É um jogo bruto.
A Lava Jato – e aqui não me refiro mais apenas aos operadores oficiais da operação com esse nome, mas ao articuladores das narrativas centrais – não dá ponto sem nó.
A delação de Palocci, não aceita pelo Ministério Público (por falta de provas), foi negociada com a Polícia Federal, ou seja, é uma delação que está sob o controle de Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública.
A propósito, Moro levou para a cúpula do Ministério da Justiça vários membros da PF de Curitiba que trabalharam na Lava Jato.
Acuado pelas denúncias da “Vaza Jato”, que trazem diálogos entre Moro e procuradores, que configuram uma série de violações do devido processo legal, é oportuno, para o ministro, ocupar o noticiário com vazamentos (ilegais, mas quem liga?) da delação de Antonio Palocci, envolvendo, naturalmente, o PT.
Quanto aos bancos, o envolvimento de seus controladores, num processo ainda em mãos da Polícia Federal, pode ajudar o governo a manter o sistema financeiro sob suas rédeas, ainda mais agora, que a reforma da Previdência está perto de ser aprovada, e alguns analistas já começavam a afirmar que o governo Bolsonaro, assim como Sergio Moro, tinham se tornado descartáveis.
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No Globo
Em delação, Palocci diz que bancos doaram R$ 50 milhões ao PT em troca de favores
Ex-ministro lista benefícios que teriam resultado em repasses; Instituições negam irregularidades e afirmam que acusação é ‘mentirosa’ e ‘inverossímil’
Por Aguirre Talento e Bela Megale
19/07/2019 – 04:30 / Atualizado em 19/07/2019 – 09:31
BRASÍLIA – O ex-ministro Antonio Palocci afirmou, em acordo de delação premiada homologado pela Justiça, que alguns dos principais bancos do país fizeram doações eleitorais que somam R$ 50 milhões a campanhas do PT em troca de favorecimentos nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Em trechos de sua delação obtidos pelo GLOBO, Palocci citou casos envolvendo Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. O interesse das instituições, de acordo com o ex-ministro, ia de informações privilegiadas sobre mudanças na taxa básica de juros, a Selic, até a busca por apoio do governo na defesa de interesses das instituições e seus acionistas.
Procurados, os acusados negam irregularidades, classificam a delação de Palocci de “mentirosa” e “inverossímil”, apontam que ele criou versões sem provas para tentar obter benefícios da Justiça e dizem que todas as doações foram feitas legalmente.
Os anexos envolvendo os bancos estão sob sigilo e fazem parte da delação premiada assinada no ano passado com a Polícia Federal (PF). O ex-ministro havia procurado inicialmente o Ministério Público Federal em Curitiba, que rejeitou a proposta de delação por considerar que não havia provas suficientes para corroborar os relatos. Em seguida, então, Palocci buscou a PF e fechou a delação. O acordo de colaboração foi homologado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região em junho do ano passado e pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, em novembro.
Principal interlocutor do PT com o sistema financeiro desde que foi o fiador da política econômica ortodoxa do primeiro governo Lula, Palocci foi ministro da Fazenda do ex-presidente e chefe da Casa Civil de Dilma. Nos depoimentos, ele relata supostos favorecimentos obtidos por cada instituição em troca dos repasses ao partido, via doações oficiais.
Documentos
O ex-ministro define essas doações como “vantagens indevidas de modo dissimulado”. Ao fechar o acordo de delação, Palocci também entregou provas com o objetivo de corroborar os relatos, como os registros de um aparelho de seu carro que guardava os deslocamentos, para comprovar reuniões, e também anotações de sua agenda e indicações de quais doações oficiais estavam associadas a contrapartidas.
Em um dos anexos, o ex-ministro relata como uma operação de socorro do BNDES a uma empresa teria beneficiado o Banco Safra. Segundo ele, o BNDES teria sido usado para fazer uma injeção “atípica” de R$ 2,4 bilhões na Aracruz Celulose para permitir que a empresa, que amargara um prejuízo de R$ 4,2 bilhões em meio à crise de 2008, fosse vendida ao grupo Votorantim. O grupo Safra tinha uma participação na Aracruz e, de acordo com Palocci, a operação viabilizou a venda dessa fatia, por R$ 2,7 bilhões. Na época, o então presidente do BNDES, Luciano Coutinho, divulgou uma nota pública na qual afirmava que o banco apoiava a compra da Aracruz pelo Votorantim. Segundo Palocci, Coutinho se envolveu no caso a pedido de Lula.
