Quando a defesa de Lula conseguiu contratar o famoso advogado Geoffrey Robertson, que representa o ex-presidente no processo que ele movimenta na ONU, uma das denúncias que o britânico fez foi justamente essa, de que o sistema brasileiro de julgamento era arcaico, por não separar o juiz que julga e o juiz que acompanha a investigação. A própria Inglaterra foi denunciada na ONU, há anos, por causa disso e modernizou o seu sistema, aos moldes da maioria dos países europeus.
Na Itália, por exemplo, terra da operação “Mãos Limpas”, há separação do juiz que julga e do juiz que acompanha as investigações. Essa separação é fundamental para que o magistrado que julga e condena se mantenha equidistante das partes e guarde uma postura imparcial.
O chamado “garantismo” penal, filosofia defendida pelo jurista Luigi Ferrajoli, vê a separação das funções do juiz como essencial para que haja um julgamento imparcial.
Esse é o tipo de política jurídica que, a meu ver, faltou ao Brasil durante as administrações de governos de esquerda, marcadas por políticas fortemente punitivistas, que geraram muito desequilíbrio no sistema de justiça. Todas as leis que permitiram que a Lava Jato cometesse os abusos que cometeu foram criadas e sancionadas em governos de esquerda, como a lei da delação premiada, a de organização criminosa e, por fim, a ficha limpa. Na indicação de nomes para a Procuradoria Geral da República, esses governos aceitaram o corporativismo da lista tríplice, e na de ministros do STF levaram em conta aspectos identitários ou fisiológicos, sem prestar atenção ao fundamental: o compromisso com valores fundamentais da constituição, a coragem para enfrentar a opinião pública, e a luta contra o punitivismo penal.
Agora vamos torcer para que as correntes políticas que defendem a liberdade de Lula ponham, por um momento, as emoções partidárias de lado, e parabenizem – e apoiem – o senador Cid Gomes e o PDT por essa iniciativa, que é fundamental para garantir, para todos os brasileiros daqui para o futuro, um julgamento justo, impedindo que erros e abusos judiciais, como os cometidos contra Lula, se repitam no futuro.
Clique aqui para ver o projeto do senador Cid Gomes. E aqui link direto do texto do projeto.
Cid Gomes (PDT-CE) apresenta projeto para impedir abusos e assegurar imparcialidade nos julgamentos criminais. A proposta cria a figura do Juiz de Garantia e estabelece que o magistrado que conduz a investigação não pode ser o mesmo que julga
@cidfgomes @cirogomes @PDT_Nacional pic.twitter.com/EV7JC1WI2W— PDT Senado (@PDTsenado) September 12, 2019
Curioso
19/09/2019 - 18h25
Não estou entendendo. Pelo que está nos jornais hoje (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2019/09/deputados-aprovam-lei-que-veta-juiz-que-conduz-investigacao-de-julgar.shtml), uma proposta com esse conteúdo, ou similar, foi aprovada e os autores da proposta são m deputado do PT e uma deputada do PP. Então, como fica o ” Cid Gomes faz o que o PT não faz”?
Valeria
18/09/2019 - 07h44
Esse site cafezinho é do tamanho do Ciro?♀️?
Alberto Gonçalves
14/09/2019 - 10h12
É duro ficar ouvindo os radicais petistas, tentando justificar o injustificável. Não resta dúvidas de que os governos Lula e Dilma fizeram avanços nas políticas sociais. Mas também não temos dúvidas que fizeram cagadas homéricas nas alianças com corruptos, em troca da governabilidade, e na nomeação dos ministros do STF e dos PGR. Salvo honrosa exceção do Lewandovski, os demais nomeados, Barroso, Fux, Fachin, Carmen Lúcia, Toffoli e Rosa Webber saíram pior do que a encomenda.
Robson
13/09/2019 - 20h09
Então o Siro II, irmão do Siro I anda fazendo mais que o PT?
Ié? Aprovou o que Dom Miguel?
Modernização do sistema judiciário?
