O Tesouro Nacional divulgou ontem o seu relatório mensal de maio sobre as contas públicas, intitulado Resultado do Tesouro Nacional.
A íntegra pode ser baixada aqui.
Eu separei alguns gráficos e uma nota publicada no site do Ministério da Economia. Um deles (acima) mostra que o Brasil é campeão mundial em pagamento de juros da dívida pública, quase 6% do PIB, bem acima da quebrada Argentina. Como se vê no gráfico, nenhum país desenvolvido gasta perto de 1% do PIB com juro de dívida pública.
Tesouro Nacional aponta crescimento da dívida pública em relação ao PIB até 2022
Caminho para redução do endividamento é consolidação do ajuste fiscal em andamento
por publicado: 26/06/2019 19h40 última modificação: 26/06/2019 23h12
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A Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública apresentou nesta quarta-feira (26/6), após a coletiva do Resultado do Tesouro Nacional, um relatório com projeções para a dívida pública brasileira.
O documento mostra crescimento acentuado da dívida pública em proporção ao PIB, do patamar de 51,5% do PIB em 2013 para 80% do PIB em 2019.
A projeção mostra que, considerado o cenário base, o pico do crescimento da dívida será em 2022, quando vai atingir 82,2% do PIB. Em uma análise de risco, os 30% dos cenários mais favoráveis apontam para uma faixa que vai de 65,1% da dívida x PIB no melhor cenário, para 77,2 % no pior cenário em 2028.
O documento considera ainda para as projeções apenas a implementação do teto de gastos, ou seja, não leva em conta a possibilidade de aprovação ou não da Nova Previdência e de outras medidas econômicas.
Para a coordenadora de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Lena Carvalho, o caminho para redução do endividamento a níveis de dívida inferiores passa pela consolidação do ajuste fiscal em curso.
Para a redução da proporção dívida x PIB a patamares de países com grau de investimento em torno de 50% do PIB, por exemplo, seria necessário que o país obtivesse um primário adicional de 2,37% em 2028, além dos 2% previstos no cenário base.
Em comparação com outros países emergentes, como índia, Chile, México e Argentina, o Brasil está entre os que mais pagam juros sobre a dívida pública.