Sérgio Moro perde apoio entre políticos, juristas e ministros do STF
Publicado por Redação em 6 de julho de 2019
A coluna Painel do Folha de S.Paulo deste sábado (6) indicou que se elevou a pressão sobre o agora ministro da Justiça, Sérgio Moro, após a divulgação de novas conversas reveladas pela revista Veja, em parceria com o The Intercept Brasil. Dois integrantes do Supremo, ouvidos pela coluna, disseram que, pela primeira vez, há indicação cristalina de que o então juiz cometeu, no mínimo, falta administrativa grave.
“Até operadores do direito que estavam ao lado de Moro ou em posição de observação deram passo atrás. Os trechos com maior repercussão no universo jurídico são os que indicam que Moro, então juiz, solicitou a inclusão de documentos em peças de acusação e também orientou investigadores a retardarem o cadastramento de papéis que imputavam pessoas com foro privilegiado, manipulando o timing de remessa de informações ao STF”, revela a coluna.
O jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, que resultou no golpe parlamentar que afastou uma presidente eleita legitimamente, afirma que “se vê efetivamente um pendor do juiz na orientação da acusação”.
Para ele, as conversas registradas pela revista e pelo site apontam “um interesse do juiz em favor da acusação, tanto faz contra Lula, Cunha ou Cabral”. “O que espanta é essa proximidade. Conspirando contra a defesa. Presumia-se que a 13ª Vara fosse um juízo rigoroso, mas não comprometido.”
“Integrantes da elite acadêmica do direito sinalizam entendimento na mesma direção. Entre os políticos, é consenso que os diálogos publicados nesta sexta-feira (5) adicionam novo componente à crise. A solução, eles afirmam, só virá do Supremo. Moro rechaça qualquer ilegalidade. É crescente, portanto, a expectativa sobre a reação da corte. A avaliação, hoje, é a de que o presidente do STF, Dias Toffoli, mantém distanciamento do caso. O que dirigentes partidários indagam é se permanecerá nessa atitude até agosto, na volta do recesso, com a possibilidade de mais revelações”, diz nota da coluna.
Da redação com informações da Folha de S.Paulo