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O federalismo e a improvável unidade da esquerda em 2020

Por Theófilo Rodrigues Não obstante os recentes apelos de Flávio Dino, que foram repercutidos por Tarso Genro, Tatiana Roque e Márcia Tiburi, o fato é que uma unidade dos principais partidos da esquerda do espectro político nas eleições municipais de 2020 é ainda muito improvável. O grande obstáculo para essa coalizão não é exatamente programático […]

26 comentários
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Por Theófilo Rodrigues

Não obstante os recentes apelos de Flávio Dino, que foram repercutidos por Tarso Genro, Tatiana Roque e Márcia Tiburi, o fato é que uma unidade dos principais partidos da esquerda do espectro político nas eleições municipais de 2020 é ainda muito improvável.

O grande obstáculo para essa coalizão não é exatamente programático – não há diferenças irreconciliáveis entre PCdoB, PT, PSB, PDT e PSOL -, mas sim relacionadas às realidades políticas locais. O federalismo do sistema político brasileiro fala alto e a derrota da proposta de verticalização das candidaturas em 2006 foi um sinal disso.

Há dois tipos de dinâmicas locais que impedem a consolidação dessa ampla coalizão. Em alguns casos, há cidades em que os partidos são efetivamente adversários uns dos outros. É a situação de Aracaju, Recife e Fortaleza, por exemplo. Em outros, como não há nenhuma força consolidada que seja muito maior que as demais, os partidos são concorrentes na disputa pelo poder. É o que ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Além disso, há uma variável institucional que influenciará decisivamente as coalizões em 2020. A eleição do ano que vem será a primeira em que não será permitida coligações nas eleições proporcionais. Isso significa que os partidos terão que montar chapas próprias para as Câmaras Municipais. Nesse contexto, uma candidatura própria para a prefeitura pode alavancar a chapa de vereadores. Por essa razão a fragmentação de candidatos a prefeito deve aumentar em 2020.

Aracaju é exemplar de uma capital onde os partidos de esquerda possuem oposição acirrada. O prefeito Edvaldo Nogueira do PCdoB deverá contar com o apoio do PDT para sua reeleição. Já o PSB de Valadares Filho e o PSOL de Sonia Meire constroem a oposição ao seu governo. Na última eleição o PT indicou a vice-prefeita de Edvaldo, mas agora o partido avalia romper com o prefeito.

Em Recife, o diálogo na esquerda também não é dos melhores. A atual gestão da cidade conta com Geraldo Júlio do PSB como prefeito e Luciano Siqueira do PCdoB como vice. Em 2020, a chapa não poderá se repetir, já que Geraldo terminará seu segundo mandato. Para a sucessão o PSB estuda o nome do filho de Eduardo Campos, o deputado João Campos. O PCdoB mantém bom diálogo com o PSB no estado. Basta dizer que a presidenta nacional do partido Luciana Santos é também vice-governadora, ao lado do governador Paulo Câmara do PSB. Já o PT, que é oposição ao PSB em Pernambuco, pretende lançar a deputada Marília Arraes. Quem também pensa em uma candidatura é Tulio Gadelha do PDT. Uma possível chapa entre Arraes e Gadelha não é impossível.

Assim como em Pernambuco, no Ceará o prefeito da capital também termina em 2020 o seu segundo mandato. Muito próximo de Ciro Gomes, o prefeito Roberto Cláudio, do PDT, ainda não decidiu quem será o seu candidato para a sucessão. Há em Fortaleza um certo imbróglio. Embora o governador Camilo Santana, do PT, seja muito próximo do PDT, a deputada petista Luizianne Lins tem a intenção de disputar a prefeitura. O PSOL provavelmente lançará o deputado estadual Renato Roseno para a disputa da prefeitura.

Em Salvador, várias possíveis candidaturas do campo da esquerda já foram lançadas como Alice Portugal do PCdoB, Lídice da Mata do PSB e Nelson Pellegrino do PT. Mas todos esses partidos fazem parte do campo do governador Rui costa, o que pode facilitar uma unidade para 2020.

