“Eu estou de volta”, diz Lula, no palco montado em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, rodeado dos mais importantes quadros de seu partido, além daqueles do PSOL e do PCdoB mais alinhados aos planos do ex-presidente.
Entre estes últimos, um se destaca, Marcelo Freixo, que se posiciona a linha de frente do palco, e é citado pelo ex-presidente, que chega a dizer que vai correr o país a seu lado.
O outro quadro do PSOL, o líder do MTST, Guilherme Boulos, está um pouco mais atrás, aguardando o momento de também ser citado pelo ex-presidente (o que não aconteceu).
A preferência – ao menos nesse momento – de Lula por Freixo se explica: Boulos já é “de casa”. Freixo é uma novidade. É candidato à prefeitura pelo Rio de Janeiro, e o apoio do PT à sua candidatura teria repercussões nacionais para uma aliança maior entre PSOL e PT.
Para o PSOL, a aliança com seu antigo adversário só foi possível com o impeachment, que tirou o PT do poder, eliminando a fonte principal de atrito entre PSOL oposição versus PT governo. As lutas contra o impeachment, seguidas das lutas contra as reformas reacionárias do governo Michel Temer, e, por fim, a união contra a eleição de Bolsonaro, selaram a reunião dos dois partidos, que de qualquer forma, tem a mesma origem, e sempre guardaram algumas características em comum. São dois partidos, por exemplo, fortemente identitários: uma das principais razões para Lula escolher Dilma foi por ser “mulher”; sendo que esta não era a única identidade marcante da ex-presidente; ela era também uma ex-guerrilheira; não importa que seu programa de governo fosse tão conservador; seu esquerdismo estava em sua identidade, e isso foi explorado ao máximo em duas campanhas eleitorais vitoriosas. A mesma coisa vale para Lula, ele não representa apenas um projeto político; ele encarna, e sempre explorou isso ao máximo, uma identidade; ele é o próprio projeto político. Ele nasceu pobre, ele foi operário; o projeto emana do simples fato de alguém assim se tornar presidente.
Os críticos ao identitarismo às vezes olham apenas o seu lado “minoritário”; esquecem que também é possível transformar a própria classe social numa “identidade”. Esse sempre foi o grande segredo de Lula.
Quanto aos problemas relacionados, como o risco disso se tornar culto à personalidade, etc, falaremos em outra oportunidade.
Presente no palco de Lula, vemos também, ao menos no início, já que houve uma certa rotatividade (com exceção de alguns, que lá permaneceram quase todo o tempo, como o já citado Marcelo Freixo), a deputada Jandira Feghali e a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos.
Luciana é citada nominalmente pelo presidente, sempre atento à importância da proximidade do PCdoB, visto como peça fundamental para o PT manter a hegemonia dentro da esquerda. O PCdoB é pequeno no parlamento, mas grande no movimento estudantil, o qual lidera há muitos anos, e se tornou, há muito tempo, um partido de quadros; alguns deles, como Flavio Dino, despontam como figuras de projeção nacional.
Ao lado de Lula, vemos Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados, fazendo trejeitos teatrais, bruscos, com a boca e com os braços, a cada frase mais forte do ex-presidente.
Ausente do palco, políticos do PDT e do PSB.
O PDT não tem interesse em se aproximar de Lula. Seu líder principal, Ciro Gomes, guarda um silêncio quase agressivo sobre o ex-presidente. Apenas o presidente do partido, Carlos Lupi, velho amigo de Lula, faz um vídeo cumprimentando sua liberdade. Os quadros trabalhistas observam a espetacular volta de Lula ao cenário político com um constrangimento respeitoso, mas levemente mau humorado. Por questão de princípios (o PDT é um partido de princípios, ninguém pode negar), seus quadros comemoraram a decisão do STF de respeitar a Constituição e invalidar a prisão após a condenação em 2º grau.
Apesar do vídeo de Lupi, no entanto, a decisão trabalhista já foi tomada: afastar-se de Lula, por razões táticas e estratégicas.
