Na BBC Brasil
Brasil diz à ONU que não houve golpe em 64 e que governos militares afastaram ameaça comunista e terrorista
Ricardo Senra
Da BBC News Brasil em Washington
4 abril 2019
O governo de Jair Bolsonaro enviou telegrama à ONU (Organização das Nações Unidas) afirmando que “não houve golpe de Estado” em 31 de março de 1964 e que os 21 anos de governos militares foram necessários “para afastar a crescente ameaça de uma tomada comunista do Brasil e garantir a preservação das instituições nacionais, no contexto da Guerra Fria”.
O governo afirma que “os anos 1960-70 foram um período de intensa mobilização de organizações terroristas de esquerda no Brasil e em toda a América Latina” e que a derrubada do então presidente João Goulart contou com o apoio da “maioria da população”.
A BBC News Brasil teve acesso ao conteúdo integral do telegrama confidencial enviado pelo Itamaraty nesta quarta-feira a Fabian Salvioli, relator especial da ONU sobre Promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição. O conteúdo do texto foi confirmado por membros do governo Bolsonaro e fontes que atuam dentro das Nações Unidas.
O texto é uma resposta a críticas feitas pelo relator Salvioli na última sexta-feira aos planos do governo de celebração do 31 de março, então classificadas como “imorais e inadmissíveis”.
Na oportunidade, o argentino afirmou em comunicado que “tentativas de revisar a história e justificar ou relevar graves violações de direitos humanos do passado devem ser claramente rejeitadas por todas as autoridades e pela sociedade como um todo”.
“Comemorar o aniversário de um regime que trouxe tamanho sofrimento à população brasileira é imoral e inadmissível em uma sociedade baseada no Estado de Direito. As autoridades têm a obrigação de garantir que tais crimes horrendos nunca sejam esquecidos, distorcidos ou deixados impunes”, escreveu Salvioli.
Em sua resposta, o governo brasileiro subiu o tom e classificou as críticas como “sem fundamento”. Também disse à autoridade das Nações Unidas que ele “deve respeitar os processos nacionais e procedimentos internos em suas deliberações”.
Disputa judicial
Segundo o telegrama do Itamaraty, o “governo defende o direito à liberdade de expressão e de pensamento e saúda o debate público sobre os eventos ocorridos no período 1964-1985 no Brasil”.
“Neste contexto, o presidente Bolsonaro está convencido da importância de colocar em perspectiva a data de 31 de março de 1964”, continua o texto.
“O presidente reafirmou em várias ocasiões que não houve um golpe de Estado, mas um movimento político legítimo que contou com o apoio do Congresso e do Judiciário, bem como a maioria da população. As principais agências de notícias nacionais da época pediram uma intervenção militar para enfrentar a ameaça crescente da agitação comunista no país.”
Segundo a gestão Bolsonaro, a decisão de instruir as Forças Armadas brasileiras a lembrar a data de 31 de março de 1964 “foi tomada com pleno respeito à lei nacional, incluindo a Constituição Federal”.
O governo também destaca que a instrução para a comemoração do golpe foi confirmada pelo Poder Judiciário em 30 de março, “quando o Tribunal Regional Federal declarou que a decisão do presidente é compatível com as prerrogativas de seu alto cargo, respeita a legislação nacional e não viola as obrigações de direitos humanos, de acordo com o direito internacional”.
Horas após o comunicado enviado pelo relator da ONU, no último dia 29, uma juíza federal de Brasília atendeu a um pedido da Defensoria Pública da União e proibiu que o governo realizasse eventos relacionados aos 55 anos do golpe militar.
Na decisão, a juíza Ivani Silva da Luz argumentava que a proibição pretendia “a não repetição de violações contra a integridade da humanidade, preservando a geração presente e as futuras do retrocesso a Estados de exceção”.
No dia seguinte, um sábado, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), revogou a liminar e liberou comemorações, argumentando que “tendo em vista que existem eventos agendados para amanhã e domingo, dado o tamanho do Brasil e capilaridade das Forças Armadas, algumas unidades estão devidamente preparadas para a realização das cerimônias, as decisões recorridas colocam em risco gravemente a organização da administração, devendo a suspensão das mesmas ser imediata”.
No comunicado enviado nesta quarta à ONU, o governo brasileiro ressaltou seu “compromisso com a democracia, o estado de direito e a proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais” e ressaltou que “atos semelhantes (as comemorações do 31 de março neste ano) foram realizados por unidades militares em anos anteriores, sem qualquer efeito deletério ao corpo político brasileiro”.
