Lançamento do movimento “Direitos Já!” fortalece oposição ao governo Bolsonaro
Nome do grupo faz alusão às “Diretas Já” e reúne lideranças da centro-esquerda à centro-direita
Por Igor Carvalho
Brasil de Fato | São Paulo (SP),
2 de Setembro de 2019 às 22:48
Brasil de Fato — Lançado na noite desta segunda-feira (2), na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o movimento “Direitos Já! – Fórum Pela Democracia” amplia a frente de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). O evento, que concentrou representantes de partidos de amplo espectro da política nacional, da centro-esquerda à centro-direita, foi marcado por denúncias aos retrocessos de direitos estimulados pelo atual governo.
O sociólogo Fernando Guimarães, coordenador nacional do movimento, contou que o grupo começou a ser articulado após as eleições de 2018. “Percebíamos que havia um sentimento de aflição com a agenda anticivilizatória do presidente eleito [Bolsonaro]”, disse.
A crise ambiental brasileira foi lembrada pelo arcebispo Dom Claudio Hummes, que criticou o governo federal. “Ele já havia dito que não demarcaria nenhuma terra indígena e não demarcou mesmo. A Amazônia é nossa, ninguém questiona isso, mas precisamos cuidar dela”, asseverou.
Um dos articuladores do movimento, o constitucionalista Pedro Serrano explicou que a unidade do grupo se dá justamente na oposição ao governo federal. “Atravessamos um processo de desconstituinte. A democracia está ameaçada e não pode haver divergência política, temos que estar juntos contra a barbárie que nos assola”, argumentou.
O sociólogo Noam Chomsky também compareceu ao teatro da PUC e participou do evento.
“Mais de 57 milhões de brasileiros votaram nisso aí, por medo. Jair Bolsonaro é só o agravamento, é a esteira do que se planejava com o golpe”, disse Ciro Gomes (PDT), ex-candidato à Presidência da República em 2018.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticado recentemente pelo capitão reformado, disse sentir orgulho de fazer oposição frontal a Bolsonaro. “Com muita honra, sou aquele que Bolsonaro considera o pior presidente do Brasil”, ironizou.
“Devemos fazer a defesa da soberania nacional, contra aqueles que se dizem patriotas, mas que entregam o país aos interesses internacionais”, completou. Dino também citou a condenação do ex-presidente Lula (PT) como um símbolo das violações que resultaram na eleição de Bolsonaro. “Meus colegas (do Judiciário) apareceram como sócios do capital para perpetuar os privilégios de classe nesse país”.
Sobre a atuação do ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro, Dino foi taxativo: “Se um juiz é sócio da acusação, ele é tudo, menos juiz. O presidente Lula não teve seu julgamento justo”, disse. “O Brasil chegou em um momento que precisa lutar para manter a Constituição e os direitos. A democracia é como uma plantinha que deve ser regada todos os dias”, finalizou.
De acordo com o site oficial, o movimento “Direitos Já!” reúne mais de 1,5 mil pessoas de 16 partidos diferentes. O evento no teatro da PUC deve ser o primeiro de uma série de reuniões para se debater alternativas para a crise da democracia brasileira.
Edição: Rodrigo Chagas
Marcio
03/09/2019 - 16h49
Falar de fascismo hoje significa não saber minimamente do que se trata.
Justus
03/09/2019 - 15h47
Direitos, direitos e direitos. E os deveres ficam a cargo de quem??
NeoTupi
03/09/2019 - 14h07
Como eu disse, contra o fascismo todo apoio é bem-vindo, mas encontros em teatros fechados é muito pouco. Essas idéias precisam ser traduzidas para o cotidiano do cidadão comum para circular em rede e ganhar as ruas.
NeoTupi
03/09/2019 - 13h44
Contra o fascismo todo apoio é bem-vindo, até de oportunistas que abandonam o barco bolsonarista, e golpistas arrependidos que saíram da tumba em que se meteram, useiros e vezeiros em tirar direitos do povo defendendo agora Direitos Já, ao lado do presidente da UNE e UBES e das centrais sindicais, inclusive a CUT, do Eduardo Suplicy e Marcio Porchman pelo PT, além dos já citados Flavio Dino (PCdoB) e Ciro (PDT) e Noam Chonsky. Esteve lá o Dep. Marcelo Ramos, do PL, que foi presidente da comissão da reforma da previdência (e articulador do confisco das aposentadorias), uma suplente do Partido Novo, um líder do PTB de SP ligado a Márcio França defendendo assentamento Quilombola, Kassab gravou um vídeo para o evento se associando ao movimento em defesa dos direitos democráticos sob ameaça. Teve Deputada e porta voz da Rede (de Marina Silva). O presidente do PV. O Paulinho da Força (SD). O senador tucano Antonio Anastasia em vídeo. O ex-governador tucano Alckmin mandou mensagem de apoio. A já citada Marta Suplicy (PMDB). Soninha Francine falou em nome do Roberto Freire do antigo PPS (Cidadania).