Em Porto Alegre, o PT de Maria do Rosário e Tarso Genro e o PSOL de Luciana Genro já demonstraram interesse em apoiar a candidatura de Manuela D’ Ávila do PCdoB. O PDT, que no passado recente governou a cidade, agora discute a possibilidade da candidatura de Juliana Brizola. O PSB, por sua vez, avalia a candidatura de Beto Albuquerque.

Em São Paulo, já foram lançados os nomes de Marcio França do PSB e de Orlando Silva do PCdoB. Sem um candidato competitivo pela primeira em sua história na cidade, o PT estuda apoiar algum outro partido. O que alguns dirigentes comentam é que, se o PT apoiar França, o PCdoB poderia retirar a sua candidatura em nome da unidade da esquerda na cidade. Esse, aliás, é o sentido do movimento que o governador do Maranhão, Flavio Dino, pretende construir.

Por fim, no Rio de Janeiro não há exatamente uma grande briga entre os partidos de esquerda que explique a falta de unidade. Marcelo Freixo poderia ser o candidato natural desse campo, já que na última eleição, em 2016, chegou a disputar o segundo turno contra o atual prefeito Marcelo Crivella. Freixo, inclusive, já conta com o importante apoio do PT. Contudo, a necessidade de montar chapas fortes com possibilidades reais de eleger vereadores pesa na decisão dos demais partidos que pretendem ter candidaturas próprias. Sob esse registro, o PSB pode lançar Alessandro Molon, o PDT Martha Rocha e o PCdoB Carlito Brizola. Mas há ainda uma outra possibilidade menos fragmentária, ventilada nos bastidores: a da composição de duas candidaturas de esquerda. Nesse cenário, Freixo teria o apoio do PT de um lado e, do outro, PSB, PDT, PV e PCdoB, construiriam uma candidatura única.

Importante ressaltar que, no caso do Rio de Janeiro, a esquerda provavelmente crescerá na Câmara Municipal. O PCdoB, que hoje não possui nenhum vereador, tem grandes chances de eleger duas mulheres negras: a professora Dani Balbi e a urbanista Tainá de Paula. Já o PT, que na última eleição elegeu dois vereadores – Reimont e Luciana Novaes– deverá ver a bancada aumentar com a vinda do ex-senador Lindbergh Farias para a disputa pela vereança. O PSOL, apesar da trágica e ainda não explicada morte de Marielle Franco, deverá manter sua bancada com a possível entrada de Tatiana Roque no lugar do atual vereador Babá. Já o PDT pode ter uma surpresa com a candidatura de Everton Gomes para vereador.

Até meados de 2020 muita coisa ainda pode acontecer. A unidade plebiscitária da esquerda contra o governo Bolsonaro, como pretende construir Flávio Dino, é possível. O governador do Maranhão tem habilidade para construir articulações amplas e é o político mais indicado e com maior credibilidade para esse empreendimento. Diga-se de passagem, o PT não ter candidaturas próprias em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo é um claro sinal desse esforço pela unidade. O mesmo pode ser dito da recente declaração de Marcelo Freixo de que o PSOL deveria ceder em algumas cidades em favor de uma unidade. Mas que é muito difícil, isso é.

Theófilo Rodrigues é cientista político.

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Theo Rodrigues

Theo Rodrigues é sociólogo e cientista político.

