A nova reportagem da série Vaza Jato, publicada no El País, traz diálogos entre os procuradores da Força Tarefa sobre a delação de Palocci que envolvia instituições financeiras.
Segundo os diálogos, os procuradores demonstraram uma preocupação e uma sensibilidade, em relação ao sistema financeiro, que jamais tiveram quando se tratou do setor de engenharia e construção civil do país.
A versão de que a delação de Antonio Palocci, ministro nos governos Lula e Dilma, não foi aceita porque não havia “corroboração das provas”, conforme inclusive os próprios procuradores dizem em suas conversas, entra em contradição com o fato de que a Lava Jato aceitou muitas outras delações, com bem menos provas. Apesar de Palocci citar a cúpula do PT e do governo, nem os procuradores, nem Sergio Moro se interessaram. A delação de Palocci será aceita mais tarde, pela Polícia Federal.
E por que o desinteresse pela delação de Palocci?
Os diálogos trazidos pela Vaza Jato de hoje não respondem tudo, mas deixam no ar que os procuradores passaram, subitamente, a dar uma importância tremenda a existência de “provas” e “corroboração”, que jamais tiveram em se tratando de outros delatores, vide o caso de Leo Pinheiro, cujos depoimentos contra Lula, apesar de não virem acompanhados por nenhuma prova, serviram de base para Sergio Moro condenar o ex-presidente.
A matéria do El País lembra, por outro lado, que o coordenador da Lava Jato no Ministério Público, Deltan Dallagnol, estava ganhando muito dinheiro com “palestras” vendidas justamente aos… bancos.
Houve aquela palestra “secreta” organizada pela XP, para executivos das principais instituições financeiras do Brasil e do mundo, e a reportagem de hoje traz o recibo de R$ 23.750 mil (R$ 18 mil líquidos) de uma palestra de Deltan para a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos):