IBGE: 100 dias de Bolsonaro tem destruição de 1,2 milhão de empregos

A coisa ficou séria.

Segundo os números do IBGE para março deste ano, divulgados hoje, alguns estados, como Maranhão, Piauí e Bahia, tem hoje uma subocupação de mais de 40% da população em idade de trabalhar

E o desemprego agora começa a subir rapidamente também nos estados mais desenvolvidos do Sul do país.

Está na hora da oposição começar a cobrar do governo que pare de palhaçada e apresente soluções para geração de emprego no país.

O quadro é trágico.

Num país pobre, sem colchão social, o desemprego é equivalente à miséria e à fome.

Confira o quadro sintético. É uma cena dantesca. Apenas nos últimos três meses, a quantidade de pessoas desocupadas passou de 12,1 para 13,38 milhões, ou seja, houve destruição de 1,23 milhão de postos de trabalho.

A construção civil assistiu à destruição de 288 mil postos de trabalho na comparação com o trimestre anterior.

O setor público, que vinha segurando o mercado de trabalho, começou a demitir em massa.

E mesmo os empregos sem carteira assinada, o trabalho como doméstico, por “conta própria”, com ou sem CPNJ, que também vinham segurando a crise no mercado de trabalho, agora não estão mais: a recessão está eliminando até mesmo os postos mais simples e precários.

As primeiras vítimas do desemprego, como sempre, são as parcelas mais vulneráveis da população, como pretos, mulheres e residentes em regiões mais pobres. Enquanto entre brancos, o desemprego cresceu para 10%, entre pretos já está em 16%, e pardos, em 14,5%.

Abaixo, o texto e as tabelas divulgados pelo IBGE.

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PNAD Contínua trimestral: desocupação cresce em 14 das 27 UFs no 1º trimestre de 2019

Editoria: Estatísticas Sociais

16/05/2019 09h00 | Atualizado em 16/05/2019 09h00

No Brasil, a taxa de desocupação no 1º trimestre de 2019 foi de 12,7%, 1,1 ponto percentual acima do trimestre anterior (11,6%) e 0,4 p.p ponto percentual abaixo do 1º trimestre de 2018 (13,1%). As maiores taxas foram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%).

Considerando-se as variações estaticamente significativas, em 14 das 27 unidades da federação, a taxa cresceu em relação ao trimestre anterior. Nas demais UFs, houve estabilidade. As maiores variações foram no Acre (4,9 pontos percentuais), Goiás (2,5 p.p) e Mato Grosso do Sul (2,5 p.p).

Já em relação ao mesmo trimestre de 2018, a taxa subiu em quatro unidades da federação: Roraima (4,7 p.p), Acre, (3,6 p.p.) Amazonas (2,0 p.p.) e Santa Catarina (0,7 p.p.). Por outro lado, a taxa caiu em três estados: Pernambuco (-1,7 p.p.), Minas Gerais (-1,5 p.p.) e Ceará (-1,4 p.p.).

Houve aumento desse indicador em todas as grandes regiões: Norte (de 11,7% para 13,1%), Nordeste (de 14,3% para 15,3%), Sudeste (de 12,1% para 13,2%), Sul (de 7,3% para 8,1%) e Centro-Oeste (de 8,5% para 10,8%). A região Nordeste permaneceu registrando a maior taxa de desocupação entre todas as regiões. Na comparação anual a taxa recuou no Nordeste (de 15,9% para 15,3%) e Sudeste (de 13,8% para 13,2%).

No 1º trimestre de 2019, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 25,0%, o que representa 28,3 milhões de pessoas, recorde da série. Piauí (41,6%), Maranhão (41,1%) e Bahia (40,4%) apresentaram as maiores taxas, e as menores foram em Santa Catarina (12,1%), Rio Grande do Sul (15,5%) e Mato Grosso (16,5%).

O contingente de desalentados no 1º trimestre de 2019 foi de 4,8 milhões de pessoas de 14 anos ou mais. Os maiores contingentes estavam na Bahia (768 mil pessoas) e no Maranhão (561 mil) e os menores em Roraima (8 mil) e no Amapá (15 mil).

O percentual de pessoas desalentadas (em relação à população na força de trabalho ou desalentada), no 1º trimestre de 2019, foi de 4,4%, mantendo o recorde da série histórica. Entre as unidades da federação, Maranhão (17,9%) e Alagoas (16,5%) tinham as maiores taxas de desalento e Rio de Janeiro (1,2%) e Santa Catarina (0,9%), as menores.