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Comentários

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Karla

13/09/2019 - 13h40

Até José Dirceu já avaliou e reconhecia o erro crasso do PT e de Lula, quando mantiveram a ferro e fogo o protagonismo em 2018 com a cabeça de chapa estrelada.
Não vivíamos a época áurea do “uma estrela sobe”.
A estrela caíra a olhos de quem olhava e via.
Ignoraram-se todos os sinais óbvios e ululantes que apontavam a maré montante refratária à tragédia anunciada encarnada por Dilma, e o crescimento do anti-petismo lento e gradual, porém firme.
Quem quiser identificar a “fonte” da informação atrás mencionada deve assistir e ouvir a entrevista de Jânio de Freitas concedida a Tutameia. Além de ser o melhor jornalista da Folha há pelo menos um quarto de século, também é o melhor analista político existente nos “jornalões” do patriciado paulista e, portanto, conhece o lulismo e o petismo desde priscas eras.
O petismo parece seguir à risca a lição de Talleyrand: “não aprenderam nada, não esqueceram nada”.
Tal como Ferdinando VII, o PT não aprendeu nada com as lições da crise de junho de 2013, do ‘impeachment” dado pelo conluio do Cartel do PMDB e da insistência no protagonismo do PT em 2018 lastreado no “erro crasso” de confiar na Justiça da Casa Grande.
A candidatura de um “Lula Livre” sempre foi delirante. E continua sendo também, hoje.
Lula verá o sol nascer quadrado durante muito tempo.
Ainda faltam seis processos engatilhados para as denúncias serem disparadas durante 2019 e 2020.
Ao invés de decidir pelo asilo político – e preservar a coerência com a sua jurada inocência, além da conformidade com a negação proclamada da malsina alcaguetagem do seu ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci -, o PT e Lula escolheram a rendição à república de Curitiba.
O “Italiano” hoje reside em um apartamento próprio no valor de R$ 12.000.000,00 e goza do regime aberto, com tornozeleira eletrônica. A despesa do “Italiano” com o condomínio e o IPTU é igual a R$ 14.000,00 mensais.
Lula perdeu o sentido de classe depois que patrocinou a “conciliação” com o grande capital e sua “aliança” com as empreiteiras, desde que assinou a “Carta aos Banqueiros”, mimetizada em uma “Carta aos Brasileiros”.
Em 1989, entre o primeiro e o segundo turno, Lula foi procurado pela Odebrecht.
Já se vão três décadas do primeiro encontro do “Amigo” com o patriarca das empreiteiras.
A resposta do Lula de 89 foi rápida, curta e grossa: “É uma fria”.
Quem quiser identificar a “fonte” da informação deve ler “A história real – Trama de uma sucessão” publicada pela Editora Atica. A anotação dos autores encontra-se lá, entre “aspas”.
Lula também teve o seu instinto político obnubilado quando optou pela rendição ao Judiciário da Casa Grande. Justo ele que sugeriu a Mino Carta, em entrevista a Carta Capital desta semana, que fizesse uma análise da árvore genealógica das famílias dos magistrados demonstrando suas raízes na Casa Grande.
Lula perdeu a razão ideológica há muito tempo.
Esqueceu uma lição elementar da sociologia com pés na Senzala:
“A justiça é para os ricos. A polícia é para os pobres”.
Lula não leu Trotsky, que desde a política estudantil foi o livro de cabeceira de Palocci.
Lula, portanto, ignora o que é feito a quem seja considerado um “inimigo de classe”.
O inimigo de classe é matéria-prima do paredão.Trotsky foi quem restaurou a pena de morte e o julgamento sumário bolchevique, mais tarde aproveitado por Stalin nos processos de Moscou.
Trotsky foi quem decidiu pela eliminação do risco do Czar e seus descendentes restaurarem a monarquia. Fuzilou o czar, a czarina e todas as filhas e filho dos Romanov.
Não foi por acaso que um trotskysta de raiz alcaguetou a núcleo duro do poder lulo-petista. Palocci era militante da Liberdade e Lula no movimento estudantil, a conhecida ala trotstkysta da UNE.
Até onde se sabe, Lula nunca visitou Dirceu nem Vacary.
Dirceu já avisara, quando foi rifado da Casa Civil no grito do “Picareta Jefferson”, que o alvo não era ele, mas Lula. O tempo deu razão a Dirceu.
O PT não aprendeu que a existência de um regime de coalizão política flutuante (com a dominância da classe plenipotenciária do capital) é incompatível com a existência de derivativos, direta ou indiretamente, voltados ao bem estar das classes subalternas, uma vez que qualquer movimento de depreciação da taxa de valorização do capital, em períodos de instabilidade internacional, implica “auto-correção” e torna-se depreciativa e repressiva da classe-que-vive-do-trabalho.
Em vez de uma aliança preferencial com a “classe que vive do trabalho”, Dilma fez a opção pelo outro polo de classe, quando deu o cavalo-de-pau em 2015, ao nomear o gerente do “BRAM” do Bradesco, responsável pela garantia da riqueza administrada dos dez mil brasileiros mais ricos, com base no “Asset Management” de R$ 350.000.000.000,00 (trezentos e cinquenta bilhões).
O “gerente” do BRAM-BRADESCO atendia pelo nome de Joaquim Levy.
Mais tarde, também foi o responsável pela “repatriação de capitais” (o dinheiro mal havido e mal lavado da elite endinheirada no exterior). Quem inventou a “repatriação” abaixo da linha do Equador foi o governo de Belisário Betancourt para lavar o dinheiro de Pablo Emilio Escobar Gavíria, o chefão do Cartel de Medellin, na década de 90.
O ciclo do lulo-petismo teve começo, meio e fim.
O apelo a um “sebastianismo lulista redentor” – com base na mesmice da repetição da tese “Lula livre” -, perante o Judiciário da Casa Grande, apenas demonstra o estado delirante do petismo que ignora que não há juízes em Brasília.
Juízes só há em Berlim.

