A pior notícia possível para Bolsonaro é a forte alta na expectativa da população de que o desemprego vai aumentar. Ainda mais que ela vem acompanhada de um fator que a confirma: a efetiva alta no desemprego.
Após alta pós-eleitoral, otimismo econômico recua em abril
Opinião Pública – 08/04/2019 16h14
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DE SÃO PAULO
Pesquisa Datafolha mostra que o otimismo dos brasileiros adultos com a economia brasileira recuou de dezembro a abril. É o que mostram os indicadores macroeconômicos de expectativa sobre inflação, desemprego e poder de compra e as expectativas com a situação econômica do país e pessoal para os próximos meses pioraram. O otimismo com a maioria dos indicadores, porém, segue elevado quando comparado à série histórica.
Nesse levantamento, entre os dias 02 e 03 de abril de 2019, foram realizadas 2.086 entrevistas presenciais em 130 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro máxima no total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A parcela de brasileiros adultos que esperam que a inflação aumente nos próximos meses cresceu 18 pontos de dezembro a abril, foi de 27% para 45%. Já, a taxa de brasileiros que espera por uma redução da inflação recuou 13 pontos, passou de 35% para 22%, e a taxa dos que acreditam que a inflação ficará igual recuou de 33% para 29%. Uma fração de 5% não opinou (era 4% em dezembro). O cenário é mais otimista do que o observado há um ano, quando 53% esperavam por aumento da inflação e 11% por uma diminuição.
A mesma tendência é observada com o poder de compra dos salários, para 34%, o poder de compra irá aumentar nos próximos meses (era 43% em dezembro), para 33%, irá diminuir (era 18%), e para 30%, ficará igual (era 36%). Uma parcela de 3% não opinou (era 4%). Apesar da queda do otimismo, o índice ainda é melhor do que o observado há um ano (quando era 20%), e taxa de pessimismo é próxima à de abril do ano passado (35%).
Quanto ao desemprego para os próximos meses, 47% esperam por um aumento (era 29% em dezembro), 29% por uma diminuição (era 47%) e para 21%, o desemprego ficará igual (mesmo índice anterior). Uma parcela de 3% não opinou (era 2%). Os índices são próximos aos observados há um ano, quando 46% esperavam por aumento do desemprego e 21% por uma redução.
No período, a expectativa de que situação da economia brasileira irá melhorar nos próximos meses recuou 15 pontos, passou de 65% para 50% – o índice segue elevado em comparação à série histórica. A expectativa que a situação econômica do país irá piorar dobrou, foi de 9%, em dezembro, para 18%, e a expectativa de que a situação econômica ficará igual passou de 24% para 29%. Uma fração de 3% não opinou (mesmo índice anterior). Apesar da piora na expectativa, os índices são melhores do que aos observados há um ano, quando 29% esperavam por uma melhora na situação econômica do país e 26% por uma piora.
A expectativa com a situação econômica pessoal seguiu tendência semelhante a do país. Para 59%, a situação econômica pessoal irá melhorar (era 67% em dezembro), para 11%, vai piorar (era 6%), e para 29%, ficará como está (era 25%). Uma parcela de 2% não opinou. Há um ano, 46% tinham a expectativa que a situação econômica pessoal iria melhorar, e para 13% iria piorar.
Quando perguntados se a situação econômica do país e pessoal melhorou ou piorou nos últimos meses, a maior parcela dos respondentes declarou que a situação ficou igual.
Três em cada dez brasileiros (31%) avaliam que a situação econômica do país piorou, este é o índice mais baixo da série histórica, iniciada em 2015, e o segundo levantamento consecutivo que o índice recua (era 72%, em junho passado e 37%, em dezembro). A avaliação que a situação econômica do país melhorou nos últimos meses também alcançou patamar recorde, 22% (era 6% em junho de 2018 e 20% em dezembro). Com tendência de alta também ficou a parcela que avalia que a situação econômica do país ficou igual: era 20%, em junho passado, 42% em dezembro e 46% no atual levantamento.
Na avaliação sobre a situação econômica pessoal nos últimos meses, 29% avaliam que houve uma piora (era 30% em dezembro), 20% que houve uma melhora (mesmo índice anterior) e 51% que está igual (era 49%) – este é o índice mais alto da série histórica.
Texto, gráficos e link publicados no portal do Datafolha