In memoriam
Por J. Carlos de Assis
Paulo Henrique Amorim deu contribuição decisiva ao processo de redemocratização brasileira. Corria o ano de 1978. Ele havia assumido a Editoria de Economia do “Jornal do Brasil (JB)” – então, de longe, o grande formador de opinião no país. Chamou-me para seu subeditor. O Rio não tinha grandes lideranças empresariais, mas ele, vindo de São Paulo, trouxe os contatos com aqueles que iríamos chamar de jovens empresários progressistas, como Cláudio Bardella, Paulo Villares, Vidigal Filho, José Mindlin, e outros.
Ainda estávamos testando os limites da ditadura. Pela primeira vez, ainda com a ditadura nos amarrando, abrimos as páginas do JB para os empresários progressistas de São Paulo, falando simultaneamente de economia e de política. Era quase um escândalo. Durante uma exposição industrial no Riocentro, Bardella defendeu publicamente a legalização do Partido Comunista. O jornal abriu manchete. Mas veio logo um ponto adiante. Se os empresários tinham o JB como canal de expressão, pedindo diálogo ao governo, por que não também os trabalhadores?
Surgiu então a bomba impensável. Em pleno regime autoritário explodiram as greves de 78 no ABC paulista. Escândalo. Paulo Henrique tirou as greves das páginas de Polícia e as trouxe para a Economia. Elas foram tão bem-sucedidas que tivemos a impressão de que brincávamos com fogo. Foram 40 dias de paralisações não só no ABC mas em todo o país. O JB havia soltado o gênio na garrafa. O Globo não acompanhou. E os jornais paulistas assistiram às greves de forma muito acanhada. De qualquer modo, sob a liderança de um jornal carioca, a imprensa acabou sacramentado a maior revolta social em décadas. E no bojo de tudo isso surgiu um líder de indiscutível autenticidade, Luís Inácio da Silva, o qual vim a conhecer em São Paulo a mando de Paulo Henrique.
Nos anos seguintes, 79 e 80, as greves entraram numa espécie de anormalidade tolerada. Paulo Henrique assumiu a Chefia de Redação, mas a linha do jornal não mudou em relação a elas. E, sob pressão óbvia do movimento social, a política avançou nos rumos da anistia, da restauração do habeas corpus, da eleição direta de governadores e, enfim, na campanha das diretas. Como um dos alicerces desses movimentos políticos o progresso social era indiscutível. E, na imprensa, a peça inquestionável nesse avanço foi a quebra da ditadura social, com ajuda de Paulo Henrique, empurrando o país, dialeticamente, para o avanço político. Que a História não o esqueça!
Marys
11/07/2019 - 23h15
Em homenagem a Paulo Henrique Amorim e sua navalha afiada;
Trecho do poema de guerra Folhas da Relva, de Walt Whitman:
“Esta é a relva que cresce onde quer que haja terra e haja água,este é o ar comum que banha o globo.
Com música forte eu venho,
com minhas cornetas e meus tambores,
não toco marchas só para os vencedores consagrados,
toco marchas também para pessoas batidas
e conquistadas.
Já não ouviste dizer que era bom ganhar o dia?
Eu digo que perder também é bom,
batalhas são perdidas
com o mesmo espírito com que são ganhas.
Rufo e bato pelos mortos,
sopro nas minhas embocaduras o que de mais alto
e de mais alegre posso por eles.
Vivas àqueles que fracassaram!
E àqueles cujos navios de guerra afundaram no mar!
E àqueles que em pessoa afundaram no mar!
E a todos os generais que perderam nas manobras e foram todos heróis!
E ao sem número dos heróis desconhecidos
equivalentes aos heróis maiores que se conhecem!”
Esteja em paz PHA. O Brasil está de luto e sua língua afiada fará muita falta nessa plutocracia “libelista” que toma lugar da nossa nação e oprime nosso povo!
Batalhas são perdidas com o mesmo espírito com que são ganhas. Perdemos algumas, mas outras virão e não estaremos no chão!
Lib.
11/07/2019 - 07h44
PHA chegou a ser um respeitado jornalista, mas seus ultimos anos com seu blog de ultra esquerda radical, cheio de fake news para os adoradores de Lula, que publicava em troca de verbas das Estatais foi um momento de extremo declínio para sua carreira.
Que seus bons momentos fiquem na memoria.
Paulo
10/07/2019 - 20h44
Que Deus receba sua alma e conforte os familiares! Mas hoje é preciso lembrar, igualmente, do passamento de Chico de Oliveira, fundador do CEBRAP e do PT!
ZédoBode
10/07/2019 - 20h17
Aos poucos vamos nos livrando destes vermes pseudo comunistas, vagabundos que apoiavam os bandidos corruptos da esquerda e depois ficam se fazendo de santinhos tentando convencer que queriam o melhor para povo, ainda tem muitos destas tralhas para ir embora, e com ainda vou ver muitos destes vagabundos partirem, ôh se vou, Lula principalmente…. agora esse vagabundo vai falar OLÁ TUDO BEM no inferno, que cramunhão o receba com seu espeto afiado
Agda
10/07/2019 - 22h01
Cuidado, não se comemora a morte de ninguém. Vc também vai morrer ,e que ninguém diga de vc oque vc está dizendo dele…Somos todos irmãos… cada um na sua!!! Divergências tem limite, numa hora dessa somos todos humanos!!!
Esteja em paz paz Paulo Henrique Amorim ??
Joka
10/07/2019 - 22h53
“Não sei se me explico bem”
E Se ela me deixou, a dor
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dor
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou a dor é minha
A dor é de quem tem
É meu troféu, é o que restou
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto, a casa está vazia
A cozinha, o corredor
Se nos meus braços ela não se aninha
A dor é minha
Se ela me deixou, a dor
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dor
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou
A dor é minha
A dor é de quem tem
É o meu lençol, é o cobertor
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto
A casa está vazia
A cozinha, o corredor
Se nos meus braços
Ela não se aninha
A dor é minha, a dor