Grupo de Lima quer apoio de Cuba. O errático Grupo de Lima se reuniu mais uma vez na última sexta-feira, 3 de maio, e novamente incluiu Cuba em seu comunicado. Respaldaram o intento de mais um golpe contra o governo venezuelano, do último dia 30 de abril; anunciaram que vão buscar o Grupo de Contato Internacional, composto por países latino-americanos e europeus para acordar sobre os próximos passos em relação à Venezuela; convocaram uma conferência internacional para Lima em julho próximo; e, por fim, a frase que mais chama atenção no comunicado: “Decidem fazer as gestões necessárias para que Cuba participe na busca da solução da crise na Venezuela”.
Oficial venezuelano queima carta de Guaidó. Guaidó segue tentando arregimentar oficiais das Forças Armadas da Venezuela e no sábado organizou a leitura de uma carta-conclamação à adesão dos militares em mais de 20 pontos de Caracas. Em um destes pontos, Chacao, os oficiais ouviram a leitura e um militar, ao receber a carta, acendeu um isqueiro e queimou o papel, mostrando em seguida à população que acompanhava o ato. Mais uma vez os protestos não foram massivos. Chamou atenção o retorno das “guarimbas” que são uma espécie de trincheiras montadas nas ruas com móveis velhos, materiais de construção, sacos de lixo e tudo mais que estiver à mão para cercar a localidade.
Lavrov com Arreaza e Pompeo. Enquanto isso, Lavrov, o ministro das relações exteriores da Rússia, recebeu no domingo (5) em Moscou o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza. O encontro aconteceu após declarações de Trump, na sexta (2), de que teria falado com o presidente Putin pelo telefone por pelo menos uma hora e que o presidente russo teria afirmado que não quer se envolver nas questões da Venezuela. Após o encontro com Arreaza, Lavrov disse em sua declaração: “fazemos um chamado ao governo dos EUA para que pare com suas ações irresponsáveis contra a lei internacional”. Lavrov e Pompeo se encontrarão hoje na Finlândia.
Grávidas e bebês mortos na Faixa de Gaza. A faixa de Gaza vive seus piores dias desde o massacre de 2014. Desde a madrugada de sábado (3) o confronto entre as forças do governo do território palestino, comandado pelo Hamas, e as forças militares israelenses já mataram 4 pessoas em Israel e 25 na Palestina, sendo duas mulheres grávidas e dois bebês. Egito, Catar e ONU tentam mediar e há informações de trégua nesta manhã de segunda (6). Israel acusa o Hamas e a Jihad Islâmica de perpetrar ataques, em consonância com o Irã, como retaliação à disputa de territórios na Síria. Na manhã de domingo (5), Netanyahu ordenou “ataques massivos” na Faixa de Gaza. Em um dos prédios atingidos em Gaza estava a sede da Anatólia, agência estatal de notícias da Turquia. O confronto acontece às vésperas da comemoração do aniversário de independência de Israel, 14 de maio de 1948.
Bolsonaro não vai a Nova Iorque. Bolsonaro, ao menos por enquanto, desistiu de ira Nova Iorque receber seu prêmio de “pessoa do ano” da Câmara de Comercio Brasil – EUA. A desistência se deu pós sua ida ter tido destaque na imprensa norte-americana e mundial, em especial pelas afirmações do prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, e o Senador democrata, Brad Hoylman, além dos anúncios do Museu de História Natural de NY e do restaurante Cipriani Hall de que não abrigariam um evento com o presidente brasileiro, todos sinalizando não concordarem com os posicionamentos machistas, homofóbicos e de desrespeito ao meio ambiente de Bolsonaro.
Trump eleva o tom com a China. Como sinal de sua impaciência com as negociações comerciais com a China, Trump anunciou ontem (5) a elevação de 10% para 25% das tarifas sobre vários produtos chineses a valerem a partir da próxima sexta-feira (10).
Argentina pós-Macri. O cenário na Argentina pós-Macri se mostra cada vez mais desolador. Ao final de 2019 a economia terá encolhido uns 3%, a inflação deve chegar a 50% e a pobreza estará em 32%. Tudo isso e ainda uma dívida de 60 bilhões com o FMI. (com informações de Sylvia Colombo em artigo na FSP).
Desemprego em queda nos EUA. Nos EUA, ganhou destaque nos noticiários o fato de que a taxa de desemprego está em 3,6%, o índice mais baixo desde dezembro de 1969. Já são 103 meses seguidos de criação de emprego. No entanto, esses empregos em sua grande maioria não foram gerados na indústria. A industrialização apresenta desaceleração significativa. (com informações de Sandro Pozzi, no El País).
Eleições locais no RU. O Reino Unido passou por eleições municipais na última sexta (3) e tanto conservadores como trabalhistas tiveram derrotas que muitos relacionam ao processo do Brexit. Conservadores perderam 1305 vereadores e quase 40 governos locais. Os trabalhistas perderam 82 vereadores. O partido de extrema-direita UKIP também sofreu grave derrota, tinha 176 vereadores, agora têm 31. Quem se beneficiou das derrotas foram os candidatos independentes e partidos anti-Brexit, como o Liberal-Democrata que ganhou saiu de 658 vereadores para 1351 e mais de uma dezena de governos municipais. O Partido Verde também ganhou, saindo de 87 cadeiras para 273.
May corteja Corbyn. Theresa May interpretou sua derrota nas urnas locais a seu modo. Segundo ela, “os cidadãos querem que executemos o Brexit”. Ontem, domingo (5), ela deixou um recado para o líder trabalhista J. Corbyn em uma artigo do jornal Mail: “ao lidera da oposição, digo isto: vamos ouvir o que os eleitores disseram nas eleições locais e deixar as diferenças de lado por um momento. Vamos fazer um acordo”. Há outras interpretações para a derrota dos pró-Brexit nas urnas, a população pode ter se arrependido.
Novo presidente no Panamá. O Panamá realizou eleições presidenciais e parlamentares ontem, 5 de maio. Com mais de 90% das urnas apuradas, a vitória deve ser do empresário Laurentino Cortizo do PRD (Partido Revolucionário Democrático), 33%. Ele substituirá Carlos Varela. A disputa mais acirrada se deu entre dois candidato que se qualificaram como oposicionistas. Cortizo e Rômulo Roux, do CD (Cambio Democratico) e ex-chanceler, com 31%. No Panamá não há segundo turno. Cortizo é veterano na política panamenha, de um partido tradicional e pró-Washington, mas durante a campanha sinalizou para estreitamento das relações com a China e revisão da postura pró-Guaidó na Venezuela do atual presidente Varela.
OTAN veta Brasil como membro. Secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg afirmou semana passada que o Brasil não pode se tornar membro integral da organização, como havia sugerido Trump durante a visita de Bolsonaro aos EUA, mas apenas parceiro próximo, tal como a Colômbia.
Papa perseguido. Papa Francisco está sofrendo perseguição por parte de um grupo de sacerdotes e teólogos que o acusam de “heresia” com relação às suas declarações sobre sexualidade. Segundo o grupo, o Papa não se coloca veementemente contra o aborto, dá sinais de abertura do Vaticano para homossexuais e divorciados e se aproxima de protestantes e muçulmanos.