Enquanto a economia permanece estagnada, com altíssimos índices de desemprego (com diminuição irrisória nos últimos meses, e apenas em função da geração de vagas informais, além do famigerado trabalho “por conta própria”), as remessas de lucros para o exterior tem crescido dramaticamente
No acumulado de 9 meses de janeiro a setembro deste ano, o saldo líquido do item “lucros” nas transações correntes ficou negativo em mais de 20 bilhões.
Separei alguns gráficos e textos divulgados hoje pelo BC:
Trechos do informe publicado no site do Banco Central:
Em setembro de 2019, o déficit em transações correntes totalizou US$3,5 bilhões, ante déficit de US$194 milhões em setembro de 2018, influenciado pela redução no superávit da balança comercial de bens, de US$4,7 bilhões para US$1,7 bilhões no mesmo período. O déficit em transações correntes somou US$37,4 bilhões (2,05% do PIB) nos 12 meses encerrados em setembro, ante déficit de US$34,1 bilhões (1,86% do PIB) no período equivalente, até agosto.
(…)
O déficit na conta de serviços atingiu US$2,7 bilhões no mês, 9,5% superior ao de setembro de 2018, US$2,5 bilhões. Destaquem-se aumentos nas despesas líquidas de viagens, de US$ 1,2 bilhão para US$1,3 bilhão; de transportes, de US$412 milhões para US$505 milhões, e de telecomunicação, computação e informações, de US$132 milhões para US$220 milhões. Apesar do aumento do déficit em serviços no mês, o acumulado do ano, até setembro, situou-se no mesmo patamar de período equivalente do ano anterior.
No mês de setembro, o déficit em renda primária atingiu US$2,7 bilhões, comparativamente a déficit de US$2,5 bilhões no mesmo mês do ano anterior. A elevação decorreu, principalmente, do aumento das despesas líquidas de juros, de US$1,4 bilhão para US$2,0 bilhões, na mesma base de comparação. No acumulado do ano, o déficit em renda primária totalizou US$37,8 bilhões, 25,0% superior ao observado em período correspondente de 2018.
(…)
Em setembro, houve saídas líquidas de US$4,9 bilhões em instrumentos de portfólio negociados no mercado doméstico, dos quais US$1,5 bilhão em ações e fundos de investimento, e US$3,4 bilhões em títulos de dívida. No ano, até setembro, as entradas líquidas de US$2,6 bilhões em instrumentos negociados no mercado doméstico decorreram dos ingressos líquidos de US$4,6 bilhões em títulos de dívida, que superaram as saídas líquidas de US$2,0 bilhões em ações e fundos de investimento.
Abaixo, matéria publicada na Agência Brasil.
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Contas externas têm déficit de US$ 3,48 bilhões em setembro
Publicado em 24/10/2019 – 10:02
Por Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil Brasília
Agência Brasil — O déficit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, chegou a US$ 3,487 bilhões em setembro, segundo dados divulgados hoje (24), em Brasília, pelo Banco Central (BC). O resultado ficou bem acima do registrado em igual mês de 2018: déficit de US$ 194 milhões.
De janeiro a setembro, o déficit atingiu US$ 34,055 bilhões contra US$ 18,566 bilhões em igual período do ano passado.
Segundo o BC, o maior resultado negativo das contas externas foi influenciado pela redução no superávit da balança comercial.
O superávit comercial chegou a US$ 1,679 bilhão em setembro e acumulou US$ 28,558 bilhões nos nove meses do ano, contra US$ 4,697 bilhões e US$ 38,145 bilhões nos mesmos períodos de 2018, respectivamente.
Exportações de bens
“As exportações de bens totalizaram US$18,8 bilhões em setembro de 2019, recuo de 2,1% ante o mês correspondente de 2018. Na mesma base de comparação, as importações de bens aumentaram 18%, alcançando US$ 17,1 bilhões”, diz o BC, em relatório.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) registrou saldo negativo de US$ 2,725 bilhões em setembro, e de US$ 26,053 bilhões de janeiro até o mês passado.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), que também faz parte das transações correntes, ficou negativa em US$ 2,650 bilhões em setembro e em US$ 37,760 bilhões em nove meses.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 209 milhões em setembro, e de US$ 1,201 bilhão em nove meses.
Investimento estrangeiro
Em setembro, o resultado negativo para as contas externas foi totalmente coberto pelos investimentos diretos no país (IDP). Quando o país registra saldo negativo em transações correntes precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior.
A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo. No mês passado, o IDP chegou a US$ 6,306 bilhões contra US$ 7,917 bilhões de igual mês de 2018. De janeiro a setembro, esses investimentos somaram US$ 47,519 bilhões contra US$ 53,953 bilhões em igual período do ano passado.