Is-tu-pen-do.
Ps: por favor, sem censura no exercício do seu poder moderador por aí, Dom Miguel.
Elton
13/09/2019 - 19h21
NÃO É CONGRESSO QUE DEVEM DECIDIREM, SOBRE RENOVAÇÃO OU MODELO DE GESTÃO JUDICIÁRIA.
STG É O STJ, SÃO ÓRGÃOS QUE DEVERIAM NORTEAR, UMA POLÍTICA INTERNA E QUE SE PRESTAM A INTERESSES CORPORATIVOS, NUNCA SERÃO CAPAZES DE ESTABELECER PARAMETROS PARA TAL.
Paulo
13/09/2019 - 19h05
Até onde sei, juiz não acompanha investigação, acompanha a instrução criminal. Investigação é fase pré-processual a cargo da polícia e sob acompanhamento do MP…de qualquer forma, o projeto é desnecessário, custoso e contraproducente. No Brasil, o princípio da “identidade física do juiz” sempre trouxe vantagens à instrução e ao julgamento. Não precisamos macaquear europeus, nesse sentido…
Justiceiro
13/09/2019 - 18h14
Eu gostaria que Miguel publicasse meu comentário e fizesse algum comentário.
Seguinte. Já que os petistas e Lula querem um juiz que acompanhe todo o processo e outro que julgue, isso aconteceu no caso do sítio de Atibaia: Sérgio Moro acompanhou o processo MAS quem sentenciou Lula foi a doutora Gabriela Hardt. Por isso não reclamem da condenação, tudo dentro do que o Geoffrey sempre pediu.
Ah, não vale choradeira, tá?
Ah, e quem paga os advogado caríssimos de Lula?
Sergio Araujo
13/09/2019 - 20h06
Vc se refere aquele CTRL C + CTRL V dessa gabriela, certo?
E quem pede juízes distintos para acompanhamento e julgamento não é um partido, é a modernidade do judiciário de qualquer país democrático.
Nelson Perez de Oliveira junior
13/09/2019 - 17h11
Eu acho q ele e o irmão deviam apresentar um programa pra não fugir de segundo turno de eleição em q não estejam disputando mais. Cobram do PT autocritica e até hj não se explicaram e o cafezinho também não cobrou autocrítica. Se no segundo turno Felipe Neto e Joaquim. Barbosa tiveram a coragem de dizer elenao e declarar voto em Haddad e os covardes e arrivistas Gomes se mandaram!
Redação
13/09/2019 - 17h28
Desculpe, mas Ciro foi o primeiro a dizer “Ele não”, no dia da votação. https://www.youtube.com/watch?v=HYbQdnITZRE
Gustavo
13/09/2019 - 22h16
Hoje mesmo a BBC publicou uma entrevista com o Ciro na qual ele fala sobre isso. Vale a pena conferir.
João Ferreira Bastos
13/09/2019 - 16h04
Parabens pela iniciativa, antes tarde do que nunca.
Se eu tivesse um blog que apoiasse o PT, poderia fazer uma chamada de capa todo dia, só para sacanear:
O PT fez o que os Irmaos cid e ciro não fizeram: apresenta projeto….
E amanhã não me venham dizer que o cafezinho prega a união das esquerdas
Redação
13/09/2019 - 16h16
Mas é verdade. Enquanto Cid Gomes (quem falou de Ciro?) apresenta um projeto para pôr ordem no judiciário, o PT aprovou a lei da delação premiada, da organização criminosa, da ficha limpa, e nomeou Fux (entre outros). A verdade é dura.
Sergio Araujo
13/09/2019 - 20h10
Quem não se lembra quando o “petista” Dias Toffoli chegou ao STF??
Carlos A. R. Azevedo
13/09/2019 - 18h06
Exatamente. A manchete diz tudo. É preciso dizer o que acha ser bom e ao mesmo tempo contrastar com o PT. Olha como sou melhor que o PT. Acho esse jogo bem fácil de ser identificado.