Robson

13/09/2019 - 07h54

Eita, CENSURA rolando no cafezinho?
Que feio Miguel.
Péssimo exemplo para os dias atuais.
La-men-tá-vel.

Robson

12/09/2019 - 20h57

E aí Miguel, não vai postar nem comentar nada sobre as últimas pérolas ditas por seu grande estadista o Siro I?
Autocrítica só do PT?
Que feio…

    Redação

    13/09/2019 - 10h59

    Quem é Siro?

      Robson

      13/09/2019 - 13h03

      Siro I é o imperador de Sobral, CE.
      O magnífico que se diz capaz de governar o país dele, para ele e com ele.
      E com a ajuda de seu ajudante de obra, o Cid.
      Conhece, não?

        Redação

        13/09/2019 - 13h07

        Imperador? kkkk

João Ferreira Bastos

12/09/2019 - 15h22

Existe antipetismo, claro que sim.
A partir do momento que nasceram os simpatizantes do petismo, muito maior que o antipetismo, a força contrária se mostrou dai o antipetismo.

Existe anticirismo, não ! Logo não existe força suficiente no círismo, para existir anticirismo.

Quem sabe depois que ele voltar da França e comer muito feijão ao lado do maior de todos

Darcy Brasil

12/09/2019 - 14h39

ESSE COMENTÁRIO, SEI BEM, É INÚTIL

O “fedaralismo fala alto” somente para partidos que apenas nominalmente são colocados no campo da esquerda. Porque, se todos os partidos fossem realmente de esquerda, não estariam empenhados apenas em atuar nos estreitos limites da democracia de fachada, mas sim em edificar as bases de uma democracia popular, mobilizando, conscientizando e organizando os trabalhadores e o povo. Para tanto, ao contrário do que sugere o principal argumento do texto, os espaços institucionais são ideiais para a ação unitária da esquerda, pois partir das estruturas institucionais dos municípios, as esquerdas poderiam com muito maior facilidade cumprir as três principais tarefas que relacionei acima. Experiências como o orçamento participativo poderiam se somar a outras como formas de combater a corrupção dentro do município coletivamente, dando poder de fiscalização real ao cidadão comum. Licitações abertas às cooperativas de trabalhadores e populares que poderiam desonerar vigorosamente o custo das obras públicas, etc. Indivíduos que se acreditam de esquerda, que confundem sua militância com a de cabos eleitorais de vereadores, deputados e senadores carreiristas, são “de esquerda” apenas da boca para fora, ou por conta da conotação elástica que a literatura política concedeu a esse conceito. Um verdadeiro militante da esquerda se empenha prioritária e permanentemente para mobilizar, conscientizar e organizar o povo.

ZÉ da real

12/09/2019 - 13h11

O PT fez autocrítica! Não se mistura com a direita mais. Não quer protagonismo de nada, mas quer uma agenda progressista. Esse PDT de hoje e o tal movimento “Direitos Já” não aborda o que o partido defende. Então, já era união. Que Ciro pare de falar asneiras ou comece a procurar seus votos para se eleger e não colocar a culpa de outro Bozzo no PT.
O PT está só, mas de cabeça erguida. Fora do governo, não é preciso arranjos com outros partidos que jogam contra o próprio PT.