A força de Lula, no entanto, é inquestionável. Nenhuma liderança política brasileira, à esquerda ou direita, tem tanta projeção internacional. Afinal, ele foi presidente da república por oito anos, tempo durante o qual cultivou laços de amizade e relações políticas com lideranças e partidos de todo o mundo.
O seu controle sobre parte importante da esquerda brasileira também é admirável, em alguns casos até mesmo um pouco opressivo.
Paradoxalmente, a prisão de Lula o fortaleceu. Mas isso é uma das consequências do lawfare que seus algozes, ignorantes, embriagados pelas vitórias aparentemente fáceis, não conheciam.
Otto Kirchheimer, autor do clássico Justiça Política, sobre o qual os leitores mais antigos do Cafezinho já ouviram falar por aqui, conta que, antes da II Guerra, os comunistas e social-democratas de uma Europa sacudida por intermináveis agitações, crises e revoluções, haviam aprendido a usar muito bem o lawfare.
Enquanto a direita, dominando (como sempre) as instituições judiciais, a polícia, e todo o aparato repressivo estatal, fazia de tudo para prender, proibir, censurar os quadros de esquerda, os partidos comunistas e social-democratas formavam advogados, juristas e jornalistas especializados, e os colocavam na linha de frente da luta política.
Advogados comunistas faziam discursos emocionantes, fortemente politizados, nos tribunais da Alemanha, França, Áustria, Holanda, em toda parte, e a imprensa socialista repercutia tudo no dia seguinte. Os resultados logo começaram a aparecer, com as vitórias eleitorais cada vez mais expressivas das esquerdas em todo o continente; tão expressivas que o capitalismo se sentiu forçado a namorar cada vez mais soluções autoritárias para evitar que as vitórias da classe trabalhadora ganhassem uma dimensão revolucionária. A ascensão do fascismo, na Alemanha, na Itália, na Espanha, nos EUA, e a tolerância (cúmplice) ao fascismo, na Inglaterra de Chamberlain, nasce de uma crise de medo das elites financeiras em relação ao avanço político, sindical e eleitoral das classes operárias.
De certa forma, é um movimento que também se repete no Brasil. Aliás, tem uma coisa que muita gente não percebeu, que é o seguinte: as famigeradas “jornadas de junho”, até hoje muito mal compreendidas por todos os espectros ideológicos, não constrangeu apenas a centro-esquerda moderada, liberal, que estava no poder. Ela também apavorou a direita, até então mais ou menos satisfeita com as concessões que arrancava do governo de “esquerda”, levando-a se politizar e a se radicalizar. O que assistimos, a partir de 2013, é um crescimento dos extremos: à esquerda e à direita, ambos se retroalimentando, o que também é a repetição de um fenômeno histórico. Hitler e Mussolini ganham força em seus respectivos países justamente no momento em que a esquerda moderada perdia força para a emergência de movimentos revolucionários.
A Lava Jato foi um “movimento político revolucionário”, que tentou (e conseguiu) promover uma reação conservadora, e usou para esse fim a velha ética “revolucionária” de atropelar as leis. A Lava Jato, neste sentido, é filha de 2013.
Depois de apanhar por anos a fio, Lula, por sua vez, parece ter finalmente aprendido como jogar o jogo do lawfare. E transformou sua prisão numa alavanca política.
É um jogo muito antigo, que remonta talvez aos primórdios da civilização humana. As peças mais conhecidas desse jogo se tornaram arquétipos profundos da nossa cultura: o injustiçado, o mártir, o “preso político”. Não é a tôa que o símbolo máximo da revolução francesa, o marco que, simbolicamente, põe fim ao Antigo Regime e inaugura, para toda a humanidade, uma nova era de liberdades individuais e democracia, é a tomada da Bastilha, uma prisão política da monarquia francesa, que ali jogava seus inimigos através de processos judiciais quase sempre viciados.
