Menu

Notas internacionais (por Ana Prestes) 02/08/19

– Em Moçambique, as adversárias Frelimo e Renamo, inimigas desde a guerra civil, que terminou em 1992, assinaram um acordo para encerrar formalmemente décadas de hostilidades no país. Os representantes do histórico acordo são Filipe Nyusi, presidente do país e Ossufo Momade, líder da Renamo. Segundo a imprensa, 5,2 mil guerrilheiros estão entregando as armas […]

3 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

– Em Moçambique, as adversárias Frelimo e Renamo, inimigas desde a guerra civil, que terminou em 1992, assinaram um acordo para encerrar formalmemente décadas de hostilidades no país. Os representantes do histórico acordo são Filipe Nyusi, presidente do país e Ossufo Momade, líder da Renamo. Segundo a imprensa, 5,2 mil guerrilheiros estão entregando as armas e cerca de 800 vão deixar o acampamento de Monte Gorongosa. Está no texto do acordo aanistia para combatentes e a eleição de governadores, no lugar das atuais nomeações. O acordo foi assinado no parque Gorongosa, local onde a guerra começou, montanha localizada no centro de Moçambique. Fundada em 1962, a Frelimo governa o país desde 1975, ano da independência de Moçambique. O primeiro presidente foi o socialista Samora Machel, “o pai da Nação”. A Renamo também foi criada em 1975 como uma organização anticomunista.

– O mundo acordou hoje (2) com mais tarifas de Trump sobre os chineses. As bolsas ficaram instáveis e com fortes quedas. Em Hong Kong e Japão, por exemplo, caíram mais de 2%. O presidente americano resolveu tarifar em 10% cerca de 300 bilhões em produtos chineses a partir de 1º. de setembro. A movida foi dada como inesperada. O anúncio vei após mais uma rodada de negociações em Shangai entre os dois países, inclusive com o agendamento de uma nova rodada para setembro. A moeda chinesa, Yuan, chegou a cair para seu nível mais baixo em relação ao dólar desde dezembro.

– Teve muita repercussão ontem no Brasil a nova edição da revista The Economist inteiramente dedicada à Amazônia. A revista traz praticamente um dossiê recheado de dados dizendo que desde os anos 1970 uma área do tamanho da Turquia foi desmatada na Amazônia, que a temperatura local aumentou 0,6⁰C e que o ritmo da perda da área verde esteve em queda entre 2004 e 2012, período que compreende o governo Lula e o princípio do governo Dilma. Sob Bolsonaro, em 2019, provavelmente o recorde de desmatamento será batido, diz a revista. Desde janeiro já são 4300 km2 já desmatados. A revista alerta que há risco e colapso da floresta caso a perda de árvores chegue ao ponto de não conseguir manter mais a irrigação da própria mata. (Com informações do Meio)

– Ainda sobre a The Economist – especial Amazônia – a revista pede um boicote a produtos brasileiros produzidos região desmatada e convoca União Europeia e China para contingenciar acordos comerciais aos cuidados brasileiros com a floresta. Outros veículos, o The Guardian e o The New York Times, já haviam publicado editoriais sobre o tema no último domingo (28). O jornal inglês afirma em seu texto que o mundo deveria doar mais dinheiro para a preservação da Amazônia e pede à União Europeia maior pressão comercial sobre o Brasil. O jornal americano alerta para a redução em 20% da verba para o combate ao desmatamento do governo Bolsonaro. (Com informações do Meio)

– A crise no Paraguai parece ter arrefecido. Nota-se que não houve expressivas manifestações populares nas ruas de Assunção pela queda do presidente, a crise ficou encerrada em gabinetes. Em uma “Acta Bilateral” entre as Altas Partes Contratantes do Tratado de Itaipu assinada ontem (1) entre Brasil e Paraguai ficou estabelecido que “La Alta Parte Contratante paraguaya comunico su decisión unilateral y soberana de dejar sin efecto el Acta Bilateral de 24 de mayo de 2019”. Significa que o Paraguai declina do acordo estabelecido em maio com o Brasil e que quase custou a cabeça de Marito.

– Além de desmarcar encontro com o Ministro de Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian que estava no Brasil esta semana, Bolsonaro criticou o chanceler por manter encontros com ONGs no Brasil. A audiência entre os dois seria na segunda (29), mas foi cancelada com horas de antecedência. Ernestou Araújo justificou o cancelamento por questão de “agenda do presidente”, mas este fez uma life cortando o cabelo ao “estilo Hitler” justamente no momemento em que se daria o rendez-vous. Inclusive o caso foi motivo de matéria do Le Monde com o título: “Por um corte de cabelo, Jair Bolsonaro cancela encontro com Jean-Yves Le Drian”. No interior da matéria está escrito: “ao invés da diplomacia, Jair Bolsonaro prefere a provocação, mas evita o confronto direto, privilegiando a humilhação do adversário”.

– Trump ofereceu ajuda a Putin no caso dos incêndios incontroláveis da Sibéria. Os incêndios florestais já atinigiriam cerca de 3 milhões de hectares de florestas e pelo menos quatro regiões já foram declaradas em estado de emergência: Irkutsk, Sakha, Buriácia e Krasnoyarsk.

– Rafael Correa obteve uma vitória ontem no parlamento equatoriano. Foi votado por 78 votos como improcedente a solicitação da juíza Daniella Camacho de indiciamento do presidente.

Apoie o Cafezinho

Ana Prestes

Ana Prestes Socióloga, mestre e doutora em Ciência Política pela UFMG. Autora da tese “Três estrelas do Sul Global: O Fórum Social Mundial em Mumbai, Nairóbi e Belém” e do livro infanto-juvenil “Mirela e o Dia Internacional da Mulher”. É membro do conselho curador da Fundação Maurício Grabois, dirigente nacional do PCdoB e atua profissionalmente como assessora internacional e assessora técnica de comissões na Câmara dos Deputados em Brasília.

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Marcio

02/08/2019 - 12h12

ONG sào iguais aos Sindicatos…nào servem para nada.

Marcio

02/08/2019 - 12h11

A Amazonia è do Brasil e quem quiser chegar là e por pè…Pague !!

Tirar fotos de bixos…? Pague.
Pescar…? Pague
Entrar em uma aldeia indigena…? Pague
E por aì vai…

As ONG sào porcarias inutèis que vivem do dinheiro dos outros e nào protegem nada.

Paulo

02/08/2019 - 10h54

É o que eu tenho dito: o Brasil se compromete a manter intocada a Amazônia e o mundo se compromete a custear a perda econômica…


Leia mais

Recentes

Recentes