    Carlos Marighella

    12/09/2019 - 15h26

    O PT acabou de se misturar com a direita não faz nem um ano com Lula recebendo Renan Calheiros no palanque na caravana pelo nordeste. Quando tiverem passado 3 eleições sem o PT chafurdar com golpista aí sim poderemos dizer que o PT não se mistura com direita, antes disso, definitivamente não.

João Ferreira Bastos

12/09/2019 - 12h21

A união. Das esquerdas só serve se o petê entrar com a militância e os votos. O petê não pode participar da chapa por causa do antipático, então o petê tem que apoiar calado gente que xinga o partido e seus militantes. Depois da um pulinho em Paris para a militância do petê poder trabalhar .

    João Ferreira Bastos

    12/09/2019 - 12h22

    Antipático = antipetismo

NeoTupi

12/09/2019 - 10h16

Antipetismo é antiesquerdismo. Voltou-se contra o PT porque é o partido de esquerda com maior expectativa de poder. Se o PSOL cresce volta-se contra ele.

Se o PDT apoiasse o MST e o MTST como o PT e PSOL apoiam e crescesse como expectativa de governo de esquerda o “antipetismo” voltaria contra o PDT.

É triste ver Ciro alimentando o antipetismo porque na verdade ele está alimentando o antiesquerdismo. Óbvio que ele jamais conseguirá liderar uma frente de esquerda com essa atitude. Ciro não é burro, sabe disso. Está fazendo sua escolha. E não é pela esquerda.

    Carlos Marighella

    12/09/2019 - 15h38

    O antipetismo apareceu e cresceu, entre outras coisas, pela crise que começou a assolar o povo a partir do PÉSSIMO governo Dilma.
    Teve golpe? Claro que teve. Teve o “quanto pior, melhor” do Aécio? Claro que teve. Lula está preso injustamente? Claro que está, mas tudo isso não tira a responsabilidade do lucro dos bancos, da autonomia do BC traficando informação privilegiada, o aparelhamento do estado, o estelionato eleitoral, a patacoada da conta de energia, as desastradas escolhas da Dilma protegendo figuras que o PT adorou como Temer e Cunha, enfim, o antipetismo é antiPETISMO e não antipedetismo ou antipsolismo… É preciso colocar nome aos bois, e a responsabilidade é ÚNICA e EXCLUSIVA do PT.
    Ciro não alimenta nada, ele apenas fala o que o PT fez e o PT fica bravinho pq na visão egocentrista e infantil dos caciques do PT, comandados por um cara que se acha Deus e uma maluquete que só fala besteira, é que o mundo deveria girar em torno do PT, e a casa caiu…

      NeoTupi

      13/09/2019 - 12h57

      Antipetismo (que não passa de antiesquerdismo direcionado ao maior partido de esquerda do momento) foi muito maior antes de 2002. Em 1989 Lula teve 47% dos votos úteis, praticamente o mesmo que Haddad teve em 2018 (45%) em condições muito mais turbulentas. Em 1994 e 1998 (com Brizola de vice), Lula nem chegou segundo turno.

      Se não fosse antiesquerdismo, outro candidato de centro ou de esquerda teria ido para o segundo turno contra o PT (e tudo indica que o plano original do Ciro era ser ele o candidato desse centro, no começo da campanha, quando ele nem foi à São Bernardo se solidarizar a Lula no momento da prisão. Quis guardar distância).

      O eleitorado de centro (que ora vota na esquerda, ora na direita no segundo turno) pendeu mais para a direita nesta eleição (até Amoedo e Daciolo foram vitoriosos no bloco dos “nanicos”). Penderá para a esquerda na próxima, porque o discurso de justiça social e melhor distribuição de renda terá centralidade na hora do eleitor pesar sua decisão de votar, em consequencia do empobrecimento da população com a política neoliberal. E aí que Ciro comete mais um erro político em sua carreira, pois ele busca o eleitorado antiesquerdista do Bozo, quando em 2022 o eleitorado anti-direita será maior.