Por isso, a saída de Lula da prisão produziu tamanha repercussão. Foi como que uma pequena tomada da Bastilha, a nossa Bastilha curitibana, onde a Reação conservadora representada pela Lava Jato, havia aprisionado o nosso querido Voltaire, essa figura controversa, que desperta tanto ódio e paixão.
Agora, é preciso também contemplar Lula sem as lentes emotivas dessa catarse política.
Catarses passam. A imagem da tomada da Bastilha é apenas uma figura retórica, e Lula não é Voltaire: não conta, como o velho ironista francês, com amigos poderosos na corte; tampouco Voltaire chegou a governar alguma coisa, e a lidar, portanto, com os dilemas éticos inerentes a isso.
O analista precisa olhar, de qualquer forma, para todos os lados. Depois de tudo que aconteceu desde 2013, é imperdoável que as franjas mais esclarecidas do campo progressista baixem a guarda. Os inimigos não foram embora. Ao contrário, os inimigos estão no poder, e portanto, estão mais fortes do que nunca.
Ontem mesmo, saiu uma pesquisa encomendada pela TV Record, do instituto Bigtime Realdata, com 1.200 pessoas, sobre a prisão de Lula. Perguntadas sobre a saída de Lula da prisão, 50% disseram que são “contra”, 32% concordaram e 18% não opinaram. Alguns poderão questionar a isenção da Record, hoje uma das maiores aliadas de Bolsonaro, mas os números estão em linha com pesquisa Datafolha sobre o mesmo tema, divulgada em julho deste ano. Eu fiz uma tabelinha na época para entendermos o que as pessoas pensavam de Lula.
O problema desses números, como tenho dito, é o seu recorte regional, por renda e por instrução.
Ainda considero difícil, para alguém cuja metade da população acha que mereceria estar preso, ser um articulador político tão eficaz como desejaríamos.
Suponho que os leitores petistas, a esta altura, já devem estar gritando silenciosamente contra o blog, achando que eu estaria, com isso, tentando provar que, na falta de Lula, o melhor articulador seja Ciro Gomes.
Não estou dizendo isso. Ciro também enfrenta e ainda vai enfrentar uma série de dificuldades, tão ou maiores que Lula, até porque suas invectivas contra o sistema financeiro o fazem persona non grata do “mercado”, que hoje parece já ter se decidido ao redor do nome de Luciano Huck.
Estou dizendo que é inquestionável que Lula, mesmo surfando nessa entusiástica onda catártica gerada por sua liberdade, não voltou a ser o que era em 2002, quando tinha um nome “limpo” na praça, e não me refiro apenas às condenações por corrupção, mas também a carga de críticas que o ex-presidente arrasta pelos eventuais erros que cometeu durante seu governo.
Por isso me preocupa que parte da esquerda, cega pela emoção, e admito que não há emoção maior do que o espetáculo da liberdade e da justiça, baixe a guarda para seus inimigos.
Passada a ressaca, os brasileiros verão que as coisas permanecem as mesmas.
Se Lula não pode fazer nada contra o impeachment, quando o seu partido estava no governo, quando uma correligionária atenta às suas orientações ocupava a presidência da república, também não poderá fazer nada hoje.
E aí entra o cálculo político mais complicado, e que é um alerta que eu venho fazendo desde 2018. A força de Lula se concentra entre a população mais humilde, justamente aquela que é politicamente menos ativa, que não tem recursos para ir às ruas e travar a luta nas redes sociais. Prefiro chamar essa faixa social de “classe baixa baixa”.
