O Brasil nunca vendeu tanto petróleo, que já é o principal produto da nossa pauta de exportação, mas o saldo líquido que poderíamos obter este ano está sendo contido pelo aumento das importações de derivados do mesmo produto.
Os números apresentados neste post são do Comexstat, o serviço estatístico do governo federal, cujos dados de novembro foram atualizados hoje.
Em Jan/Nov 2019, o Brasil exportou US$ 26,3 bilhões em petróleo (bruto e derivados); apesar da ligeira queda de 2% sobre o ano anterior, é a segunda maior receita da história, e mais de duas vezes a receita obtida em 2016.
Entretanto, como as importações de petróleo, sobretudo na forma de derivados, também vem crescendo muito, totalizando US$ 16,8 bilhões em Jan/Nov 2019, o saldo líquido caiu quase 10% sobre o ano anterior.
O país que mais está se beneficiando desse aumento das importações brasileiras tem sido os Estados Unidos, que respondeu por 64% de todas as nossas importações de derivados em 2019 (até novembro).
O Brasil gastou US$ 12,3 bilhões em Jan/Nov 2019 com a importação de derivados de petróleo, alta de 8% sobre o ano anterior.
Olhando apenas para as importações de derivados de petróleo com origem nos Estados Unidos, o Brasil gastou quase US$ 8 bilhões, uma alta próxima de 30% sobre o ano anterior.
Lembrando que estamos considerando aqui todos os derivados: se formos olhar apenas para o diesel, que é o principal derivado importado pelo Brasil, a participação dos EUA chega a quase 90%.
As tabelas abaixo trazem uma lista de todos os produtos exportados e importados pelo Brasil no acumulado de 11 meses até novembro, deste ano e de anos anteriores.
Depois do petróleo, os principais produtos de exportação são: minério de ferro, soja, carne e aço.
O aço brasileiro, produto que acaba de receber um duro golpe do governo Trump, caso se confirme a sobretaxa de 25% para nosso aço entrar nos EUA, é o principal manufaturado brasileiro vendido ao exterior. No acumulado de janeiro a novembro, o Brasil exportou US$ 10,7 bilhões em aço, queda de 7% sobre o ano passado.
Quanto às importações, o destaque vai, como já falamos acima, para a crescente despesa com importação de petróleo, que chegou a quase US$ 17 bilhões em Jan/Nov 2019, se somarmos derivados e bruto, alta de 3% sobre o ano anterior.