Segundo Cristiano Zanin, ex-presidente determinou a advogados que não peçam progressão de regime pois quer voltar para casa com absolvição ou anulação da condenação
Publicado por Redação RBA 11/08/2019 11:31
Rede Brasil Atual -– O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende sair da prisão para ir ao regime aberto ou semiaberto. Ele determinou a seus advogados que não peçam progressão de regime pois quer voltar para casa após uma absolvição ou anulação da sentença no caso do tríplex do Guarujá.
“O ex-presidente quer sair da prisão com o reconhecimento de que não praticou qualquer crime e que sua condenação foi imposta em um processo injusto. Ele não está focado em abatimento de pena ou mudança de regime, embora tenha plena ciência de todos os seus direitos”, diz Cristiano Zanin, advogado de Lula, ao jornal Folha de S. Paulo.
Em junho deste ano, um parecer do Ministério Público Federal enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) dizia que o ex-presidente já havia cumprido tempo suficiente de sua pena para progredir para o regime semiaberto. Ele já preenchia o requisito do cumprimento de um sexto da pena, requisito para a possibilidade de mudança do regime fechado para o semiaberto.
Segundo Zanin, Lula também recusa o cumprimento de pena em eventual regime aberto com uso de tornozeleira eletrônica. “O ex-presidente, no entanto, tem se mostrado irredutível, sobretudo quanto à possibilidade de usar tornozeleira. Ele considera que sair de tornozeleira seria humilhante e um grande dano para a sua imagem”, afirma. “Essa é a posição dele que temos no momento, que é compatível com todas as provas de inocência que apresentamos e com as recentes revelações feitas pela imprensa sobre o comportamento do juiz e dos procuradores no processo.”
Neste domingo (11), foi divulgado um manifesto assinado por 17 juristas, entre professores, advogados, ex-ministros da Justiça e ex-membros de cortes superiores de oito países do mundo pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF) a libertação do ex-presidente Lula e que suas condenações sejam anuladas por não ter sido respeitado o devido processo legal.