No setor privado do país, 74,7% dos empregados tinham carteira de trabalho assinada. Os menores percentuais de empregados com carteira no setor privado estavam nas regiões Nordeste (59,0%) e Norte (60,9%); o maior estava no Sul (83,9%). As UFs com os maiores percentuais foram Santa Catarina (88,1%), Rio Grande do Sul (83,2%) e Rio de Janeiro (81,8%), e as menores ficaram com Maranhão (50,3%), Piauí (52,5%) e Pará (53,0%).

No 1º trimestre de 2019, o número de empregados no setor privado sem carteira assinada foi de 11,1 milhões de pessoas. Entre as UFs, as maiores proporções foram no Maranhão (49,5%), Piauí (47,8%) e Pará (46,4%), e as menores foram em Santa Catarina (13,2%), Rio Grande do Sul (18,0%) e Rio de Janeiro (18,4%).

No 1º trimestre de 2019, 91,9 milhões estavam ocupadas, sendo composta por 67,0% de empregados, 4,8% de empregadores, 25,9% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,4% de trabalhadores familiares auxiliares. Nas regiões Norte (33,7%) e Nordeste (29,3%), o percentual de pessoas por conta própria era superior ao das demais regiões. Por unidades da federação, os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria foram do Amazonas (35,5%), Pará (35,1%) e Amapá (33,8%), enquanto os menores ficaram com o Distrito Federal (19,6%), São Paulo (21,4%) e Santa Catarina (21,6%).

Em relação ao tempo de procura, no Brasil, 45,4% dos desocupados estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho; 24,8%, há dois anos ou mais, 15,7%, há menos de um mês e 14,1% de um ano a menos de dois anos.

O material de apoio desta divulgação está abaixo:

Documentos

Amapá teve a maior taxa de desocupação do 1º trimestre de 2019

No Brasil, a taxa de desocupação, no 1º trimestre de 2019, foi de 12,7%. Este indicador apresentou crescimento em relação 4º trimestre de 2018 (11,6%), e redução frente ao 1º trimestre de 2018 (13,1%). As unidades da federação com as maiores taxas de desocupação foram Amapá (20,2%), Bahia (18,3%), e Acre (18,0%). As menores taxas de desocupação estavam em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%).

Amazonas, Pará e Amapá têm mais trabalhadores por conta própria

No 1º trimestre de 2019, a população ocupada era composta por 67,0% de empregados, 4,8% de empregadores, 25,9% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,4% de trabalhadores familiares auxiliares.

Nas regiões Norte (33,7%) e Nordeste (29,3%), o percentual de pessoas por conta própria era superior ao das demais regiões. Por unidades da federação, os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria foram do Amazonas (35,5%), Pará (35,1%) e Amapá (33,8%), enquanto os menores ficaram com o Distrito Federal (19,6%), São Paulo (21,4%) e Santa Catarina (21,6%).

Santa Catarina tem o menor percentual de trabalhadores sem carteira (13,2%)

No 1º trimestre de 2019, o número de empregados no setor privado sem carteira assinada (11,1 milhões) caiu (-3,2%) em relação ao trimestre anterior (menos 365 mil pessoas) e subiu 4,4%, (mais 466 mil pessoas) comparado ao mesmo trimestre de 2018.

Entre as UFs, as maiores proporções foram no Maranhão (49,5%), Piauí (47,8%) e Pará (46,4%), e as menores foram em Santa Catarina (13,2%), Rio Grande do Sul (18,0%) e Rio de Janeiro (18,4%).

Maranhão tem o menor percentual de trabalhadores com carteira assinada (50,3%)

No 1º trimestre de 2019, 74,7% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, contra 75,5% no mesmo trimestre do ano anterior. As regiões Norte (60,9%) e Nordeste (59,0%) tinham os menores percentuais; e a região Sul (83,9%), o maior.

As UFs com os maiores percentuais de empregados com carteira assinada foram Santa Catarina (88,1%), Rio Grande do Sul (83,2%) e Rio de Janeiro (81,8%), e as menores ficaram com Maranhão (50,3%), Piauí (52,5%) e Pará (53,0%).

Entre os trabalhadores domésticos, 28,9% tinham carteira de trabalho assinada. No mesmo trimestre do ano anterior a proporção era de 30,0%.

Mulheres têm menor nível de ocupação que os homens

No 1° trimestre de 2019, as mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil (52,4%) e em todas as grandes regiões. Porém, entre as pessoas ocupadas, predominavam os homens, no Brasil (56,3%) e em todas as regiões, sobretudo na Norte, onde os homens representavam (60,6%).

O nível da ocupação dos homens no Brasil foi de 63,7% e o das mulheres de 44,9%, no 1º trimestre de 2019. O comportamento diferenciado deste indicador entre homens e mulheres foi verificado nas cinco grandes regiões, com destaque para a Norte, onde a diferença entre homens e mulheres foi a maior (23,7 p.p), e para o Sudeste, com a menor diferença (18,0 p.p.).

