O “Monitor da Violência“, um projeto em parceria com o G1, registra que houve queda de 24% no número de homicídios cometidos no país no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2018.
Ao todo, foram registrados 10.324 mortes violentas em Jan/Mar 2019, contra 13.552 no ano anterior.
A única reação séria, por parte de autoridades, especialistas e imprensa, diante desse número é um questionamento sobre a sua qualidade e transparência.
Recentemente, fizemos entrevista com a professora Jacqueline Muniz, especialista em Segurança Pública da UFF, em que ela faz justamente essa observação: qual a qualidade dos registros policiais que embasam essas informações?
Quais os tipos de homicídios que caíram? Qual a confiabilidade de cada um deles?
Só é possível qualificar o tipo de homicídio após um mínimo de investigação, e se a investigação no Brasil é tão deficiente, então os números relacionados serão também pouco confiáveis.
Só será possível saber se a queda ou aumento no número de homicídios está relacionado a alguma causa específica, a alguma política pública de segurança, ou mesmo a alguma dinâmica do próprio crime organizado, se a “caixa preta” das delegacias forem abertas, e a sociedade puder olhar para os crimes mais de perto.
Além do mais, há um outro fator ainda mais cruel: há um limite natural no número de mortos, porque chega um momento em que não há mais quem matar, nem mais quem mate, porque o ato de matar também implica um custo pesado para o homicida. Se a quantidade de homicídios em determinada região se eleva muito durante alguns anos, isso implicará em “esgotamento” da “matéria-prima” (vítimas em potencial) nos anos seguintes, até que o “estoque” se renove.
O presidente Jair Bolsonaro, irresponsável como ele é, saiu logo festejando os números, atacando a imprensa e a todos, sem fazer uma mísera sinalização de que o governo se empenhará em dar mais transparência aos dados. Até porque os números do G1 tem um vício grave: são do… G1. Um dado dessa natureza deveria ser apurado e divulgado exclusivamente pelo Estado, que é o único ente que, afinal, detêm os números primários.
Tanto o presidente como seu ministro da Segurança Pública, Sergio Moro, vem aprovando medidas que facilitar o acesso a armas de fogo à população, ou seja, medidas que implicarão em aumento no número de armas e tiros registrados no país, o que não é, obviamente, uma sinalização positiva para quem deseja reduzir o número de vítimas com armas de fogo.
Paulo
14/05/2019 - 18h42
A Rede Globo é mesmo difícil de entender: repercutem queda de homicídios (não sei com que intenção, ainda que os dados sejam verdadeiros), mas insistem diuturnamente numa suposta “eclosão brutal do ‘feminicídio’ ” (mesmo que os nºs sejam, em massa, inexpressivos). Meu filho falou até em possível “efeito imitação”. Eu não descartaria…
J Fernando
14/05/2019 - 12h13
“Até porque os números do G1 tem um vício grave: são do… G1. Um dado dessa natureza deveria ser apurado e divulgado exclusivamente pelo Estado, que é o único ente que, afinal, detêm os números primários.”
E eu, crente que os dados eram oficiais. Obrigado pelo esclarecimento.
Meu argumento quando estiver debatendo com outras pessoas a respeito deste assunto:
– Não são dados oficiais. É um projeto da globo, com o levantamento de homicídios feito por repórteres globais.
Alan C
14/05/2019 - 10h11
E cadê a novidade? No Tucanistão paulista essa taxa “cai” a pelo menos duas décadas.
Não preciso dizer mais nada, né?
lucio
14/05/2019 - 12h17
3 decadas, e no rio tambem. depois nestas cidades votaram bolsoneuro porqué “ta amentando a violentttia”… pense o quanto estes do sudest sao mais inteligentes que aqueles do nordest, que consideram seres inferiores, kkkk
Sergio Araujo
14/05/2019 - 09h43
De novo essa cretina patètica que nào sabe do que fala…?
lucio
14/05/2019 - 06h54
durante o governo dilma “alguem” mandou bagunçar o pais:
– ordens para as facçoes de aumentar a produçao de homicidios
– greves a todo vapor
para deslocar o eleitorado á direita.
explicam-me porqué com temer, apesar da “reforma trabalhista”, as greves pararam!
teve até greves de policia com verdadeiros atos de terrorismo, tipo assassinatos em massa de moradores de rua…