Nas camadas sociais imediatamente acima dessa faixa, e não estou sequer falando da classe média, que traz uma conotação de “elite”, mas das classe baixa média e classe baixa alta; nessas faixas, o nome de Lula ainda encontra bastante dificuldade. Volte à tabela acima, e verifique que, entre famílias com renda entre 2 e 5 salários, 63% consideram “justa” a prisão de Lula. Uma família que ganha 2 salários de renda não é sequer classe média, muitos menos elite. Mas seus valores, por razões antropológicas e culturais sobre as quais discutiremos em outro momento, se afastam muito daquelas situados na faixa anterior. Seus votos são diferentes, e sua opinião sobre Lula também é diferente. No entanto, quando falamos que os pobres começaram a viajar, a “andar de avião”, a comer mais carne, não podemos esquecer que é destas faixas, um pouco acima daquelas situadas no rés do chão da pirâmide social, a que nos referimos.
Tudo isso tem de ser trabalhado, meditado, para que possamos oferecer soluções inteligentes.
Aí entramos no tema da “polarização”, esse termo tão mal compreendido. A polarização é normal, e até mesmo saudável, numa democracia. Nos EUA, na França, na Alemanha, e também no Brasil, temos gente de esquerda versus gente de direita, e essa polarização geralmente tem a ver com a classe social a qual você pertence.
Entretanto, o problema é o tipo de polarização que se forma, e a cultura democrática por trás dela.
Um tipo de polarização que me parece realmente destrutiva é quando ela trava o debate político. Ninguém pode questionar ou fazer críticas a seu próprio campo que logo vira “inimigo”. O bolsonarismo está vivendo isso, e temos testemunhado como isso o debilita.
Mas o sebastianismo em torno de Lula cria problemas similares, como também temos visto. Qualquer crítica a Lula, vinda do próprio campo, é rechaçada com muita virulência. Os atingidos se afastam, feridos, e alguns devolvem, em seguida, na mesma moeda. Essa intolerância à crítica aumenta o antipetismo e a rejeição a Lula.
Dentre as características da cultura democrática mais nobres, mais fundamentais e mais difíceis de serem efetivamente praticadas, está o respeito pelo adversário, tanto o adversário do outro lado, quando o adversário interno, o crítico a seu lado. A esquerda sempre deriva para o autoritarismo, e se enfraquece, quando deixa de prestar atenção para a importância de regar a frágil plantinha da tolerância.
Nesse quesito, suspeito que somos bem deficientes. Sem querer apelar para falsas simetrias, e tentando pôr de lado as expressões caricaturais de ambos os lados: a direita não respeita a esquerda, e a esquerda também não respeita a direita; a direita enfrenta dificuldades para lidar com sua diversidade interna, e a esquerda frequentemente experimenta o mesmo problema.
Se você olhar para a comunicação institucional da esquerda, sua característica mais irritante é o discurso único. A TV Cultura, dominada pelo PSDB, é muito mais democrática do que a TV do estado da Bahia, ou que as tvs controladas pelo petismo, como a TVT e a Rede Brasil Atual, que não admitem a mais leve dissonância acerca do discurso único. Não apenas não se aceita nenhum conservador, nem que seja para se criar contrapontos divertidos, para se conquistar audiência, como tampouco ninguém progressista que ouse discordar das teses centrais. Convidar um Ciro Gomes para a TVT, por exemplo, é inimaginável; já a TV Cultura convida Flavio Dino, Ciro e Haddad, e conservadores, democraticamente.
Já podemos antever uma tremenda dor de cabeça institucional – e espero que não seja mais uma “crise” – quando Jair Bolsonaro perder as eleições para um candidato progressista em 2022. Todos os seus sinais são de que vai haver confusão.
O PT também não ajuda, contudo. Sua decisão de não comparecer à posse de Jair Bolsonaro foi um erro estratégico.
Mas voltemos a Lula e o significado de sua “volta” ao cenário político. Quais são as “teses” de Lula? Qual o argumento que ele usará contra Jair Bolsonaro?
Seu discurso em São Bernardo nos dá uma ideia.
Aí é preciso tirar o chapéu para Lula. O ex-presidente não caiu no discurso identitário fácil. Tampouco apelou para o “perigo fascista”, que não produz efeito nenhum fora das bolhas neurastênicas da esquerda.
