O caos na saúde do Rio de Janeiro fez hoje o PCdoB reagir com rigor contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Vale lembrar que o partido é muito identificado com o tema da saúde no estado – além da deputada federal Jandira Feghali ser uma médica o PCdoB já teve por muitos anos filiados na presidência do CREMERJ e do COREN.
Em seu Twitter, Jandira Feghali foi assertiva:
“População desassistida e funcionários sem receber, sem condições de trabalho e sem perspectiva. O Rio agoniza por maus gestores”, acusou a líder comunista no estado.
Partido de oposição ao governo de Crivella, o PCdoB aprovou no mês passado a pré-candidatura de Brizola Neto para a prefeitura do Rio em 2020. O partido também construiu uma forte chapa para a Câmara de Vereadores em 2020 liderada por nomes como o da professora da UFRJ Dani Balbi e da urbanista Tainá de Paula.
A seguir a íntegra da nota divulgada pelo PCdoB.
NOTA DO COMITÉ MUNICIPAL DO PCdoB/Rio de Janeiro
Política criminosa. Não há outro nome para descrever a situação da saúde pública no Município do Rio de Janeiro. O cuidado com as pessoas passou do destaque dado ao tema na campanha eleitoral para o último lugar na lista de prioridades da gestão municipal. Os cariocas assistem, entre indignados e desesperançados, o colapso da rede pública. E o Prefeito Crivella, em plena crise não aparece em público para justificar o agravamento dessa crise. Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24 Horas), Centro de Emergência Regional (CER), Clínicas da Família e hospitais do SUS federais, estaduais e municipais (Hospitais de Emergência e Pronto Atendimento ) estão fechando as portas, faltam profissionais, insumos farmacêuticos, hospitalar e medicamentos, fornecimento de alimentação suspenso, funcionários com salários atrasados e sem poderem saírem de suas residências e 17 unidades municipais em greve. Enquanto isso, o prefeito não articula com os governos estadual e federal uma solução. A inoperância diante do desespero daqueles que têm no SUS a única possibilidade de atendimento. Vidas em risco e outras sendo perdidas e um silêncio eloquente resultado de uma péssima gestão de Políticas de Saúde Pública. Diante do evidente descaso frente à crise, o Partido Comunista do Brasil da Cidade do Rio de Janeiro vem a público propor a urgente instalação de um gabinete de crise com os três níveis da federação e a região metropolitana do Rio, para a tomada de medidas urgentes, pois a situação atingiu um nível insustentável na garantia de um atendimento digno à população. O PCdoB esteve sempre ao lado dos que defendem a saúde pública e o mandamento constitucional que determina que saúde é direito de todos e dever do Estado. Fruto da política golpista, essa diretriz está afetada pela Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos na saúde pública. Esse ano fruto da EC 95 o SUS recebeu menos 1,7 bilhão do que em 2018 que já era muito precário que com outras regras de contingenciamento chegaram a R$ 9,5 bilhões para o SUS em 2019. O reflexo disso é o colapso no SUS nas esferas municipais, estadual e federal que coloca o povo sem alternativas para um atendimento público. E, no dia em que celebramos o Dia Internacional dos Direitos Humanos, conclamamos o conjunto dos movimentos e entidades da saúde para que se somem na denúncia e na cobrança por iniciativas que recoloquem a saúde em seu devido lugar, como prioridade de qualquer gestão comprometida com a vida das pessoas.
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