O Santander divulgou hoje o balanço do terceiro trimestre.
Como já virou norma no país, o lucro dos bancos cresce muito acima da economia brasileira, o que é demonstração da continuidade de transferência de recursos do setor produtivo para o setor financeiro.
O lucro do Santander no acumulado de 9 meses do ano foi de R$ 10,8 bilhões, alta de 20,4% sobre o ano anterior.
Curiosamente, as despesas tributárias do banco (imposto de renda e contribuição social) caíram 11% no mesmo período, de R$ 5,1 bilhões em Jan/Set 2018 para R$ 4,56 bilhões em Jan/Ago 2019.
O Santander detinha R$ 165,7 bilhões em títulos públicos em setembro, alta de 21% em 12 meses, o que nos ajuda a entender quem controla o Estado brasileiro.
Os índices de inadimplência de pessoa física, com dívidas acima de 90 dias, estão em ascensão, atingindo 4,1% da carteira de crédito.
Como temos verificado com quase todas as instituições financeiras, a maior parte do aumento de lucros tem vindo do aumento de crédito para pessoas físicas, e não para empresas, cuja participação vem caindo na carteira de crédito do Santander, o que não é um bom sinal para a economia.
A carteira de crédito para pessoas físicas do Santander alcançou R$ 147,8 bilhões em setembro último, aumento de 18% sobre igual mês do ano anterior, ao passo que a de grandes empresas ficou em R$ 89,9 bilhões, queda de 1,4% no ano.
A carteira de crédito de pequenas e médias empresas ficou em R$ 38,66 bilhões em setembro, alta de 11,6% no ano.
Pelo gráfico abaixo, observa-se que o lucro líquido do Santander não pára de crescer, distanciando-se cada vez mais das despesas tributárias.