Edição: Kleber Sampaio
Nabantino Gonçalves
28/10/2019 - 09h27
Situação que só tende a piorar e se perpetuar, com a privataria defendida pelo Chicago boy travestido de super ministro da economia, alçado ao poder em função de um golpe de estado e fraudes sucessivas de toda monta.
LUPE
25/10/2019 - 13h11
Caros leitores
Está bem claro
que o País está nas mãos
de agentes
de nossos superpoderosos inimigos.
Dentro em pouco esfumaçam
o dinheiro acumulado
pelos governos do PT
(mais de 300 BI BI BI lhões de dólares).
Dentro de mais um pouco
vão fazer o que outro agente de nossos inimigos
fez,
nos anos 90:
pedir mais de 100 BI bilhões de dólares
em empréstimos
ao FMI
(Banco de nossos superpoderosos inimigos).
Mas, a Grande Mídia
esconde tudo isso
das pessoas.
Porque ela é parte,
serve aos nossos superpoderosos
inimigos.
Quer ver a cara
de nossos superpoderosos
inimigos?
Clique em
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E as pessoas,
com as cabeças envenenadas pela Grande Mídia,
acreditam que o culpado é o ………………….
Nelson
25/10/2019 - 09h54
Este é um dos tantos efeitos altamente nocivos das privatizações. Nos governos do “Farol de Alexandria”, grande parte das nossas empresas estatais e do nosso patrimônio foram doados ao grande capital estrangeiro,
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Já naquela época, o saudoso jornalista Aloysio Biondi, um dos poucos que mostrava a realidade por detrás da avassaladora e mentirosa propaganda pró-Plano Real, nos alertava do aumento exponencial das remessas de lucros gerado, em grande parte, pelas privatizações.
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Como, apesar de toda a sua nocividade, as privatizações continuaram, mesmo nos governos do PT, a coisa só poderia recrudescer. E deve piorar muitíssimo mais, porque MiShell Temer entregou mais um grande naco das nossas riquezas e o (des)governo de Bolsonaro promete entregar o que resta principalmente ao grande capital estrangeiro.
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O grande capital estrangeiro arrecada aqui dentro, mediante tarifas escorchantes, entre as mais altas do planeta, e envia seus lucros para fora, descapitalizando ainda mais um país que necessita, prementemente, de capital para se desenvolver.
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A propósito, a propaganda a favor das privatizações, repetida à exaustão pela mídia hegemônica e seus comentaristas, supostos especialistas em tudo, sempre nos prometeu produtos e serviços de melhor qualidade a preços e tarifas mais baixos.
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Uma promessa idêntica às de muitos políticos: irrealizável. Se o capital privado for cumprir tal promessa, o lucro não virá e, logo logo vai desistir do negócio, já que a prioridade primeira, não raro a única, da empresa privada, é a obtenção de lucros. E lucros que, pela lógica do capitalismo, têm que aumentar sempre, mais e mais, a cada período que passa.
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Alguns, mais afoitos, para dizer o menos, vão me desancar afirmando que estou demonizando a empresa privada. Não é o caso. Estou descrevendo como a coisa toda é na real, por acima da espessa nuvem de fumaça que a propaganda ideológica joga sobre olhos e mentes de todos à busca de apoio para as privatizações.
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Há uma grande diferença entre a prioridade da empresa privada e a finalidade de uma empresa pública. A empresa pública tem como finalidade servir ao povo da melhor maneira possível, ou seja, com produtos e serviços de qualidade a preço justo. Por isso mesmo, a empresa pública não tem obrigação de gerar excedente, lucros. Passou a ter depois que a ideologia capitalista/neoliberal invadiu e infestou o setor público com seu mercantilismo.
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Em suma, não há como coadunar o interesse público, de todo o povo, com a privatização. E, quando digo isto, não me refiro apenas ao povão, trabalhadores e donas de casa. Incluo aí micro, pequenos, médios e até muitos considerados grandes empresários. Todos estão sofrendo e vão sofrer muito mais a nocividade das privatizações.
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Dentro da lógica capitalista de lucrar sempre mais, os grandes monopólios privados que assumem as empresas estatais passam a cobrar tarifas cada vez mais caras,em prejuízo de toda esta turma de que falei.
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Só quem ganha com as privatizações é um estrato que não chega a comportar 1% da sociedade. Este estrato é composto apenas pelos donos das grandes empresas que passaram a tomar conta das estatais ou dos serviços públicos e/ou seus acionistas.