      Bancos tiveram lucros no governo do PT porque a classe média aumentou absurdamente (consequentemente aumentou contas bancárias, gente financiando carro, casa, eletrodomésticos, fazendo seguro, pagando tarifas, anuidade de cartão de crédito, etc), porque todas as empresas cresciam vendas e faturamento quando a classe média cresceu.
      Não é porque a margem de lucro era maior. O crédito consignado tirou margem de lucro dos bancos por exemplo. A regulamentação de tarifas também, inclusive com o pacote obrigatório de serviços essenciais ser isento de tarifas (eu me utilizo dessa vantagem).
      Só que nos governos do PT os bancos públicos cresceram mais do que os privados e tomaram fatia de mercado do Itau, do Bradesco e do Santander. O PT estava estatizando parte do sistema bancário pelas bordas. Sabe quando os bancos resolveram derrubar Dilma? No 1o. de maio de 2012, quando Dilma fez pronunciamento em rede na TV, avisando que o BB e CEF baixaram os juros e convocando o povo a comparar os juros e trocar de banco se não baixassem também. A Febraban chamou aquilo de declaração de guerra. E a guerra veio, a inflação do tomate (problema sazonal foi alçado a grave problema nacional), o “Não vai ter copa” em 2013, as vaias puxadas do camarote do Itaú na Copa, o apoio de todo o mercado financeiro ao Aécio (se o PT era tão bom para os bancos segundo sua lógica, por que apoiariam Aécio?), e a campanha do impeachment.

      Durante a campanha de 2018, vi algumas entrevistas do Ciro, perguntado sobre juros bancários altos. Resposta: O BB e CEF baixar os juros para forçar a concorrência baixar. (exatamente o que Dilma fez em 2012).

      Quanto a energia elétrica, Dilma acertou na antecipação da renovação da concessão das hidrelétricas amortizadas em troca da redução do preço do KWh gerado por elas. Isso era pedido pela indústria, para ter custos de produção mais competitivos. Isso não envolveu nenhum dinheiro do tesouro, e manteve as geradoras ainda lucrativas, porque os custos de geração eram apenas os operacionais, o retorno do investimento para construí-las já estava realizado.
      O único erro da Dilma foi depois, no ano seguinte, e não tem nada a ver com a renovação da concessão (que até ajudou a mitigar o problema), ao segurar aumento da tarifa para controlar a inflação, quando houve seca dos reservatórios, e o preço da energia gerada subiu muito. Aí houve déficit que teve que ser compensado em 2015, com aumento grande da tarifa de uma vez.

      Sem usar o discurso coxinha contra Dilma, se colocar no papel o programa de governo do Ciro para comparar é muito parecido com o que Dilma fez na economia, porque ele defende governo com política industrial, incentivos e proteção à indústria, papel do BNDES como supridor de juros baixos de longo prazo, e papel dos bancos públicos exatamente igual ao que Dilma fez para cair juros na ponta. Ele só critica Dilma por oportunismo, não é pela razão. A crítica honesta que ele poderia fazer a Dilma é que ela não teve a habilidade política necessária para garantir maioria no Congresso no momento de crise econômica, e só. Mas você deve saber que com um Congresso de maioria de direita, como era em todos os governos do PT, sempre tem que fazer concessões à direita para conseguir passar políticas de esquerda, senão o governo paralisa sem realizar nenhuma política de esquerda.

    12/09/2019 - 16h08

    Exatamente isso que penso. Se Ciro começar a incomodar a casa grande, o anti-PT vira anti- Ciro imediatamente.

NeoTupi

11/09/2019 - 23h44

Eleições municipais obedecem outra lógica. A vantagem de cada partido ter candidatura própria é que candidatos a prefeitos, mesmo tendo menos de 5% dos votos em cidades grandes, viram puxadores de voto na eleição seguinte para deputado federal. O PCdoB precisa disso para superar a cláusula de barreira em 2022. O PSol precisa para crescer a bancada, ainda pequena. Cabe avaliar onde é interessante os partidos trocarem apoios de umas cidades por outras, crescendo em bloco.
Não acho boa ideia o PT apoiar Márcio França em SP, pois não creio que ele estará no mesmo palanque da esquerda em 2022.

