Da Redação | 27/11/2019, 13h14
Agência Senado — A educação é a única forma de interromper o ciclo de disseminação de fake news, concluíram os especialistas que participaram de audiência pública sobre o tema na Comissão de Educação (CE), nesta quarta-feira (27). Segundo os painelistas, não interromper o ciclo de desinformação pode levar a segregação social e representar até mesmo risco à democracia.
No Brasil, segundo pesquisa do Instituto Ipsos, 62% dos brasileiros acreditam em rumores e em conteúdos falsos, o que os tornam vulneráveis às notícias falsas. Esse cenário, segundo o gerente-geral do Laboratório de Educação da Fundação Roberto Marinho, João Alegria, é resultado da baixa qualidade de ensino.
— Os brasileiros têm dificuldade de assimilação por causa do seu baixo repertório de conhecimento, pela pouca fluência alfabética, especialmente, quanto aos códigos atuais de cultura digital — analisou.
Por isso, proibir a circulação de notícias falsas não resolveria o problema, alertou a presidente-executiva do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco. Para ela, a desinformação é uma questão de entendimento social. Dessa forma, é preciso promover uma educação na qual desenvolvam habilidades como a de duvidar, de elaborar hipóteses, de investigar e de produzir sínteses.
O primeiro passo para essa solução foi a inclusão da educação midiática na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), explicou Patrícia. Agora é possível abordar em sala de aula questões inerentes ao século 21 que incluem conhecimento, habilidades, atitudes e valores essenciais a respeito da informação digital, disse.
— O que a gente espera do aluno educado midiaticamente é que ele saiba analisar, que ele saiba compreender, acessar e aplicar esse conhecimento no seu dia a dia e que saiba criar. Então, essa é realmente uma visão holística do papel do cidadão educado midiaticamente — afirmou.
Letramento midiático
Coordenador-geral da Aliança Global em Mídia e Educação da Unesco, Alexandre Le Voci Sayad destacou a importância da educação midiática nas escolas, que busca desenvolver nos alunos a capacidade de ler, compreender e analisar informações, além de produzir comunicação ética e de qualidade — habilidades que hoje são essenciais para o exercício da cidadania, explicou.
Ele afirmou que o fenômeno das fake news (ou da desinformação, termo adotado pela Unesco e que ele considera mais amplo para definir o problema) exige atuação intersetorial, envolvendo vários atores, como governos, universidades, pesquisadores e veículos de comunicação. Mas a área da educação e a preparação dos alunos nas escolas, com a inclusão da educação midiática na BNCC, ressaltou, é uma abordagem essencial no enfrentamento do fenômeno. A educação midiática
Também participou do painel a coordenadora de Campanhas da Avaaz, Laura Moraes.
Marcos Videira
27/11/2019 - 18h08
A Educação faz parte da solução, sim. Mas seus resultados só surgem no longo prazo.
Nós temos uma situação criminosa imediata e que precisa de solução imediata.
Quem cria e quem divulga fake news deve ser tratado como criminoso e responder por seus atos como em qualquer outra ação social. Se a fake news é de conteúdo racista, o divulgador deve responder por crime racial. E assim por diante…
Mesmo depois que tivermos sucesso no processo educacional, os promotores de fake news devem responder por seus atos criminosos.
O cara que disse que Caetano era pedófilo pediu arrego na Justiça, mas teve que pagar pena pecuniária. Pois eu acho que ele deveria puxar pelo menos um mês na cadeia, pra dar ao sujeito a oportunidade de pensar o que ele quer da vida…