Já na população desocupada, no 1º trimestre de 2019, as mulheres eram maioria (52,6%). Em todas as regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens, sendo o maior na região Sul (56,2%).

A taxa de desocupação no Brasil, no 1º trimestre de 2019, foi de 12,7%, mas com diferenças significativas entre homens (10,9%) e mulheres (14,9%). Este comportamento foi observado nas cinco grandes regiões. As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho, tanto no país (64,6%) tanto em todas as regiões.

Taxa de desocupação para pretos e pardos é maior que a taxa nacional

O contingente dos desocupados no Brasil no 1º trimestre de 2012 era de 7,6 milhões de pessoas, quando os pardos representavam 48,9% dessa população, seguidos dos brancos (40,2%) e dos pretos (10,2%). No 1º trimestre de 2019, esse contingente subiu para 13,4 milhões de pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 51,2%; a dos brancos reduziu para 35,2% e dos pretos subiu para 12,7%.

A taxa de desocupação, no 1º trimestre de 2019, dos que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional (12,7%). Porém, a dos pretos (16,0%) e a dos pardos (14,5%) ficaram acima. No 1º trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 7,9%, a dos pretos correspondia a 9,6%; a dos pardos a 9,1% e a dos brancos era 6,6%.

No 1º trimestre de 2019, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,2%) e pelos pretos (8,9%).

Rendimento médio permanece estável em 4 das 5 grandes regiões

No 1º trimestre de 2019, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.291. Este resultado apresentou estabilidade tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.276) quanto em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.259). Nas grandes regiões, também houve estabilidade estatística nessas duas comparações, exceto na região Sul
(R$ 2.538), que mostrou aumento de 2,1% frente ao trimestre imediatamente anterior e de 3,6% na comparação com igual trimestre do ano anterior.

Por unidades da federação, na comparação trimestral, apenas o Paraná apresentou crescimento, de 3,4%. Por outro lado, Rondônia foi a única a ter queda (-5,2%). Já na comparação anual, Acre (9,8%), Rio de Janeiro (8,7%) e Paraná (6,5%) tiveram aumentos, e o Amapá (-12,8%) registrou queda.

Outras medidas de subutilização

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Ela faz parte da força de trabalho potencial.

O contingente de desalentados no 1º trimestre de 2019 foi de 4,8 milhões no trimestre de janeiro a março de 2019 e cresceu em ambas as comparações: 3,9% em relação ao trimestre anterior (mais 180 mil pessoas) e 5,6% (mais 256 mil pessoas) comparada ao mesmo trimestre de 2018.

Os maiores contingentes estavam na Bahia (768 mil pessoas) e no Maranhão (561 mil) e os menores em Roraima (8 mil) e no Amapá (15 mil).

O percentual de pessoas desalentadas (em relação à população na força de trabalho ou desalentada), no 1º trimestre de 2019, foi de 4,4%, mantendo o recorde da série histórica e mostrando variação significativa nas duas comparações: mais 0,1 p.p. em relação ao trimestre anterior (4,3%) e mais 0,2 p.p. contra o mesmo trimestre de 2018 (4,2%). Entre as unidades da federação, Maranhão (17,9%) e Alagoas (16,5%) tinham as maiores taxas de desalento e Rio de Janeiro (1,2%) e Santa Catarina (0,9%), as menores.

A taxa combinada de subocupação por insuficiências de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior, somada às pessoas desocupadas) foi de 19,1% no Brasil, no 1º trimestre de 2019, o que representa 6,8 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e 13,4 milhões de desocupados.

Por UFs, as maiores taxas ocorreram na Bahia (31,1%), Amapá (30,7%) e Piauí (30,5%) e as menores, em Santa Catarina (9,9%), Rio Grande do Sul (12,8%) e Mato Grosso (13,2%).

Também foram registradas as maiores taxas de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação nos estados da região Nordeste, e as menores nos da região Sul e Centro-Oeste.

A taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange os desocupados e as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial), foi de 19,0% no 1º trimestre de 2019, o que representa 21,6 milhões de pessoas.

Maranhão (33,7%), Alagoas (31,5%) e Acre (31,0%) tiveram as maiores taxas; as menores foram em Santa Catarina (9,5%), Rio Grande do Sul (10,9%) e Rondônia (12,2%).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a Força de trabalho ampliada) foi de 25,0% no 1º trimestre de 2019, o que representa 28,3 milhões de pessoas, recorde da série.

Por unidades da federação, as maiores foram no Piauí (41,6%), Maranhão (41,1%) e Bahia (40,4%), e as menores foram em Santa Catarina (12,1%), Rio Grande do Sul (15,5%) e Mato Grosso (16,5%).

Publicado no IBGE

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