A popularidade de Jair Bolsonaro segundo o Datafolha

Ao divulgar os números do Datafolha, a Folha destacou que a avaliação de Jair Bolsonaro é a menor para presidentes de primeiro mandato.

Entretanto, a comparação me parece um pouco forçada, porque cada presidente viveu um momento diferente, na economia e na política. De modo geral, a avaliação de Bolsonaro é compatível com o acirramento ideológico provocado pelo próprio presidente.

Temos um terço de brasileiros que fazem oposição ao governo, outro terço que apoiam o presidente e há um terço final de indecisos, que dão avaliação “regular” à sua administração, o que é uma posição de expectativa cética.

As tabelas do Datafolha são melhores para analisar do que a pesquisa do Atlas Político, que não costuma abrir seus dados e métodos ao público, e nem oferecem nenhum dado estratificado. É por essa razão que classifiquei a pesquisa do Atlas Político de “segunda linha”. Ibope e Datafolha publicam relatórios completos, abertos ao público, com os dados estratificados.

No entanto, o que me parece mais interessante na pesquisa Datafolha é a separação crescente entre o núcleo do eleitorado de Bolsonaro, a classe média, e as opiniões do governo no campo dos costumes.

Segundo o Datafolha, o governo ainda tem relevantes índices de aprovação entre as classes médias, mas é junto a esse mesmo segmento que notamos, segundo outra pesquisa divulgada ontem, a maior rejeição às pautas ultraconservadoras do governo.

Reiterando, desde as pesquisas feitas antes da eleição, sabia-se que o apoio a Bolsonaro vinha das classes mais instruídas e de maior renda, residente em grandes cidades. Ainda são essas faixas de renda que mantém a maior parte do apoio ao presidente.

 

 

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