Aldo
07/04/2019 - 06h22
AS ÚLTIMAS DE BOLSONARO
BOLSONARO diz que o Brasil é lixo: https://youtu.be/sJ5Iiq5sm4Q
Como o Brasil é muito grande, nós podemos chama-lo de LIXÃO.
Logo depois Bolsonaro se declara incompetente para administrar o LIXÃO.
Disse ele: “Desculpem as caneladas, não nasci para ser presidente, nasci para ser militar, mas no momento estou nessa condição de presidente e, junto com vocês, nós podemos mudar o destino do Brasil. Sozinho não vou chegar a lugar nenhum”.
https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2019-04-05/nao-nasci-para-ser-presidente-nasci-para-ser-militar-diz-bolsonaro-em-evento.html
Veja bem, ele não é presidente, ele está na condição de presidente do LIXÃO. E pede socorro a todos os presentes no evento em que ele reconheceu toda a sua INCOMPETÊNCIA.
Ora porra! O cara passou quase 30 anos como deputado, mamando nas tetas do contribuinte e das milícias, e depois de se eleger presidente do LIXÃO, através de uma eleição fraudada até o olho do cu (eu sempre me lembro do fiofó de Olavo de Carvalho), diz que não gosta de ser presidente e que sua vocação é ser militar!?
RENUNCIA, DESGRAÇA!
lucio
05/04/2019 - 17h50
entao, segundo este “raciocinio” fascista, tudo mundo que ACHA que X no futuro vai dar um murro nele tem dierito de dar em X um tiro preventivo… e chamam isto de democracia e legalidade, kkkkkk
lucio
05/04/2019 - 17h02
– hitler nao matou os judeus
– no brasil nao teve golpe
– a terra é plana
– o homen foi criado por deus 5000 anos atras com poera e cuspe
– o pelé era o numero 10 da argentina
estamos nesta onda, kkkkk
Alan Cepile
05/04/2019 - 19h28
Nazismo de esquerda kkkkkkk
degas
05/04/2019 - 14h17
Vou dar só um exemplo, porém muito bem documentado, de guerrilha iniciada logo após o 31 de março. Digitem no Google “serra do caparaó”. Tem até depoimento dos participantes, dizendo que esperavam as ordens de Cuba, que seriam dadas através do baderneiro Brizola, um dos que mais pressionou o Jango a ir além de suas prerrogativas e implantar um modelo similar ao dos bolivarianos. Na hora, eles afinaram, mas é evidente que estavam se preparando até para uma luta armada (seguindo o exemplo de Cuba, que tinha caído na mão dos comunas apenas cinco anos antes).
Por outro lado, a população exigia o fim da baderna. Em 19 de março de 1964, perto de um milhão de pessoas marchou em São Paulo (um milhão em 64, mais de um por cento da população brasileira da época!). E as marchas continuaram, em várias cidades, após a derrubada do fantoche, até junho, numa insofismável prova de apoio ao regime recém instalado.
Por que não dizer “revolução”? Toda revolução é um golpe contra o regime anterior, é óbvio, mas esta última palavra tem uma conotação de complô de uma minoria palaciana, sem nenhum motivo além da sede de poder e sem raízes no povo. Foi revolução. A russa foi revolução, a do Getúlio em 1930 idem, a cubana foi, muitas outras foram. E 64 também.
Para a nossa esquerda, porém, revolução é só o que lhe agrada. Se for contra ela, mesmo com o apoio maciço da população, é “gópi”. Do mesmo modo, contra o Collor, com um Fiat Elba e alguns poucos milhares de caras-pintadas, é impeachment; contra a Juju (Juju Menta), com crimes comprovados e sete milhões de pessoas exigindo sua saída, é golpe. São ridículos, querendo impor a sua visão partidarizada da História sem contestações.
Alexandre Neres
05/04/2019 - 14h57
Mais uma vez meu amigo degas vem com meias verdades, o que acaba produzindo uma mentira inteira. Cita um fato esporádico que foi uma guerrilha na serra do Caparaó que nem chegou a acontecer. O amadorismo salta aos olhos. Um bando de desconhecidos num fim de mundo logo chamou a atenção e foi debelado. Ele pega um fato isolado e a partir daí faz uma generalização.
Outro ponto é que o Ibope divulgou uma pesquisa recentemente feita em 1964, que não havia sido disponibilizada antes, esclarecendo que 59% da população apoiava as reformas de Jango e que 49% estava pensando em votar nele pra presidente. Mas o degas só enxerga marchadores, paneleiros, patos e carolas pela frente. Aff.
degas
05/04/2019 - 21h11
Ah, tá, você contou a história da prisão em segunda instância a partir de 2016, eu mostrei que a proibição só havia vigorado num curto período de sete anos antes disso, mas eu é que digo meias-verdades.
