O boletim Focus do Banco Central, publicação semanal da instituição feita a partir de entrevistas com agentes do mercado, estimou o déficit em conta-corrente do país (soma de todos bens e serviços comprados e vendidos do país, incluindo turismo de brasileiros lá fora e envio de dólares ao exterior) para este ano em US$ 36,75 bilhões. Há um mês, o mesmo Focus estimava um déficit de US$ 33,3 bilhões. A estimativa para o déficit brasileiro vem se deteriorando semana a semana desde agosto.
A balança comercial brasileira de 2019, por sua vez, é estimada em US$ 44,6 bilhões, queda de quase 2 bilhões em relação à previsão feita na semana anterior.
No caso da balança, o Focus vem atualizando para baixo também para 2020, 2021 e 2022.
O mercado também reduziu expressivamente a previsão de investimento estrangeiro direto no Brasil, tanto para este ano quanto para os próximos. Para este ano, prevê-se a entrada de US$ 77 bilhões, 3 bilhões a menos que na semana anterior.
Esses números revelam que o mercado espera relações mais assimétricas e negativas entre o Brasil e o mundo, com mais dólar saindo do Brasil e menos dólar entrando, tanto para este ano como para os próximos.
Entretanto, nem tudo são más notícias.
O PIB brasileiro para este ano, segundo o mesmo boletim, deve crescer 0,99%; uma previsão um pouco melhor que a realizada na semana anterior, que foi estimada em 0,92%.
A produção industrial brasileira, todavia, se mantém no vermelho: a previsão ainda é de queda de 0,7% este ano.