O ex-ministro diz que, em contrapartida, os grupos Safra e Votorantim fizeram repasses eleitorais ao PT em 2010 e 2014. De acordo com as prestações de contas, em 2010, o banco Safra repassou R$ 1,4 milhão ao diretório nacional do PT e empresas do grupo Votorantim repassaram outros R$ 2,3 milhões ao comitê financeiro da campanha de Dilma. Quatro anos depois, o banco destinou R$ 2,75 milhões à campanha à reeleição da presidente, e o grupo Votarantim, R$ 650 mil para o diretório nacional do partido.
Outra instituição financeira citada na delação é o Itaú Unibanco. Palocci afirma que o banco repassou R$ 4 milhões à campanha de Dilma em 2010 como recompensa pela atuação do governo em favor da aprovação da fusão das duas empresas. Segundo o ex-ministro, a gestão petista trabalhou a favor da fusão junto ao Banco Central, que a aprovou em 2009, e também junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que só a validou em agosto de 2010. O Cade mostrava-se, segundo o ex-ministro, mais relutante em relação ao acordo.
Palocci se envolveu pessoalmente no episódio em seu segundo mandato de deputado federal. Ele foi escolhido, em 2008, para relatar um projeto na Câmara que delegava exclusivamente ao Cade a prerrogativa de aprovar fusões de instituições financeiras, mas segurou o projeto por dois anos e nunca apresentou o relatório que tiraria o poder do BC de dar aval ao negócio —o que ocorreu em 2009.
Um dos principais interesses de instituições financeiras, segundo Palocci, era saber previamente se haveria alterações nas taxas de juros do BC, para que pudessem lucrar no mercado. O delator afirma que cabia a ele próprio e a seu sucessor no Ministério da Fazenda, Guido Mantega, obter as informações privilegiadas junto ao BC para repassar aos bancos. Segundo Palocci, o escritório do Ministério da Fazenda na Avenida Paulista, em São Paulo, funcionava na era petista como uma central de repasse de informações a empresários. Em troca, as companhias se comprometiam a doar recursos ao PT.
O ex-ministro afirma em sua delação que o Bradesco teria sido uma das instituições que fizeram pagamentos ao PT com o objetivo de obter informações privilegiadas junto ao BC. O banco, diz o petista, teria ainda outro interesse: contar com o apoio do governo nas decisões estratégicas da Vale.
O Bradesco era um dos principais acionistas da mineradora, e precisava manter a relação afinada com o governo para, com os fundos de pensão, predominar no Conselho de Administração da empresa. O presidente da Vale durante o governo Lula, Roger Agnelli, foi indicado para o cargo pelo Bradesco e mantinha diálogos frequentes com Palocci.
No total, o banco doou cerca de R$ 27 milhões a campanhas petistas entre 2002 e 2014 — os valores constam nas prestações de contas, por meio do Bradesco ou de pessoas jurídicas ligadas ao banco.
Outra instituição que, segundo o delator, tinha interesse em informações privilegiadas sobre juros era o BTG Pactual. Em 2014, diz o ex-ministro, o BTG repassou R$ 9,5 milhões à campanha à reeleição de Dilma pelo recebimento dessas informações, obtidas pelo próprio Palocci e por Mantega. O ex-ministro afirma ainda que o banco pagou R$ 2 milhões à campanha presidencial de Dilma em 2010 em troca da atuação da base governista no Congresso na defesa dos interesses do banco. As duas doações constam das declarações oficiais do partido ao TSE.
Contradição
Há, no entanto, uma menção de Palocci em relação ao BTG que não é corroborada pelas prestações oficiais de contas. O ex-ministro afirma que o banco repassou, em 2006, como doação eleitoral, R$ 4 milhões à campanha à reeleição do então presidente Lula. Em troca, o governo teria atuado para extinguir um processo contra André Esteves, acionista da instituição, no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), órgão que julga sanções aplicadas pelo Banco Central contra instituições financeiras.
Naquele ano, Esteves e a empresa Pactual Corretora de Valores respondiam a um processo no conselho. Pouco mais de um ano depois da disputa eleitoral, os conselheiros do CRSFN acolheram um recurso do empresário e reduziram a uma advertência sua pena de inabilitação por três anos — e arquivaram a multa imposta ao Pactual. Não há, no entanto, nenhum registro da suposta doação citada por Palocci.
O último banco implicado na delação do ex-ministro é o estatal Banco do Brasil. Neste caso, o ex-ministro relatou supostas irregularidades em uma operação para liberação de crédito do banco para o grupo Parmalat em 2008. Segundo Palocci, ele recebeu R$ 100 mil de propina da empresa de laticínios por meio de um contrato fictício celebrado com sua consultoria, a Projeto, em troca de atuar pela liberação dos aportes do BB. Na época, a empresa estava em recuperação judicial e enfrentava grave crise financeira.
