Hoje foi publicada a primeira reportagem do El País com informações referentes à Vaza Jato, conjunto de diálogos vazados originalmente para o Intercept.
A matéria traz diálogo entre Dallagnol e outros procuradores tentando incriminar, e enlamear, o ministro Gilmar Mendes, do STF.
O modus operandi da Lava Jato fica explícito no diálogo entre procuradores. A tática era usa a imprensa, vazando informações contra os alvos, para lhes destruir a reputação antes mesmo de haver qualquer acusação formal contra eles.
Os diálogos revelam que o coordenador da Força Tarefa, Deltan Dallagnol, era o adepto mais furioso do uso da imprensa para destruir seus alvos.
Trecho:
Em 21 de fevereiro deste ano, no mesmo chat, Pozzobon diz: “Acho que tem uma chance grande de ALOYSIO ter colocado GILMAR no STF”. O procurador Paulo Roberto Galvão pondera. “Mas calma que isso não quer dizer muita coisa rs”. Dallagnol, então, discute uma estratégia para direcionar a pauta e fazer a história aparecer na imprensa. “Tem q botar no papel. Mostrar suspeição. Pegar quem trabalhava nessa época no mesmo local. Imprensa é o ideal”, ressalta ele.
Mais uma vez, o procurador Paulo Galvão tenta puxar o freio de mão do entusiasmo do coordenador da força-tarefa. “Mas não é novidade que Gilmar veio do psdb e de dentro do governo fhc!!! Cuidado com isso”. Mas Dallagnol insiste: “agora é diferente” (…) “Não é uma crença ou partido em comum” (…) “É trabalhar lado a lado, unha e carme”. Pozzobon também pondera e diz que é preciso ter informações mais fundamentadas antes de passá-las para a imprensa. “Mas acho que temos que confirmar minimamente isso antes de passar pra alguém investigar mais a fundo, Delta”.