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Como vemos, há implicações gravíssimas trazidas pelas privatizações a qualquer país e a seu povo. Porém, há uma pá de gente que se diz inteligente e esperta que se recusa a se dar conta disso e vive a aplaudir a entrega do patrimônio que pertence a todos para uns poucos grandes grupos privados. Eu só posso atribuir tal postura como sendo uma opção pela “cegueira intencional”.
Paulo
25/10/2019 - 15h11
A grande contradição é que o Governo que quer privatizar alega corrupção e que as empresas públicas estariam quebradas, assim como alegou com a Previdência (o que, sabemos, não é inteiramente verdadeiro). Oras, não é precisamente a causa de existir deste novo Governo por cobro às más práticas que sempre vitimaram, historicamente, essas empresas, e que engendraram a corrupção e má-gestão?
Nelson
25/10/2019 - 18h02
Meu caro Paulo.
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Após tantas leituras e muitas reflexões sobre as privatizações, que tenho feito desde a década de 1990, pelo menos, eu cheguei à conclusão de que o objetivo das mesmas nada tem a ver com as justificativas que são dadas para fazê-las.
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O primeiro objetivo, muito alardeado, é o que citei no meu comentário. Oferecer à população serviços e produtos de melhor qualidade a preços e tarifas mais baixos. Como afirmei acima, algo irrealizável. A prova disso é que em todas as privatizações que tivemos desde aquela época os custos só aumentaram ao passo que a qualidade ou caiu ou não melhorou como prometido.
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O segundo objetivo, que seria o de acabar com a corrupção também não foi atingido. Segundo intensa propaganda, a corrupção é tão grande por causa da existência das empresas estatais, que seriam antros de degeneração. A mesma propaganda leva muita gente a crer, equivocadamente, que as empresas privadas são espaços angelicais onde tudo é feito segundo os mais nobres princípios morais. Pois bem, foi privatizada uma montoeira de empresas estatais e a corrupção segue aí, vicejando.
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O terceiro objetivo seria adequar o nosso país ao chamado mundo moderno. Segundo a propaganda, no mundo moderno o Estado é diminuto. Surgiria também daí a necessidade de privatizarmos o máximo possível. Lérias. O Estado no Brasil ocupa cerca de 30% da economia enquanto que,nos países mais avançados do planeta, ocupa em torno de 40%. Então, o Estado brasileiro tem é que aumentar de tamanho e não diminuir, para que nos equiparemos aos países ricos.
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Não estou aqui a lançar este dado no achômetro. Quem o afirma é alguém que entende muito mais do que eu da coisa toda. Falo do eminente economista e professor, Ladislao Dowbor, que não passa de um ilustre desconhecido, pois, por não compactuar com a ideário neoliberal não é citado e também não tem qualquer espaço na mídia.
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Por último, eu te digo que os países ricos só chegaram ao nível de desenvolvimento em que se situam hoje com um Estado forte a ditar o rumo, a estabelecer os objetivos. Assim, como não querem que os países pobres também atinjam o mesmo patamar de desenvolvimento – tornar-se-iam sérios competidores -, a receita que os países ricos nos impõem, via FMI e Banco Mundial, é composta de abertura de mercados e, principalmente, privatizações e redução do tamanho do Estado.
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Um dado, entre tantos outros, demonstra a importância do investimento público para nosso país: bem mais de 95% da pesquisa no Brasil é feita nas universidades públicas. Algo lógico, que fica dentro do raciocínio que fiz no comentário anterior.
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A pesquisa é atividade de risco. Tanto pode gerar bons frutos quanto “dar com os burros n’água”. Além disso, muitas vezes seus frutos só vão aparecer após muito tempo. E, já que são empresas privadas, as universidades privadas trabalham sob a lógica capitalista que ordena que a prioridade primeira deve ser a obtenção de lucros da forma mais breve e menos custosa possível. Não é à toa, portanto, que tais universidades se esquivem da pesquisa.
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Assim, se o país, qualquer que seja ele, quiser escapar à dependência tecnológica o mais possível, terá que, obrigatoriamente, criar institutos de pesquisa públicos.
chichano goncalvez
24/10/2019 - 13h35
É mais do que normal, temos um presidente sem nenhuma credibilidade e semi analfabeto, estupido, completamente idiota, só fala bobagens, alem de uma gama enorme de empresarios , que nada mais são do que mercenarios, cujo pais dos mesmos ,é o dinheiro, a vida não importa pra eles, principalmente em se tratando de empregados, e com a reforma da previdencia, ou melhor, o desmanche da previdencia, pode acontecer o que está acontecendo no Chile, espero que assim seja.