Produção industrial cresce 0,7% em fevereiro
Editoria: Estatísticas Econômicas
02/04/2019 09h00 | Atualizado em 02/04/2019 11h45
Em fevereiro de 2019, a produção industrial nacional cresceu 0,7% frente a janeiro (série com ajuste sazonal), eliminando a queda de 0,7% do mês anterior.
No confronto com fevereiro de 2018 (série sem ajuste sazonal), a indústria cresceu 2,0%, interrompendo três meses consecutivos de taxas negativas e acumulando redução de 0,2% em 2019. O acumulado nos últimos 12 meses (0,5%) repetiu o resultado anterior, mas permanece em desaceleração desde julho de 2018 (3,3%).
A publicação completa da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) pode ser acessada aqui.
16 dos 26 ramos pesquisados apresentam alta em fevereiro
O avanço de 0,7% da atividade industrial, de janeiro para fevereiro de 2019, reflete o crescimento de três das quatro categorias econômicas e 16 dos 26 ramos pesquisados.
Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,7%), produtos alimentícios (3,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%). Vale citar também as contribuições positivas de máquinas e equipamentos (1,7%), bebidas (1,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,6%), metalurgia (0,6%), celulose, papel e produtos de papel (0,9%) e outros equipamentos de transporte (2,8%).
Por outro lado, entre os dez ramos em queda, o desempenho de maior relevância veio das indústrias extrativas (-14,8%), pressionado pela queda na produção de minérios de ferro, relacionada ao rompimento de uma barragem na região de Brumadinho (MG). Outros impactos negativos importantes vieram dos setores de vestuário e acessórios (-4,8%), de produtos de metal (-2,0%), de móveis (-4,1%), de produtos do fumo (-8,5%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-1,5%).
Entre as categorias econômicas, ainda em relação a janeiro, bens de capital (4,6%) e bens de consumo duráveis (3,7%) tiveram os avanços mais elevados em fevereiro, impulsionados pela maior produção de caminhões, na primeira; e de automóveis, na segunda. O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (0,7%) também cresceu, após ficar estável por dois meses consecutivos. Já o setor produtor de bens intermediários (-0,8%) teve a única taxa negativa e acentuou a queda registrada em janeiro de 2019 (-0,1%).
Média móvel trimestral cresce 0,1%
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral da indústria mostrou ligeiro acréscimo de 0,1% no trimestre encerrado em fevereiro, após registrar variação negativa de 0,2% em janeiro. Vale destacar que o setor industrial apresenta uma trajetória predominantemente descendente desde agosto de 2018.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (1,3%) teve o avanço mais elevado, interrompendo o comportamento negativo presente desde setembro de 2018. O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) também cresceu em fevereiro, interrompendo a trajetória negativa iniciada em agosto do ano passado.
Por outro lado, os setores produtores de bens de capital (-0,8%) e de bens intermediários (-0,2%) tiveram queda nesse mês, com o primeiro registrando o quarto mês consecutivo de queda; e o segundo voltando a recuar após dois meses seguidos de taxas positivas.
Produção industrial cresce 2,0% em relação a fevereiro de 2018
Na comparação com fevereiro de 2018, o setor industrial cresceu 2,0%, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 48 dos 79 grupos e 53,2% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que fevereiro de 2019 (20 dias) teve dois dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (18).
Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (16,4%) exerceu a maior influência positiva na média da indústria, impulsionada pelos itens automóveis, caminhões, reboques e semirreboques e autopeças. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,8%), de produtos alimentícios (4,2%), de produtos de metal (6,1%), de bebidas (5,0%), de máquinas e equipamentos (3,5%), de produtos de minerais não-metálicos (4,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,7%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (6,1%) e de produtos diversos (8,0%).
Por outro lado, entre as nove atividades em queda, a principal influência veio de indústrias extrativas (-9,9%), pressionada pelo item minérios de ferro, refletindo os efeitos do rompimento de uma barragem na região de Brumadinho (MG). Vale destacar também as contribuições negativas dos ramos de celulose, papel e produtos de papel (-3,0%), de produtos de madeira (-7,5%), de metalurgia (-1,6%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,1%).
