A prisão do Almirante Othon Pinheiro foi uma das ações mais chocantes, brutais, e injustas da Lava Jato. Pinheiro era idoso (mais de 80 anos), tinha endereço fixo, família, reputação ilibada, não havia necessidade nenhuma de uma prisão provisória. Sem contar que o processo todo era absurdo, uma condenação surreal porque procuradores e juiz estranharam o fato de um engenheiro nuclear dar consultoria sobre… energia nuclear.
O Almirante, além disso, foi o pioneiro do processo nacional de desenvolvimento de energia nuclear, que ele praticamente inventou.
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Trecho da reportagem da Veja:
(…) O papel de líder da Lava-Jato em Curitiba é exercido em diversas oportunidades pelo ex-juiz. Em mais de uma ocasião, Moro aparece nos chats do Telegram interferindo na agenda dos procuradores da força-tarefa, outra atitude que gera a suspeição de qualquer magistrado. Em 7 de julho de 2015, por exemplo, um membro da força-tarefa, que a reportagem de VEJA identificou ser o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, escreve o seguinte: “Igor. O Russo (Moro) sugeriu a operação do professor para a semana do dia 20”. Igor (o delegado da Polícia Federal Igor Romário) responde: “Opa… beleza… Vou começar a me organizar”. De acordo com a apuração da revista, o “professor” era o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, da Eletronuclear. Ele acabou sendo preso no dia 28.