A Brasil agonizou na mão de canalhas egoístas

Charge: Laerte

A Lava Jato, enquanto instituição histórica, vai se revelando não apenas um engodo, como bem desenhou Jessé de Souza, mas extremamente canalha.

Usou um bem maior, um desejo legítimo da nação – o combate à corrupção – como pano de fundo de um projeto de poder para que meia dúzia de funcionários e funcionárias públicas realizassem seus sonhos de virarem milionários.

No país da miséria, isso é um crime lesa pátria.

E pensar que durante muito tempo, esteve liberado odiar, bater e até xingar pela Lava Jato, “pelo bem maior de limpar o país”. No twitter, lembrei dos casos do Gabrielli e do Estrella:

Dallagnol sabia que estava a frente de um processo que pautava todo o país e mesmo assim estava preocupado em como engordaria a sua conta. Isso é um absurdo. O factível aí era pensar, no mínimo, que sua evolução patrimonial por si só atrapalha a imagem da operação.

Uma operação que foi sonho de milhões de brasileiros e brasileiras ia ser desgastada porque um paranaense (um brasileiro em 200 milhões) queria aproveitar sua imagem para fazer dinheiro.

Estarrecedor.

Enquanto ao Moro, esse deixou escapar sua canalhice na célebre frase “Não posso pautar minha vida por um álibi falso de perseguição política”, que ele disse em entrevista após aceitar o convite para ministro.

É óbvio que ser uma figura de alto prestígio nacional traz o ônus da responsabilidade coletiva (proporcional ao prestígio, diga-se de passagem). Portanto, a vida profissional de Moro não é apenas dele.

Não levar conta as pessoas que te sustenam, tanto política quanto financeiramente, nas tomadas de decisões pública tem nome: egoísmo, um vício tão abominado entre humanos, que nem bebês aceitamos ser.

Moro e Dallagnol conseguiram seus feitos profissionais burlando as leis mais básicas do direito e com valores pessoais mesquinhos e egoístas. Ou seja, tudo que conseguiram foi pelas sombras, rastejando como ratos que evitam o maior detergente de todos, a luz do sol.

Com tanta sujeira, nem no filtro da meritocracia liberal (que a direita adora alardear) os heróis da Lava Jato conseguiriam passar.

A consideração ao cargo público que o sustentou com dinheiro da população deveria ser suficiente para pensar no impacto coletivo de decisões que afetam a vida de milhões.

Uma pena que o país sofra tanto na mão de tantos canalhas.

Bônus: A vaidade é o pecado preferido do diabo, aprendi ainda adolescente com Al Pacino. Saibam enfrentar seus próprios demônios.

Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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