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Notas internacionais (por Ana Prestes) – 26/11/19

*Foto: Paulo Abrão, representante da CIDH está na Bolívia (resumenlatinoamericano.org). – Ainda não houve anúncio oficial do vencedor das eleições presidenciais uruguaias. A Corte Eleitoral provavelmente só anunciará o nome do novo presidente na próxima sexta-feira. Hoje a vantagem do candidato Luis Lacalle Pou do Partido Nacional (centro-direita) é de 29 mil votos à frente […]

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*Foto: Paulo Abrão, representante da CIDH está na Bolívia (resumenlatinoamericano.org).

– Ainda não houve anúncio oficial do vencedor das eleições presidenciais uruguaias. A Corte Eleitoral provavelmente só anunciará o nome do novo presidente na próxima sexta-feira. Hoje a vantagem do candidato Luis Lacalle Pou do Partido Nacional (centro-direita) é de 29 mil votos à frente de Daniel Martínez da Frente Amplio.

– Na Bolívia, os dirigentes do MAS entraram em acordo com o governo autoproclamado de Añez a respeito de uma nova lei eleitoral, que extingue a última eleição e não permite candidatura de quem já foi reeleito, caso de Evo e Linera. Segundo o ex-chanceler de Evo, Diego Pary, que esteve no Brasil para o Congresso Nacional do PT, no final de semana passado, “o mais importante agora é alcançar a pacificação e solucionar a crise por via eleitoral”. Ao mesmo tempo Pary disse que a lei deveria vir acompanhada de garantias, pois hoje não há garantia para o retorno de Evo a Bolívia, por exemplo. A nova Lei de Regime Excepcional e Transitório para a Realização de Eleições Gerais aprovada pelo legislativo boliviano fixou um prazo de 20 dias para que a Assembleia Legislativa Plurinacional eleja os membros do Tribunal Supremo Eleitoral do país. Dois dos maiores instigadores da violência que culminou em golpe, Fernando Camacho e Marco Pumari, já anunciaram que podem ser candidatos em uma mesma chapa a presidente e vice. Uma das dirigentes do MAS, Sonia Brito, parlamentar, alertou que apesar do discurso de “pacificação” com a nova lei eleitoral, o governo de fato continua perseguindo os dirigentes do partido de Evo, cerca de 68 autoridades foram forçadas a deixar seus postos nos últimos 15 dias, desde o golpe. Uma delegação da CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) liderada pelo brasileiro Paulo Abrão está na Bolívia apurando dados sobre o massacre de Senkata.

– No Chile, segue a tensão nas ruas e no parlamento. Fruto da pressão das ruas pode ser votado nesta quarta (27) um projeto na Câmara dos Deputados que reduz a remuneração mensal bruta de senadores e deputados de 11.700 dólares (cerca de 50 mil reais) para 5850 dólares (cerca de 25 mil reais). O Chile é o país que melhor paga seus parlamentares na América Latina, sem considerar os adicionais com diárias e transporte. O salário mínimo no Chile hoje é de 377 dólares. Outro projeto a ser votado no parlamento chileno é o apresentado no final de semana por Piñera que pretende manter tropas das Forças Armadas nas ruas do país, com função de segurança interna, com a alegação de que o país está em situação semelhante ao de ter sofrido algum “desastre natural ou grande incêndio”. Está convocada greve geral no país para hoje (26) e amanhã (27).

– Ontem foi o quinto dia consecutivo de manifestações na Colômbia contra o Governo de Duque. Também foi dia de registrar a primeira morte de vítima do confronto com as forças de segurança. Dilan Cruz, um jovem de 18 anos, morreu dois dias após ter sido atingido na cabeça por uma bomba de gás atirada pela polícia. Em uma tentativa de contenção dos protestos, Duque convocou para a Casa de Nariño um “diálogo social com os prefeitos eleitos no país”, prestes a assumirem seus postos em janeiro. A pretensão do governo é se reunir hoje (26) com sindicatos e lideranças que convocaram as paralisações nacionais dos últimos dias. O estopim dos protestos foi um decreto presidencial que abre as portas para a privatização de empresas públicas no país com a criação de uma holding de empresas chamada Grupo Bicentenario. Junto a isso está em discussão no Congresso uma proposta de reforma trabalhista e reforma tributária, nos moldes encomendados pela OCDE.

– Brasil e EUA colocaram em fase de teste o programa “Global Entry”. Trata-se de um programa de privilégios para privilegiados. Permite que turistas frequentes e altos executivos não precisem passar pelas longas filas de imigração ao chegar a solo estadunidense. O teste foi iniciado com a “crème de la crème”, ou seja, 20 executivos participantes do Fórum de Altos Executivos realizado esta semana em Washington. O programa funciona com outros países como Alemanha, México e Canadá.

– Ontem (25), no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, a ONU Mulheres apresentou o relatório “O Progresso das Mulheres no Mundo 2019-2020: Famílias em um mundo em mudança”. O relatório mostra que 17,8% das mulheres entre 15 e 49 anos, no planeta, praticamente uma em cada cinco, relataram terem sofrido violência física ou sexual de seus companheiros nos últimos 12 meses.

– Também ontem (25), a Organização Metereológica Mundial (OMM), anunciou que a concentração dos principais gases do efeito estufa na atmosfera alcançou um recorde em 2018. Atingiu um nível 147% maior que o pré-industrial de 1750. A informação vem na véspera do início da COP25 em Madri, entre 2 e 13 de dezembro. Os quatro maiores emissores são China, EUA, União Europeia e Índia – com 56% das emissões globais.

– O Emmy Internacional, que premia profissionais e produções da televisão mundial – realizado ontem (25) em NY nos EUA – escolheu como melhor comédia uma produção brasileira, escrita por Fábio Porchat, Antonio Tabet e Gregorio Duvivier, do grupo Porta dos Fundos, chamada “Se Beber, Não Ceie”.

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Ana Prestes

Ana Prestes Socióloga, mestre e doutora em Ciência Política pela UFMG. Autora da tese “Três estrelas do Sul Global: O Fórum Social Mundial em Mumbai, Nairóbi e Belém” e do livro infanto-juvenil “Mirela e o Dia Internacional da Mulher”. É membro do conselho curador da Fundação Maurício Grabois, dirigente nacional do PCdoB e atua profissionalmente como assessora internacional e assessora técnica de comissões na Câmara dos Deputados em Brasília.

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