A turma do Caparaó esperou pela escada cubana do Brizola, mas acabou com o pincel na mão? Foi a decisão da chefia, que analisou a situação e achou que não dava para encarar. Onde você vê amadorismo houve uma simples e fria decisão de ordem militar: o inimigo nos pegou de calças curtas, toquem recuar. Mas eu vou facilitar dando outro exemplo de terrorismo pré-AI5. Trata-se, novamente, de um fato indiscutível: o atentado no aeroporto de Guararapes, perpetrado em 1966 pelos facínoras da AP (organização que, segundo sua visão, só surgiu depois de 1968).
Quanto à pesquisa de 64, eu poderia lembrar inúmeras que se revelaram falsas. Mas, facilitando de novo, vou partir da suposição que ela é verdadeira. Se você perguntar quem quer se aposentar aos 40 anos ganhando 20 mil dá 100% na pesquisa. Mas é possível fazer isso? A promessa socialista sempre é maravilhosa, a realidade é passar fome e sede no escuro da Venezuela.
Além disso, a pesquisa pega todo mundo, inclusive as camadas mais desinformadas e manipuláveis da população. Nós vimos algo assim nos últimos tempos. O PT tem uma intenção que o torna competitivo, mas se você pegar só quem tem ensino fundamental completo e renda familiar de dois mínimos o partido quase desaparece. Seu eleitor típico é o mal informado, muitas vezes analfabeto. Na eleição esse cara vale tanto quanto o doutor. Mas fora dali ele não apita nada, não tem voz na sociedade e não tem nem sequer iniciativa para se manifestar. É a realidade, é assim que são as coisas.
Outra coisa que pesquisa alguma mede é a intensidade de uma posição. O sujeito só sai de casa para protestar na rua se estiver muito envolvido no caso. É dificílimo reunir muita gente, tente fazer uma passeata “Lula Livre” para conferir. Por isso, você juntar 1% da população de um país imenso como o nosso numa cidade em 1964 é um feito histórico. E continuar reunindo multidões para apoiar os militares depois, também. Some a isso o fato desse pessoal ser da classe média para cima (que é quem exerce influência na sociedade). Aí você terá a noção do imenso peso desse apoio.
Que tinha gente do outro lado é óbvio, qual é a revolução que não teve? Mas um golpe palaciano de meia dúzia de conspiradores é algo muito diferente. Creio que não existe um critério totalmente objetivo para esta questão, mas para mim a diferença entre revolução e golpe é essa. Para a esquerda intelectualmente desonesta é outra: revolução é quando eles gostam, golpe é quando não gostam.
Alan Cepile
05/04/2019 - 10h48
bozo kkkkkk
Alexandre Neres
05/04/2019 - 09h53
É uma piada. Rechaçou a ameaça comunista… Ou o golpe dos tanques contra os desarmados. Santa assimetria!
Paulo
05/04/2019 - 09h36
Rechaçou a ameaça comunista, mas foi Golpe…
Justiceiro
05/04/2019 - 09h53
Foi contragolpe.
Jango queria dar um golpe instituindo o comunismo no Brasil. Os milicos chutaram Jango e os comunas.
Se os comunistas não tivessem partido pra luta armada, não tinha havido o Ai-5 e haveria eleições normais para presidente.
Eles partiram pra porrada e sifu!
Alexandre Neres
05/04/2019 - 10h22
E tome-lhe desconhecimento histórico. Vejam o que dá partir de premissas falsas e inverter a ordem dos fatos. Havia eleições marcadas para presidente em 1965 e não foram realizadas, muito antes de sequer se cogitar em luta armada. Salvo um ou outro acontecimento de menor importância, a luta armada no Brasil começou exatamente depois que foi decretado o AI-5, em 13 de dezembro de 1968. Ás favas com os escrúpulos de consciência, hein, Justiceiro?
Ah, ia me esquecendo: é conge ou conje?
Ivan
05/04/2019 - 11h04
A milicada ficou 21 anos chutando os comunas????
Caramba, devia ter mais comuna aqui do que na URSS então….
Alan Cepile
05/04/2019 - 19h45
kkkk justicerinha, para de passar vergonha!!!
A resistência armada começou POR CAUSA do golpe em 64 e não vice versa!
Essa foi boa!! kkkk