Redação
13/09/2019 - 18h53
Concordo que existe muita exploração do antipetismo, mas neste caso, é preciso fazer isso. A política do PT nesse campo foi muito ruim, e é necessário fazer essa crítica, para entendermos como tudo aconteceu, incluindo aí a prisão de Lula.
João Ferreira Bastos
14/09/2019 - 13h39
Qual o partido no poder acertou todas ?
Os irmãos no CE acertaram todas ? Não
Mas o que se critica, qui, com total razão, é que o Cafezinho virou braço dos irmãos e não agrega
Tuas criticas a esquerda, inicialmente, sempre foram bem ponderadas, tenho certeza que o FB te orientou muito bem, mas depois que desgarrastes das esquerdas e abraçou o Cirismo, passou a tecer criticas desmedidas.
Uma pena que tenhas descarrilhado, gostava bastante de tuas criticas, agora critica apenas pelo prazer de criticar. Parece vingança
Paulo
13/09/2019 - 13h54
Ok mas se o juíz de garantia for um Moro da vida , o que adianta?
Vai proteger aliados e cruzar os braços quando os inimigos sofrerem abusos.
O problema do judiciário é ético , não vai ser resolvido com leis.
Redação
13/09/2019 - 14h01
Leis ajudam MUITO a resolver os problemas.
Alexandre Neres
13/09/2019 - 14h17
É um passo na direção correta, se vier a ser apreciado. Contudo, para mudar a cultura daquele Poder opaco e corporativista que tudo permite àqueles semideuses, há um longo caminho a percorrer.
NeoTupi
13/09/2019 - 15h09
É bem-vindo. Um avanço institucional, mas no Brasil o inferno está cheio de instituições que não funcionam.
Se o jogo de compadres entre Moro, os desembargadores e presidente do TRF-4, o STJ, o TSE e o STF, rolou solto para tirar Lula da eleição, não creio que isso impediria novos golpes de lawfare.
Em tempo: Mas e o Petê, hein! … O projeto é do Cid e tem que colocar o PT no meio na notícia sem motivo? Imagina o Jacques Wagner apresentando um projeto desses, o quanto seria a reação.
Paulo
13/09/2019 - 19h01
Esse não sou eu.
Carlos Augusto
13/09/2019 - 13h50
Olha ja temos muitas leis no Brasil, basta que sejam cumpridas.
Agora sugiro mudar o nome do blog para ” O CAFEZINHO REQUENTADO DO PDT”
Redação
13/09/2019 - 14h02
Incrível se apegar a picuinhas partidárias, ao invés de apoiar a modernização do judiciário que evitará novos abusos no judiciário. É muita falta de responsabilidade.
Alan C
13/09/2019 - 14h10
Quando vc comenta naquela porcaria do 247 puxadinho do PT vc critica tb, ou fica quietinho na sua achando ótimo?
Carlos Marighella
13/09/2019 - 13h47
PT ficou 14 anos agradando a Casa Grande para tentar se perpetuar no poder, criando, inclusive as leis que foram usadas contra ele a partir do golpeachment, agora aguenta.
Paulo
13/09/2019 - 19h01
Poderíamos dizer, então, aceitando seu raciocínio, que o PT “forneceu a própria corda com que haveria de ser enforcado”?
Paulo Souza
13/09/2019 - 13h32
PARABÉNS CID GOMES, É ASSIM QUE SE FAZ…….
Paulo
13/09/2019 - 13h31
Parafraseando Stalin , quantos votos para aprovar isso Cid tem?
Citando o cavaleiro de Ouro Máscara da Morte de Câncer , se você é fraco não pode fazer nada para impedir o mal , então ser fraco e ser mal significam a mesma coisa.
O código de processo penal e a Constituição já são claros sobre o papel do juíz , essa proposta só iria resultar em mais juízes e mais auxílios moradia mas como não será aprovada, nem convém discutir.
Redação
13/09/2019 - 13h34
Não. Basta dividir os que já tem.