No RFI
Pedro Sánchez perde primeiro voto de confiança dos deputados na Espanha
Por RFI Publicado em 23-07-2019 Modificado em 23-07-2019 em 16:35
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O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, reage durante o segundo dia do debate de investidura no Parlamento de Madri, Espanha, em 23 de julho de 2019.
O Parlamento espanhol rejeitou nesta terça-feira (23), em uma primeira votação, a posse como chefe de governo do socialista Pedro Sánchez. Ele deve buscar antes de quinta-feira (25) o apoio da coligação de esquerda Unidas Podemos, com quem trava difíceis negociações para formar uma coalizão.
O atual líder em exercício espanhol obteve 124 votos a favor, 170 contra e 52 abstenções, longe da maioria absoluta de 176 dos 350 deputados de que precisa. Boa parte dos votos negativos vieram da esquerda radical e da coligação Unidas Podemos com quem os socialistas travam duras negociações desde sexta-feira (19).
Agora Sánchez tem até a quinta-feira, data do segundo turno das votações, para tentar conquistar mais apoio. Nesta segunda rodada, uma maioria simples já bastaria para chegar a um acordo.
Se isso acontecer, e a coligação Unidas Podemos mudar suas abstenções para “a favor”, a Espanha terá seu primeiro governo de coalizão de esquerda desde 1936, quando começou a guerra civil no país.
Pessimismo
Mas o caminho para que esse acordo aconteça está cercado de farpas, já que é nítida a tensão entre Pedro Sánchez e o chefe do Unidas Podemos, Pablo Iglesias. “A continuidade de Sánchez no poder está longe de ser algo fácil”, escreve Antônio Barroso, da consultoria Teneo Intelligence, em nota publicada na segunda-feira (22).
Pablo Iglesias chegou a concluir sua intervenção advertindo que, sem um governo de coalizão, Pedro Sánchez “jamais presidirá” o governo. O Podemos já não exclui a possibilidade de votar contra o líder socialista.
“No momento, somos a favor do não”, afirmou Ione Belarra, deputada do partido. “O que eles nos propõem nessas negociações é um simples papel de figuração no governo.”
A esquerda radical acusa os socialistas de negarem a ela todos os ministérios e outras pastas importantes: Trabalho, Finanças, Transição Ecológica, Igualdade.
Catalunha
Para complicar a tarefa, a retomada dos debates nesta terça-feira será marcada pela questão catalã. O separatista catalão Gabriel Rufian, cujo grupo deve se abster para permitir que Pedro Sánchez seja reconduzido, acusou-o de ter sido “irresponsável e negligente”. “Não aposte como certa a nossa abstenção. (…) Você tem 48 horas para entrar em acordo” com a esquerda radical, advertiu, censurando-o por mal ter mencionado a Catalunha em seu discurso político.
Pedro Sánchez é firmemente contrário à principal exigência dos separatistas de um referendo de independência na Catalunha.
“Se deixarmos de lado nossas diferenças e pararmos de nos denegrir (…) talvez possamos chegar a um acordo”, respondeu Sánchez, buscando dar ênfase às várias propostas vinculadas à esquerda que ele fez durante seu discurso.
Se um acordo não for encontrado na quinta-feira, Pedro Sánchez terá dois meses para tentar uma nova rodada de votações. Se voltar a falhar, novas eleições legislativas acontecerão dia 10 de novembro.
Edibar
23/07/2019 - 21h58
Ninguém confia em socialistas. Nem os socialistas!