Alan C

11/09/2019 - 19h24

Só falta combinar com o povo, que não está votando na esquerda pq não gostou das alianças, não está votando na esquerda, golpismos à parte, pela inconsistência da retórica petista ao longo dos anos e que até um palhaço cérebro de amendoim tirou proveito.

Enquanto essa pseudo esquerda fica nessa, perdendo tempo com bate papo dentro de universidade e discutindo quem tem razão, Lula ou Ciro, a direita vai migrar os votos desse boçal que tá despencando na popularidade para um farsante como o Dória ou Witzel.

Netho

11/09/2019 - 17h10

Dino tende a morrer como peixe na praia.
Esgotará suas energias em uma odisseia inútil.
O lulo-petismo não abrirá mão do protagonismo nas eleições majoritárias porque não pensa, jamais pensou, em abrir mão e ceder espaço para arriscar a sua hegemonia.
O PSOL com Boulos tornou-se um “puxadinho do PT”. Não foi para isso que o PSOL nasceu.
O PDT e o PSB já perceberam que o “anti-petismo” é um veneno mortal na eleição presidencial, que suporta a doença no primeiro-turno mas mata o doente no segundo-turno.
Lula e o PT estão dispostos a ceder apenas taticamente nas eleições das capitais em 2020.
Jamais abrirão mão da cabeça de chapa em 2022, da mesma forma que se conduziram, mal e porcamente, na construção do enfrentamento da direita e da extrema-direita.
O fato central é que toda a tática eleitoral e estratégia política liderada pelo lulo-petismo passa pelo “Lula Livre” e o “dogmatismo petista”.
Dino, se quiser lograr algum sucesso, desde logo deve unificar o campo do centro democrático e aquelas forças de esquerda que compreenderem a realidade brasileira que eclipsou o lulo-petismo.
As alternativas à barbárie não devem alimentar ilusão com um improvável e remoto “renascimento do lulismo”.

    Darcy

    12/09/2019 - 10h24

    O Ciro Gomes tem uma grande quantidade de comediantes apoiadores.

    Francisco

    12/09/2019 - 12h55

    E segue o festival de besteiras que assola o país:
    “(…) aquelas forças de esquerda que compreenderem a realidade brasileira que eclipsou o lulo-petismo”.

    … Nato, a realidade brasileira que tentou EXTINGUIR, e não ECLIPSAR, o ‘lulo-petismo’ e não conseguiu, mesmo utilizando há 5 anos o monopólio da mídia associado a justiça lavajateira, para concretizar o objetivo da extinção do PT, através da operação lava jato, chama-se há séculos em terras brasileiras, Classe Dominante, tendo por alcunha, ‘Casa Grande’.

    Portanto, … Nato, chega de sonhar e comece a tirar seu cavalinho da chuva, cessando a contribuição a esse besteirol medíocre que assola, no momento, o país, pois isso passa e sabe bem não ser medíocre, como também não sabe o que anda escrevendo, portanto, acorde antes que, tão leve, a onda o leve para o inferno repleto de bem intencionados, bem desinformados ou isssspertos cínicos.

Paulo

11/09/2019 - 16h08

Unidade na esquerda só o dia em que o Coroné deixar de ser mesquinho e invejoso.
Embora nem sei se dá pra chamar o PDT e o PSB de esquerda.

    Paulo

    12/09/2019 - 09h33

    Esse não sou eu.

      Francisco

      12/09/2019 - 12h58

      Nem poderia!
      Não divaga em platitudes…

        Paulo

        12/09/2019 - 15h55

        Quem sou eu, Francisco? E quem é você?

    Carlos Marighella

    12/09/2019 - 15h47

    Não vai me dizer que vc considera esquerda o partido que deu o maior lucro da história do mundo capitalista aos bancos, né? Ou que se juntou por 14 anos, não só com a direita, mas o que havia de pior nela? Ou o partido detentor do recorde de isenção fiscal à mega empresários?? Ou que continuou com a prática do REFIS perdoando dívidas dos mesmos?? Por favor nos diga que não é este partido.


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