O Jornal Nacional divulgou ontem teor de depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde fica a casa de Jair Bolsonaro no Rio.
O porteiro foi interrogado porque um dos principais suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, é o sargento da reserva da Polícia Militar, Ronnie Lessa, que também possui um casa no condomínio.
A casa de Lessa é a de número 65-66, a de Bolsonaro fica no número 58. Carlos Bolsonaro também mora no condomínio, na casa de número 36.
Segundo o depoimento mostrado ontem na Globo, Élcio Queiroz, ex-policial militar, também suspeito de ter participado do assassinato de Marielle (como motorista), chegou em seu carro ao portão do condomínio, no dia 14 de março de 2018, às 17 horas, afirmando que iria à casa número 58.
Esses fatos, assim como o tipo de carro, e a placa, foram anotados no livro de entradas do condomínio.
O porteiro disse, em seu depoimento, que interfonou para a casa informada e foi atendido por alguém que, segundo ele, tinha a voz de “Seu Jair”, que autorizou a entrada do veículo.
Entretanto, segundo o porteiro, o veículo seguiu para a casa 66, de Ronnie Lessa.
O porteiro então, verificando que o carro não tinha se encaminhado à casa 58, conforme tinha informado que faria, interfonou para a casa 58, onde novamente alguém com voz de “Seu Jair” manteve a autorização da entrada do carro.
O presidente Jair Bolsonaro fez ontem um live histérico em suas redes, onde gritou, chorou, e xingou a Globo.
A reação do presidente, no entanto, foi inteiramente desproporcional e desequilibrada, porque a reportagem da Globo já tinha deixado bem claro, logo no início, que havia incongruências no depoimento do porteiro, apresentando provas, incluindo vídeos, de que Bolsonaro estava em Brasília no dia e hora em que Elcio Queiroz entra no condomínio.
O filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, publicou hoje em seu twitter, vídeo onde aparece manipulando o computador do condomínio que registra os áudios de comunicação entre a portaria e os moradores.
A Globo, sabendo dos fatos e podendo esclarecê-los, preferiu levantar suspeitas contra o Presidente e alimentar narrativas criminosas. Um simples acesso aos registros internos do Condomínio mostra que no dia 14/03/2018 NENHUMA solicitação de entrada foi feita para a casa 58. pic.twitter.com/2nyFYqcwRk
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) October 30, 2019
Carlos toca o áudio em que o porteiro chama a casa 65, pedindo autorização para entrada de Élcio.
O que Carlos não comenta é que, uma hora antes, às 15:58, houve uma chamada da portaria para a casa de 58. Em si, essa informação não diz muita coisa, mas seria importante esclarecer.
Atualização: Carlos liberou agora os áudios das chamadas para casa 58 e 36.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, enviou ofício (ler aqui) à Procuradoria Geral da União para investigar o caso.
O PGR, Augusto Aras, disse que não tinha visto nenhuma ligação com o crime de Marielle, e chamou a divulgação do episódio de “factoide”.
Aras informou que arquivou a notícia de fato envolvendo Bolsonaro, negando transferência do caso para o STF, e que encaminharia ao Ministério Público do Estado do Rio, que é hoje o órgão responsável pela investigação, o pedido do ministro Sergio Moro para se investigar as circunstâncias do depoimento do porteiro.
sueli maria pereira
30/10/2019 - 19h17
OS SPAM COBREM TODA A MATÉRIA
Redação
30/10/2019 - 19h24
Sério, Sueli? Vou falar com o programador.
Paulo
30/10/2019 - 17h43
Agora que Bolsonaro já guilhotinou os trabalhadores e servidores públicos, entregando-os à sanha dos grandes empresários, na Reforma da Previdência e Trabalhista, acho bom ele tomar cuidado…
Luizzz
30/10/2019 - 15h57
Já mentiu. às 15:58 tem um chamado para o número 58.
Wellington
30/10/2019 - 15h39
A emprensa brasileira assim como o resto desse País é de um nível que definir ridículo é um elogio.