionado bruto da Agropecuária.

20 municípios respondiam por ¼ do valor adicionado da Indústria

Em 2017, 20 municípios concentravam ¼ do valor adicionado bruto da Indústria, revelando uma concentração maior que na Agropecuária. A capital paulista (4,9%) manteve a primeira posição (8,1% em 2002), com Rio de Janeiro (2,7%) e Manaus (2,1%) a seguir.

Entre as concentrações urbanas, São Paulo/SP teve a maior participação (11,2% da atividade industrial do país), seguida por Rio de Janeiro/RJ (5,3%), Campinas/SP (3,5%), Belo Horizonte/MG (3,2%) e Curitiba/PR (2,8%), em 2017. Estas cinco concentrações urbanas somavam 26,0% do valor adicionado bruto da Indústria brasileira.

A Cidade-Região de São Paulo concentrava 22,3% do valor adicionado bruto da Indústria no país, destacando-se Indústrias de transformação. A Amazônia Legal representava 9,7% e o Semiárido, 4,0%.

São Paulo, Rio e DF concentram ¼ do valor adicionado dos Serviços (exceto Adm. Púb.)

Nos Serviços (exceto Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social) três municípios somavam quase ¼ do total dessa atividade no Brasil em 2017: São Paulo (SP), com 15,0%, Rio de Janeiro (RJ), com 5,7%, e Brasília (DF), com 3,4%. Os 38 municípios de maior participação acumularam ½ do total, dentre os quais 19 eram capitais.

A concentração urbana de São Paulo/SP detinha 22,8% do valor adicionado bruto de Serviços (exceto Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social).

A Cidade-Região de São Paulo, concentrava 30,1% dos Serviços do País, ainda excluindo a administração pública. O Semiárido apresentava um valor adicionado bruto que respondia por 4,2% desses serviços enquanto a Amazônia Legal participava com 6,6%.

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