Alan C
22/07/2019 - 12h34
kkkk essa fake jato tá parecendo aquele marido que fou pego com batom na cueca pela esposa e pra tentar argumentar fala “mas ontem vc esqueceu de comprar pão, pensa que eu não vi??” kkkkkk
Lucas
20/07/2019 - 22h49
Se é mentira por que o Moro e os procuradores da Lava Jato nao processam os jornalistas e os jornais e revistas ?
Por que será, hein ! Aí tinha que mostrar o celular para a pericia.
Se é mentira por que o Moro e os procuradores nao mostram os seus celulares para PF e pedem para fazer um COTEJO com o material do The Intercept Brasil ?
Sabe por que nao fazem nenhuma das 2 coisas. Porque é VERDADE tudo, o material é autentico e verdadeiro.
O que deve ter é muita conversa privada que expoe o juiz e os procuradores, por isso tem que separar o joio do trigo. Deve ter muita conversa pessoal comprometedora entre eles batom na cueca.
pe di cabrya
20/07/2019 - 19h10
Vao investigar os 100 mil do BB?
cruz
20/07/2019 - 17h00
Ninguém pode reclamar, o povo votou no bozo, movido a ódio ao PT, cuja camarilha composta de milicianos, banqueiros corruptos, rentistas milionários ( um deles é ministro da economia) juízes corruptos ( um deles é ministro da justiça)instilaram no país. Agora guenta que vem mais. E olha essa quadrilha não veio só pra essa gestão, não, veio pra ficar, a esquerda e outros segmentos democráticos da sociedade que abram o olho e mudem sua atitude para combater o nazifascismo que se instalou nessa agora republique laranjal/bananão.
Marcio
19/07/2019 - 21h59
O brasileiro que matou a mulher na englaterra ganhou a prisão perpétua e esse tal de goleiro Bruno que mandou matar a mulher, esquartejar e dar para os cachorros comer ganhou o regime semiaberto.
A diferença entre um país sério e um circo é essa.
#brunolivre
Paulo
19/07/2019 - 22h27
A se pensar, realmente! Quando a gente imagina que o Brasil é um país como “outro qualquer”, com suas idiossincrasias sociais e culturais, próprias de qualquer país, eis que nos esfregam na cara o desrespeito mais atroz à vida humana, encampado pelo Código Penal e de Processo Penal brasileiros (e o caso da Suzane Von Richthofen é outro escabroso)…#Prisão Perpétua Já! Nem que seja preciso uma nova Constituinte (aliás, necessária para várias outras medidas). Fica a dica!
Brasileiro da Silva
19/07/2019 - 21h30
Interessante o pensamento dos ptminions. Um cara que aparece com umas “mensagens” que ninguém sabe quem forneceu e como foram obtidas. Edita as mensagens, incluindo procurador preso e data futura, é confiável. Um cara que foi um dos fundadores do partido, ajudou na eleição do corrupto preso, foi ministro 2x nos governos petistas, não é confiável. Nem Freud explica a cabeça de um ptminiom…
Luiz
22/07/2019 - 11h36
Não sei se é ignorância ou má-fé. Acho até que podem ser as duas coisas juntas. Se o MPF nessa caçada louca e criminosa ao PT e Lula não quiseram aceitar a delação do Pulhoci, você acha que a PF do Moro aceitou por que? Pulhoci é delator profissional do Moro, assim com Yulssef é delator oficial. Basta a ORCRIM, também conhecida como Lava Jato se ver acuada, aparecem Pulhoci e Yulssef. Só mesmo sendo muito alienado ou desinformado para acreditar nisso. Ou bolsominion.
Marcio
19/07/2019 - 21h10
Agiam como as milícias,
para mexer em um prego tinha que pagar propina para o PT e agentes; são todos fatos conclamados e plurisentenciados infelizmente.
E falam em democracia sem um mínimo de vergonha na cara…lixo puro.
Admar
19/07/2019 - 19h01
Na atual conjuntura se o Pulhocci disser que o BNDES socorreu a Casa da Mãe Joana, os Otários Bolsonarianos vão acreditar! Desde o inicio do desgoverno JegueNalro o mesmo tenta buscar oelos em casa de ovos no BNDES e ate agora todos os seus indicados revelaram que nenhuma irregularidade foi cometida, portanto o negocio é desviar a atenção do Desastre que vem cometendo este governo Servil aos Gringos!!!
Brasileiro da Silva
19/07/2019 - 22h21
O Pt acreditou no Palocci desde sua fundação. Por que não acreditar agora?