Lula apelou para os juros do cartão de crédito, do cheque especial e dos parcelamentos das “Casas Bahia”, os quais, ressaltou, são muito diferentes do “juro Selic”.
É uma dessas aberrações tão brasileiras e tão odiosas que, mesmo com os juros básicos tendo caído à menor taxa da história, os juros reais, pagos pelo consumidores, não tenham caído quase nada e, pior, em alguns casos estejam subindo!
Confiram a evolução dos juros do cartão de crédito, conforme gráfico do próprio Banco Central, atualizados até setembro de 2019. Os juros estão subindo este ano.
Entretanto, por mais acertado que seja o discurso de Lula, ele enfrentará uma contradição muito grande. Passada a euforia do “Lula lá”, e após a própria direita se recompor do susto, será fácil rebatê-lo: bastará perguntar a Lula porque, ao longo de 13 anos no poder, o seu governo jamais chegou a questionar seriamente esses abusos? Por que os juros finais ao consumidor, assim como os spreads, jamais baixaram?
Alguém poderia responder que a Dilma tentou fazê-lo, em 2012. Sim, tentou, mas fez mal feito e depois desistiu, e como o gráfico acima mostra, houve uma explosão dos juros a partir de meados de 2014
É possível, além disso, que os próprios bancos, com seus estômagos já quase explodindo com as taxas recordes de lucro que vem registrando, e diante de uma Selic tão baixa, se vejam forçados pelas circunstâncias, e até mesmo por medo da “volta do PT”, a reduzirem enfim os juros finais cobrados a seus clientes. E isso neutralizará de vez os ataques de Lula por esse flanco.
O outro petardo de Lula contra o governo Bolsonaro é o aumento da pobreza e do desemprego.
Esse é um terreno onde Lula e o PT podem caminhar mais à vontade, em função do sucesso das políticas públicas de seus governos para reduzir a miséria, e o baixo desemprego que caracterizou o período “áureo” da era petista. Mas tudo isso ruiu a partir de 2014, quando a instabilidade política começa a contaminar a economia, gerando uma das piores recessões da nossa história.
O PT tem tentado jogar a responsabilidade da crise econômica de 2014 a 2016 na conta do golpismo. E tem alguma razão ao fazê-lo. Mas o eleitor não engoliu tão facilmente a explicação, como vimos em 2018. E igualmente tem suas razões, afinal também é função do governo debelar as sedições golpistas – e quando um governo não consegue fazê-lo, a culpa recai em boa parte sobre sua incompetência política.
Enfim, a luta política não está fácil para ninguém. É preciso tocar o barco com muita prudência, sem entusiasmos excessivos que logo se convertem em depressão e frustração.
Lula é uma liderança importante mas também precisa calçar as sandálias da humildade. Não é salvador da pátria. Já errou demais no passado para cobrar qualquer apoio incondicional a suas estratégias. Além disso, ele ainda precisa superar uma série de obstáculos judiciais. Ainda não foi inocentado. Seria uma irresponsabilidade criminosa apostar todas as fichas novamente numa liderança que pode voltar a ser presa ou permanecer com seus direitos políticos cassados por tempo indeterminado.
Como o próprio Lula admite, o Brasil apenas se libertará de seus algozes através da mobilização popular, que não deve ser confundida apenas com agitação de rua. Mobilização popular é gente na rua, mas é sobretudo uma campanha de conscientização política. Mais do que levar 2 ou 3 milhões de pessoas às ruas, o que seria suficiente para alegrar as redes sociais, aparecer no New York Times, e… eleger alguns parlamentares a mais, o Brasil precisa mobilizar um eleitorado de 150 milhões de pessoas para, em 2022, derrotar a tentativa de reeleição do atual presidente da república. Esse é o grande desafio, que exigirá humildade, sangue frio, espírito republicano, incentivo à pluralidade, além de muita paciência e tolerância para ouvir críticas que estão presas na garganta de muita gente.