Ainda no confronto com igual mês de 2018, bens de consumo duráveis (12,2%) e bens de capital (7,0%) tiveram os avanços mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (3,2%) também teve crescimento mais elevado do que a média nacional (2,0%), enquanto o segmento de bens intermediários (-0,4%) mostrou a única taxa negativa nesse mês.
O segmento de bens de consumo duráveis cresceu 12,2%, após três meses de queda. Foi a maior alta desde julho de 2018 (17,0%). O setor foi impulsionado pelo aumento na fabricação de automóveis (18,2%). Vale citar também os crescimentos em eletrodomésticos da “linha branca” (17,6%), motocicletas (21,5%), outros eletrodomésticos (11,1%) e móveis (0,2%). Já o principal impacto negativo veio do grupamento de eletrodomésticos da “linha marrom” (-5,7%), devido à menor produção de televisores.
O setor de bens de capital cresceu 7,0%, interrompendo dois meses de queda e com a maior alta desde outubro de 2018 (10,5%). O segmento foi influenciado, em grande parte, pelo avanço no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (12,6%), impulsionado, principalmente, pela maior fabricação de caminhões, reboques e semirreboques e caminhão-trator para reboques e semirreboques. As demais taxas positivas vieram de bens de capital para fins industriais (3,6%) e para construção (13,3%). Já os impactos negativos foram de bens de capital de uso misto (-1,4%), para energia elétrica (-2,6%) e agrícolas (-0,5%).
O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis cresceu 3,2% em fevereiro e interrompeu três meses de taxas negativas, com a taxa mais elevada desde abril de 2018 (9,8%). O desempenho nesse mês foi explicado pela expansão em alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,5%). Vale citar também os resultados positivos dos subsetores de semiduráveis (1,3%), de não-duráveis (0,9%) e de carburantes (0,8%).
A produção de bens intermediários caiu 0,4% em fevereiro de 2019, sexta taxa negativa consecutiva, mas a menos intensa dessa sequência. Esse resultado foi explicado pelos recuos de indústrias extrativas (-9,9%), celulose, papel e produtos de papel (-4,2%), metalurgia (-1,6%), produtos alimentícios (-0,8%) e outros produtos químicos (-0,7%), enquanto as pressões positivas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (8,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (11,3%), produtos de minerais não-metálicos (4,7%), produtos de metal (3,6%), produtos têxteis (2,0%), máquinas e equipamentos (1,1%) e produtos de borracha e de material plástico (0,5%). Vale citar, ainda, as altas em insumos típicos para construção civil (3,9%) e embalagens (4,5%).
Em 2019, indústria acumula -0,2%
No índice acumulado para janeiro-fevereiro de 2019, frente a igual período do ano anterior, a indústria caiu 0,2%, com resultados negativos em uma das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 26 ramos, 39 dos 79 grupos e 52,4% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, indústrias extrativas (-4,4%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,3%) exerceram as maiores influências negativas. Vale destacar também as contribuições negativas de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,5%), de máquinas e equipamentos (-3,0%), de celulose, papel e produtos de papel
(-3,4%), de metalurgia (-2,1%), de produtos de madeira (-7,9%) e de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-4,2%),
Por outro lado, entre as 12 atividades que cresceram, as principais influências vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,8%). Outras contribuições positivas vieram de produtos de metal (6,6%), de bebidas (2,9%), de produtos de minerais não-metálicos (2,7%), de produtos diversos (8,3%) e de produtos alimentícios (0,4%).
Entre as categorias econômicas, a dos bens intermediários (-0,9%) recuou, pressionada pelas quedas em indústrias extrativas (-4,4%) e produtos alimentícios (-6,1%). Por outro lado, o segmento de bens de consumo duráveis (3,7%) teve resultado positivo mais elevado, impulsionado pelo aumento na fabricação de automóveis (7,6%). Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (0,5%) e de bens de capital (0,1%) também tiveram expansão no acumulado do ano.