Luis Csmpinas
20/07/2019 - 09h26
Simplesmente meu caro, porque não basta falar. Nos países onde os poderes funcionam, por exemplo, uma denúncia de um delator que diz que lhe pediram 5 milhões de dólares, para aliviá-lo e ele mais do que fala, mostra um depósito do que seria a primeira parcela do acordo e ninguém quer ouvi-lo, o que vc acha? Bastou a interpol espanhola assistir o Roda Viva com Moro para cancelar a busca a Tacla Duran. Mas vamos assim, gás pro Palocci que o Tofolli alivia para o Bolsonaro. E vamos em frente!
Marcio
19/07/2019 - 17h41
Imaginem o que vai sair da caixa preta do BNDES … bilhões de Dólares do que vocês chamam de pobres jogados no lixo !!
Melhor nem pensar para não vomitar
Justiceiro
19/07/2019 - 17h34
Que coisa, hein? Vocês não acreditam na delação de Palocci, que vivenciou tudo no âmago do governo, mas acreditam nos vazamentos editados do viad…americano.
O PT foi formado pelo tripé Lula, Dirceu e Palloci. Ninguém sabe mais coisas do que esses três.
Mas vocês não querem acreditar no italiano.
alonso
23/07/2019 - 11h07
Basta ele apresentar um áudio do wzap ou telegram ou conversas gravadas implicando o Lula em ilícitos que eu passo a acreditar. Agora, do outro lado, o que falta para processar o marreco, o tantã degonol , prender o aé sim do pó, o vampiro e tantos outros com PROVAS reais e não apenas “forte convicção” ?
Alexandre Neres
19/07/2019 - 16h49
Palocci é o pau pra toda obra da LJ. Quando a força-tarefa se vê em apuros, logo aciona o dito cujo com notícias requentadas e desprovido de provas para exercer o papel de “cachorro”.
Paulo
19/07/2019 - 16h42
Olha, eu não duvido nada desses vínculos promíscuos do PT com os Bancos! De certa forma, eles foram garantes dos Governos Lula e Dilma. E eu não me esqueço de que uma das primeiras medidas do Governo Lula foi o de tirar a condição de crédito privilegiado, em processos de falência, dos créditos trabalhistas, colocando em seu lugar os créditos da Banca. Mas o Palocci precisa apresentar provas mais consistentes que uma cadernetinha de anotações, rastreamento de encontros, etc, pois do contrário cairemos na mesma bazófia e falácia do “grande” homem (?), jornalista gringo…
Batista
21/07/2019 - 00h48
Não sei se tu é cínico dissimulado ou apenas um desses desinformados adestrados, mas provável homofóbico (?) e certamente tapado ao querer comparar a manjada cantilena premiada de pulhocci, sem provas, com o material produzido pelos intocáveis da lava jato, em textos, vídeos e gravações de áudio, fornecidos por fonte anônima (‘hacker’ para os desesperados) ao The Intercept, para divulgação jornalística com interesse público.
Sem falar que está amplamente comprovado serem autênticas, quer pelo comportamento enviesado e incoerente dos autores, quer pela concatenação com fatos conhecidos e pela exatidão dos incontáveis diálogos confrontados na participação de parceiros da mídia nessa reportagem, em relação aos por eles estabelecidos com os procuradores e constantes do volumoso material vazado.
A verdade está escancarada, com Moro, Dalagnol e demais ora tocáveis pegos com a mão na massa, de forma que nem a Globo consegue mais segurar a onda, na primeira fase da ‘Vaza Jato’, divulgada pelo The Intercept, ignorando-a, pelo simples fato que o jogo inverteu e quem antes caçava atacando, passou a ser caçado, tendo que se defender.
Tanto é que, desesperados, tentam agora a última cartada ao contra-atacarem, porém demonstrando tremenda fragilidade ao lançarem mão novamente do desacreditado delator premiado Pulhocci, repetindo feito às vésperas da eleição para presidente em 2018.
Tá feia a coisa e olhem que nem chegamos ao fim da primeira temporada, avisa Glenn a patrocinadores e adestradores de ladradores de plantão.
Marcio
19/07/2019 - 15h16
OBS: nào è um jogo bruto è uma guerra verdadeira contra a bandidagem que a esquerdalha podre adora eleger.
Marcio
19/07/2019 - 15h10
Nào acredito de jeito nenhum que o quadrilhao vermelho fez isso, sào mentiras do “Paloffi” eu acredito so na “Gleifi” e no Bundevaldo.
chichano goncalvez
19/07/2019 - 14h48
Não tenho duvidas nenhuma, a quadrilha que esta no poder esta se agarrando naquele que ela sempre criticou (Mallossi), o desespero é grande, só que eles estão agarrados num pincel, e estão em queda livre, vamos ver o estrondo que vai dar. Estamos na arquibancada apenas observando a morte lenta desses corruptos (Bolso merda e etc e tal.).